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Abortamento de repetição: possíveis causas

Abortamento de repetição: possíveis causas

Dr. Luiz Flávio

O abortamento é um evento comum às mulheres durante à fase fértil e algumas vezes não é percebido, pois um dos seus sintomas, o sangramento, pode ser confundido com o do fluxo menstrual, quando ocorre no início da gestação. Esses são chamados abortamentos espontâneos.

Porém, quando ocorrem mais de duas perdas de forma consecutiva, passa a ser classificado como abortamento de repetição e pode indicar problemas na saúde reprodutiva feminina. 

Para a perda ser diagnosticada como abortamento de repetição, entretanto, a gravidez deve ter sido clinicamente comprovada. Isso significa a confirmação por exames de sangue e/ou ultrassonografia transvaginal ou mesmo pela análise de fragmentos do produto conceptual. 

Continue a leitura e conheça as causas e fatores de risco para o abortamento de repetição, o que fazer e medidas que ajudam a minimizar as chances de o evento ocorrer. 

Quais são as causas e fatores de risco do abortamento de repetição? 

Na maioria dos casos, as perdas resultam de anormalidades cromossômicas e são eventos aleatórios. Essas anormalidades podem ser do óvulo ou do espermatozoide – mais comuns em pessoas mais velhas, quando há perda da qualidade dos gametas –, ou do embrião inicial, quando acontece o processo de divisão celular. Entre 15% e 20% de todas as gestações clinicamente reconhecidas terminam em abortamento espontâneo. 

Além dos distúrbios genéticos, o abortamento pode ser provocado por anormalidades na anatomia do útero, que dificultam ou impedem o desenvolvimento e sustentação da gravidez, levando a perdas. 

Elas podem ser congênitas (desde o nascimento) ou consequência de doenças uterinas, incluindo endometriose, miomas uterinos, pólipos endometriais e aderências resultantes de processos inflamatórios do endométrio, camada que reveste internamente o útero na qual o embrião se implanta, como a endometrite.

A endometrite geralmente é provocada por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), principalmente clamídia ou gonorreia podendo causar alterações na receptividade endometrial, resultando em falhas e, consequentemente, abortamento.

Alterações na receptividade endometrial também podem ser provocadas pela endometriose, motivadas pelo processo inflamatório comum à doença ou, nos casos mais avançado, aderências causam anormalidades na anatomia uterina, levando à perda de gravidez.

Condições como o desequilíbrio hormonal, diabetes, trombofilia, em que há a propensão para a formação de coágulos, e doenças autoimunes, incluindo o Lúpus e a tireoidite de Hashimoto, podem, da mesma forma, provocar abortamento. 

Por outro lado, hábitos como alimentação pobre em nutrientes ou rica em gordura, o que pode resultar em baixo peso ou sobrepeso, sedentarismo ou prática de exercícios em excesso, alcoolismo, tabagismo e uso de drogas recreativas, estão entre os fatores de risco. 

É possível prevenir o abortamento?

Geralmente o abortamento é um evento aleatório, portanto não pode ser evitado. No entanto, em algumas situações, algumas medidas podem minimizar a possibilidade de ocorrer. 

Entre elas está a adoção de um estilo de vida mais saudável, o que varia da escolha de um cardápio mais nutritivo e prática moderada de exercícios físicos, a evitar hábitos como o consumo de álcool, cigarros ou drogas. 

Também é fundamental consultar um especialista regularmente, uma vez que algumas das doenças que podem resultar em abortamento podem ser detectadas durante os exames de rotina, contribuindo para diagnóstico e tratamento precoces. 

Os sintomas mais comuns da ameaça de aborto são sangramento mais escuro, marrom ou vermelho-vivo, que inicia de forma intensa ou aumenta em intensidade progressiva, geralmente com a expulsão de tecidos com coágulo, cólicas de maior intensidade, que não aliviam com o uso de medicamentos. 

O que fazer caso a mulher tenha um segundo abortamento consecutivo?

Para identificar a causa, exames laboratoriais e de imagem, incluindo a ultrassonografia, devem ser solicitados. A partir dos resultados diagnósticos é definido o tratamento mais adequado para cada casal. 

Quando o abortamento não é provocado por anormalidade cromossômicas, em parte dos casos pode ser evitado e a gravidez tende a se desenvolver normalmente. 

Siga o link e saiba mais como a endometriose pode interferir na saúde reprodutiva feminina. 

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