Dr. Luiz Flávio
O útero é um importante órgão do sistema reprodutor feminino. Junto aos anexos uterinos (tubas e ovários), o útero participa dos ciclos reprodutivos e oferece um ambiente adequado para o desenvolvimento do feto. Contudo, esse órgão pode sofrer diversas alterações estruturais e funcionais, devido a condições como miomas, pólipos e malformações congênitas.
Algumas doenças uterinas são assintomáticas, mas, se não forem tratadas, podem se agravar e prejudicar a saúde da mulher — inclusive, afetando sua capacidade de engravidar. Sendo assim, o acompanhamento médico regular é essencial para o diagnóstico e o tratamento precoce de problemas intrauterinos.
Continue a leitura deste post para entender como o útero é formado, quais são suas funções e quais doenças podem afetá-lo!
Como é a estrutura do útero?
O útero é um órgão oco, que mede cerca de 6 a 10 cm e tem o formato de uma pera invertida. Durante a gravidez, ele dilata e aumenta em muitas vezes seu tamanho, conforme o feto cresce e necessita de mais espaço.
Esse órgão está localizado na cavidade pélvica, entre a bexiga e o reto. A parte inferior, o colo do útero, faz ligação com o canal vaginal, enquanto sua porção superior comunica-se com as tubas uterinas. Histologicamente, compõe-se de três camadas, cada qual com sua função específica:
Endométrio
O endométrio é a mucosa que reveste a parede do útero. É justamente nesse tecido que o embrião se implanta para iniciar a gestação. De modo cíclico, estrogênio e progesterona — os hormônios reprodutivos produzidos pelos ovários — modificam as características do tecido endometrial, deixando-o mais espesso e receptivo para favorecer a implantação embrionária.
Miométrio
O miométrio é a camada intermediária do útero. É constituído por tecido muscular liso e tem importante papel na contratilidade uterina, ou seja, é essa parte do órgão que provoca as contrações para ajudar no trabalho de parto.
Perimétrio
O perimétrio é a superfície serosa do útero, constitui a camada mais externa. Tem a função de revestir o órgão com tecido conjuntivo e sustentá-lo na cavidade pélvica.
Como o útero é formado no feto feminino?
Ainda no início da vida intrauterina, existe um processo de diferenciação sexual que leva à formação dos órgãos femininos ou masculinos. Durante os dois primeiros meses de desenvolvimento, a genitália interna e externa é semelhante em todos os embriões. Depois disso, ocorre a expressão dos genes que atuam na diferenciação genital e as gônadas se transformam em ovários ou testículos, além da formação dos outros órgãos.
Na formação específica dos órgãos femininos, não é necessária nenhuma mensagem genética. Já o desenvolvimento dos testículos ocorre somente mediante a expressão dos genes ligados ao cromossomo Y. Assim, a ausência desse cromossomo resulta diretamente na formação dos ovários e das outras partes da genitália interna feminina.
O trato urogenital interno feminino é derivado dos ductos de Müller, estruturas que dão origem ao útero, às tubas uterinas e a dois terços superiores da vagina. Falhas nesse processo de desenvolvimento resultam em malformações, como anomalias anatômicas e até ausência dos órgãos.
Quais são as funções do útero?
As funções do útero estão relacionadas a menstruação, gravidez e parto. Para facilitar o entendimento, precisamos relembrar como acontece o ciclo menstrual/reprodutivo.
Os hormônios sexuais agem de forma cíclica para preparar o ambiente uterino para uma possível gravidez. O ciclo feminino começa com a secreção dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela glândula hipófise. Essas substâncias estimulam a função dos ovários para desenvolver vários folículos, de modo que um deles amadureça e libere o óvulo.
Os folículos ovarianos em crescimento produzem o hormônio estrogênio que causa a proliferação das células do endométrio, aumentando a espessura desse tecido. Após a ovulação, o folículo rompido passa a ser chamado de corpo-lúteo e tem a função de secretar estrogênio e progesterona a fim de deixar o ambiente uterino propício para receber um embrião.
Se houver concepção, o corpo-lúteo continua liberando os hormônios reprodutivos, mantendo o útero em condições adequadas para gestar. Se o óvulo não for fertilizado, o corpo-lúteo regride, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e parte do tecido endometrial se desprende, causando a menstruação. Assim, tem início um novo ciclo.
A partir dessa contextualização, vemos que o útero tem um papel ímpar no ciclo menstrual. Já sua função durante a gravidez é acolher e proteger o embrião, bem como garantir o aporte de sangue, oxigênio e nutrientes para o desenvolvimento fetal. Ao final da gestação, o órgão tem ainda a função de iniciar a contratilidade na camada miometrial para estimular a “expulsão” do bebê do corpo materno durante o trabalho de parto.
Quais problemas alteram a anatomia e a função uterina?
Há diversas condições, adquiridas ou congênitas, que podem prejudicar as funções do útero. Algumas são assintomáticas e difíceis de detectar, outras são identificadas a partir de alterações no fluxo menstrual — como sangramento uterino anormal (abundante e prolongado) ou ausência de menstruação. Outros possíveis sinais de problemas uterinos são a dificuldade de engravidar e o abortamento de repetição.
Entre as doenças e malformações que se desenvolvem no útero estão:
Agora que você já sabe quais são as funções do útero e quais doenças podem afetá-lo, compartilhe este post em suas redes sociais para que outras mulheres também possam ter acesso a essas informações!