Dr. Luiz Flávio
O sistema reprodutor feminino é formado por órgãos que exercem funções diferentes durante a idade fértil da mulher.
O útero tem o papel de receber o embrião para que a gestação tenha início; as tubas uterinas, de captar o óvulo e transportá-lo até a cavidade endometrial; já os ovários são a fonte de óvulos em um processo de maturação folicular até culminar com a ovulação propriamente dita.
A camada interna desse órgão é revestida por um tecido que recebe o nome de endométrio. A endometriose é a presença de um tecido semelhante a este endométrio fora do útero.
Essa doença crônica, muitas vezes assintomática, pode apresentar, por vezes, sintomas que levam à sua suspeição.
Por se tratar de uma doença complexa e as informações nem sempre serem precisas ou patognomônicas, é importante procurar um médico para conhecer suas consequências e formas de tratamento.
Devido à ausência de sintomas em muitos dos casos, o diagnóstico pode, por vezes, ser difícil, o que leva a eventuais complicações para as portadoras dessa doença.
Neste texto, vou falar sobre as consequências que a endometriose pode trazer para a mulher se não for tratada.
A camada interna do útero tem o nome de endométrio, e sua função é permitir que o embrião possa se fixar corretamente na parede uterina durante a etapa que recebe o nome de nidação ou implantação.
Os hormônios produzidos pelo ovário enviam estímulos que fazem com que o tecido endometrial se prolifere e se prepare para a implantação embrionária.
Fragmentos do tecido endometrial que se encontram em outras partes do organismo feminino também sofrem a ação hormonal, podendo desencadear um processo inflamatório, descamativo, tal qual o endométrio tópico.
Em alguns casos, o tecido endometrial pode se encontrar em locais como os ovários, mas há também casos nos quais o endométrio é encontrado em órgãos como a bexiga, intestino ou pulmões.
Esse distúrbio pode ser associado a dores de grande intensidade, com grande reflexo na qualidade de vida de suas portadoras e, em alguns casos, à infertilidade.
A endometriose está relacionada a alguns sintomas, embora possa ser assintomática. Entre os sinais mais comuns, aqueles mais relacionados à endometriose são:
Recomenda-se o acompanhamento médico periódico uma vez diagnosticada a doença, para se planejar um acompanhamento individualizado, com foco na restauração da qualidade de vida e prevenção de sua progressão.
O tratamento de endometriose dependerá do diagnóstico, dos sintomas, da idade, do desejo reprodutivo e do mapeamento das lesões, que determinarão o tipo de manifestação da doença.
Inicialmente, a avaliação de imagem é necessária para se identificar o tipo e as localizações dos focos da doença, já que ela normalmente é multifocal.
Com esses dados, associa-se às queixas clínicas das pacientes. O principal objetivo do tratamento ou controle da endometriose é a recuperação da qualidade de vida perdida.
Salvo algumas situações de exceção, sempre se deve propor um controle medicamentoso da doença, baseado em medicações hormonais. Caso haja insucesso nesse controle, aí deve-se pensar na cirurgia, que pode ser feita via laparoscópica ou com auxílio do robô da Vinci (cirurgia robótica).
Contudo, quando é indicada, seu planejamento prévio é fundamental, tanto para preparo do cirurgião, quanto para orientação da paciente, permitindo assim que o problema seja resolvido em um único procedimento, evitando cirurgias repetidas.
Considera-se a cirurgia de tratamento dessa doença como conservadora, uma vez que seu objetivo é preservar a anatomia dos órgãos reprodutivos e restaurar a fertilidade feminina.
É de fundamental importância consultar-se regularmente com um médico especializado a fim de realizar exames que possam detectar a presença indevida do tecido endometrial, de forma a proceder ao tratamento mais indicado.
Leia mais sobre a endometriose em nosso texto especial.