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Miomas uterinos

por Dr. Luíz Flávio Cordeiro

Miomas uterinos

Miomas uterinos ou leiomiomas são os tumores benignos mais comuns que se formam no útero. Na maioria dos casos assintomáticos, são identificados em exames de rotina, como o ultrassom e o exame ginecológico. Acometem cerca de 50-60% das mulheres, podendo atingir 70% aos 50 anos, no entanto, em 30% das situações causam sintomas que levam a mulher a procurar auxílio médico.

Os miomas se desenvolvem a partir do tecido do miométrio e podem afetar diversas partes do útero. São nódulos de tecido do miométrio de consistência firme e de aparência esbranquiçada que podem se desenvolver em diversos locais, podendo afetar o endométrio e o perimétrio.

As causas da doença não são totalmente conhecidas, embora saiba-se que é uma doença que envolve um desequilíbrio hormonal, uma vez que na menopausa a tendência é que eles diminuam; e pode estar relacionada a alterações genéticas.

Fatores de risco

Algumas condições afetam a possibilidade de a mulher desenvolver a doença, como:

Classificação dos miomas

A classificação dos miomas é feita de acordo com o grau de extensão intramural e de distorção da cavidade uterina. Grosseiramente podem ser classificados em:

Miomas submucosos

Os miomas submucosos se formam dentro da cavidade uterina. Costumam provocar sintomas mais evidentes, como sangramento uterino anormal, períodos menstruais mais longos e infertilidade, já que, dependendo de suas dimensões, alteram a conformação da cavidade endometrial, podendo impedir a fixação do embrião no endométrio para o início da gravidez.

Miomas intramurais

Os miomas intramurais se desenvolvem no interior da parede do útero e podem crescer e provocar o aumento do órgão.

Esses miomas são os que têm maior prevalência. Eles se encontram na parede uterina e costumam provocar cólicas, aumento do fluxo menstrual e infertilidade.

Miomas subserosos

Os miomas subserosos se desenvolvem na camada mais externa do útero, causando menos sintomas em comparação com os descritos anteriormente. As eventuais repercussões são causadas por efeitos compressivos ou por torção de seu pedículo.

Sintomas

A maioria dos miomas são assintomáticos, no entanto, quando presentes, os sintomas mais descritos por pacientes são:

Contudo, faz-se necessário enfatizar que os sintomas acima estão relacionados com o tamanho e a localização dos miomas, e não apenas com sua presença.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito com os seguintes exames:

É importante, no diagnóstico, analisar todas as características dos nódulos com precisão, como localização e dimensões. Isso é fundamental para a melhor indicação do tratamento.

Tratamento

As pacientes assintomáticas não precisam de tratamento, mas devem manter consultas com o ginecologista para acompanhar, pois os miomas podem crescer e causar complicações.

Já as pacientes sintomáticas precisam de tratamento, que pode ser medicamentoso ou cirúrgico, de acordo com a gravidade, idade, desejo de concepção e preservação do útero, levando em consideração as características dos miomas.

Algumas medicações são utilizadas para o controle dos sintomas, como as pílulas anticoncepcionais, que regulam o ciclo menstrual, evitando os sangramentos anormais, e podem controlar a dor, e anti-inflamatórios ou analgésicos como apoio para o controle da dor, dependendo do caso.

Em algumas situações, pode ser utilizado o DIU com progesterona (Mirena), mas é uma indicação que deve ser avaliada criteriosamente porque os miomas podem impedir sua colocação adequada.

Há uma crescente necessidade de novas opções medicamentosas a fim de que se tenha um maior número de opções ao tratamento cirúrgico, principalmente para mulheres com desejo de preservação de sua capacidade reprodutiva. Crescem as evidências a respeito do papel dos moduladores seletivos de progesterona neste contexto (ex. acetato de ulipristal), mas infelizmente ainda não disponível no Brasil.

Existem ainda, para casos específicos, tratamentos alternativos à intervenção cirúrgica, como a embolização da artéria uterina, que causa isquemia dos miomas, e a ultrassonografia focada de alta frequência guiada por ressonância magnética, que promove a ablação térmica dos miomas.

Várias opções cirúrgicas estão disponíveis, levando em consideração o tamanho, número e localização dos miomas, assim como a experiência do cirurgião. As estratégias atuais incluem miomectomia e histerectomia. A primeira é considerada um tratamento conservador, indicada para mulheres ainda sem prole constituída, com desejo reprodutivo ou de manutenção do útero. A histerectomia seria o tratamento definitivo com menor recidiva, entretanto mais radical, devendo ser reservada para casos específicos. A cirurgia minimamente invasiva (histeroscopia, laparoscopia e cirurgia robótica) é uma realidade e uma opção para a enorme maioria dos casos, permitindo uma melhor recuperação pós-operatória e menores repercussões.

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