Dr. Luiz Flávio
A endometriose atinge 15% das mulheres, principalmente na idade fértil. Em outras palavras, 15 a cada 100 mulheres serão diagnosticadas com a condição em algum momento de sua vida. Na medicina, esse valor é muito alto. Por isso, tanto os médicos quanto as pacientes devem estar sempre atentos.
Vários estudos globais mostram que a endometriose é uma doença subdiagnosticada. Ou seja, muitas mulheres convivem com os sintomas por muitos anos sem um diagnóstico correto. O intervalo entre as primeiras queixas e o diagnóstico pode ser superior a 10 anos.
Por isso, é muito importante falar sobre a prevalência dessa condição e do impacto desses números na rotina da ginecologia. Quer saber mais? Acompanhe!
O que é prevalência?
Prevalência é a proporção de uma população que tem uma determinada característica em um determinado momento. Portanto, esse conceito tem três elementos importantes: população, característica e tempo. Vamos falar sobre cada um deles e sua relação com a endometriose.
População
A prevalência pode ser analisada na população geral, sem nenhuma distinção demográfica. Isso significaria que estaríamos analisando todo o mundo, mas esse tipo de dado é muito difícil de se conseguir. Por isso, geralmente, falamos sobre a prevalência em grupos específicos de acordo com:
A prevalência da endometriose é calculada apenas nas mulheres. Apesar de poder se desenvolver em homens, esses casos são raríssimos.
Outro recorte muito comum analisa a presença de endometriose em populações com determinadas condições de saúde. Por exemplo, a prevalência da endometriose em pacientes com pólipos uterinos, infertilidade, dor crônica etc.
Característica
Os estudos de prevalência selecionam uma característica específica, que pode ser:
Ou seja, ao contrário do senso comum, nem sempre a prevalência avalia necessariamente o adoecimento de uma população.
Intervalo de tempo
Para que as informações sejam mais significativas, é preciso selecionar um intervalo de tempo sobre o qual os dados falam, como:
Prevalência da endometriose
Você se lembra daquele dado fornecido na introdução de que a proporção de endometriose em mulheres era de 15%? Então, trata-se de um dado de prevalência com o seguinte recorte:
No entanto, vários estudos foram realizados nas últimas décadas para uma compreensão maior sobre a endometriose. Saber quais grupos são mais acometidos é essencial para investigarmos outras características das doenças.
Prevalência da endometriose de acordo com a idade e outros fatores
Os estudos mostram que o diagnóstico da endometriose é muito mais frequente em mulheres na idade fértil, isto é, entre 15 anos a 42 anos. Sua prevalência em mulheres após a menopausa cai significativamente, passando de 15% para 3% a 5%. Com isso, os pesquisadores começaram a avaliar a relação da endometriose com os hormônios sexuais.
Atualmente, sabemos que essa suspeita estava correta, visto que os implantes de endometriose são dependentes de estradiol. Esse tipo de estrógeno começa a ser produzido significativamente apenas depois da primeira menstruação. Após a menopausa, sua liberação natural é interrompida.
Além disso, a prevalência da endometriose é maior nos seguintes grupos em mulheres que:
Prevalência de endometriose e as queixas ginecológicas
Ao analisar as queixas presentes em um consultório de ginecologia, o olhar do médico ficará sensível a relacioná-las com as hipóteses de diagnóstico mais prováveis. Hoje em dia, sabemos que a endometriose está presente em:
Então, diante de qualquer um desses sintomas, você deve pensar na possibilidade de endometriose e se consultar com um ginecologista.
Por tudo que vimos acima, saber a prevalência de uma doença é muito importante para seu tratamento e diagnóstico. Na endometriose, isso nos ajudou a compreender os sintomas e fatores de risco mais frequentemente associados a ela. Desse modo, torna-se possível identificá-la precocemente e melhorar o prognóstico da paciente.
Você precisa de mais informações sobre a endometriose e seu tratamento? Então, não deixe de ler este post sobre o tema!