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6 mitos e verdades sobre a endometriose

6 mitos e verdades sobre a endometriose

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma doença que acomete mais de 70 milhões de mulheres ao redor do mundo. Sua progressão gera impacto na vida de suas portadoras, podendo, por vezes, afetar até mesmo o desenvolvimento de atividades rotineiras, as relações sexuais e a prática de exercícios físicos.

O fato de suas causas serem desconhecidas e seus sintomas variarem de paciente para paciente faz com que a doença envolva muitos mitos e desinformação. A propagação de mitos acerca da endometriose é maléfica tanto para a pesquisa quanto para a orientação das pacientes, gerando confusão e fazendo com que muitas pessoas posterguem a visita ao médico.

O objetivo deste texto é apresentar alguns dos principais mitos e verdades que circulam acerca da endometriose a fim de esclarecê-los e, dessa forma, orientar as mulheres sobre tal doença e os procedimentos pré e pós-diagnóstico.

O que é endometriose?

A endometriose é uma afecção ginecológica que afeta mulheres durante seu período reprodutivo. Ela é caracterizada pela presença do endométrio, tecido que reveste internamente o útero, fora do local em que seria originalmente encontrado.

A função desse tecido é revestir a parede uterina, sendo o local no qual o embrião se implanta para iniciar a gravidez. Quando a endometriose ocorre, esse tecido pode ser encontrado, por exemplo, em outros órgãos do sistema reprodutivo ou mesmo fora dele, como na bexiga e intestinos.

Por que o diagnóstico dessa doença é difícil?

A dificuldade na realização do diagnóstico da endometriose está ligada aos seus sintomas. Isso ocorre porque é comum que a doença não manifeste sintomas por um certo período e, dessa forma, a paciente não tenha consciência de ser portadora.

Também pode ocorrer de a manifestação desses sintomas ser confundida com a de outras doenças. Alguns dos sintomas mais comuns são cólicas e dores na região abdominal e pélvica. Para se fazer o correto diagnóstico, deve-se pensar na doença.

Por fim, o diagnóstico por imagem exige a capacitação de profissionais para tal, uma vez que as alterações podem passar despercebidas, caso não se atente a elas.

Por que há um estigma relacionado a essa doença?

O principal motivo da existência de um estigma relacionado à endometriose está na desinformação. Por ser de caráter progressivo, ela pode se manifestar de modo mais leve ou pode apresentar características que representam uma manifestação mais grave.

Além disso, apesar de ser uma das principais causas de hospitalização em países industrializados, o acesso tanto aos serviços quanto ao diagnóstico e tratamentos ainda é escasso. Ademais, pode-se interpretar que a relação da doença com a qualidade de vida leva necessariamente à infertilidade, o que não é verdade, causando um transtorno não dimensionado em suas portadoras.

6 mitos e verdades sobre a endometriose

Com o objetivo de auxiliar na desestigmatização da doença, serão aqui apresentados 6 mitos e verdades sobre a endometriose.

A endometriose pode virar câncer

Mito. O câncer se desenvolve de forma semelhante à endometriose, mas não há uma relação de causalidade entre ambos. O que ocorre é que uma das manifestações da endometriose leva ao desenvolvimento de um cisto na região dos ovários, chamado de endometrioma, que, no entanto, não é um câncer.

Não há cura para essa doença

Mito. O tratamento cirúrgico muitas vezes pode levar à cura definitiva da doença, embora isso seja mais raro no caso de endometriomas. Cada mulher deve ser avaliada individualmente para a indicação de tratamento e planejamento terapêutico.

Toda portadora da doença é infértil

Mito. A doença pode levar à infertilidade, mas não necessariamente. Além disso, essa particularidade pode ser revertida por meio de tratamentos específicos. Muitos casos, no entanto, não precisam de tratamento para que a mulher consiga engravidar.

A endometriose pode apresentar sintomas

Verdade. Há mulheres que não apresentam sintomas e descobrem que são portadoras da doença apenas quando vão ao ginecologista e realizam exames de rotina.

Alguns dos sintomas mais comuns ligados à endometriose são a dor pélvica intensa, podendo ocorrer de forma semelhante à cólica menstrual ou de modo acíclico, ou seja, em períodos diversos. A dor durante as relações sexuais também é um sintoma da doença. Há também pacientes que apresentam alterações no funcionamento da bexiga e intestino, nesse caso de maneira cíclica devido à ação hormonal.

A doença só pode ser tratada cirurgicamente

Mito. A cirurgia é uma das opções de tratamento, mas não é a única. A depender do diagnóstico, dos locais afetados e da intensidade da manifestação da doença, é possível controlar a endometriose com medicações hormonais. A decisão do tratamento deve também levar em consideração a vontade de mulher de engravidar, uma vez que, nesses casos, o tratamento com contraceptivos não é viável.

O meio ambiente tem influência no desenvolvimento da doença

Verdade. Fatores ambientais exercem influência no desenvolvimento da endometriose. Somos diariamente expostos a poluentes químicos que podem afetar nossos processos fisiológicos, facilitando o desenvolvimento de doenças.

Ao afetar nossas interações hormonais, tais poluentes fazem com que as mulheres se tornem mais suscetíveis a tal enfermidade. Dentre os poluentes que influenciam nos processos fisiológicos, o mais preocupante é a dioxina, que pode ser encontrada em resíduos industriais, fumaça de automóveis e cigarros.

A endometriose é uma doença que afeta mulheres ao redor do mundo e a desinformação faz com que sejam criados mitos que contribuem para sua estigmatização. A intenção deste texto foi contribuir para a desmistificação da doença.

Para saber mais sobre a endometriose, leia nosso texto específico sobre o tema.

 

 

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[…] sentido, vemos que endometriose é um termo já conhecido, mas poucas pessoas buscaram desvendar os mitos e verdades acerca dessa […]

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