Dr. Luiz Flávio
O útero é dividido em 3 camadas. Além do endométrio, também temos o miométrio e o perimétrio. O miométrio é a camada intermediária, sendo composta por tecido muscular. O perimétrio é a camada externa do útero, formada por tecido conjuntivo.
Durante o ciclo menstrual, o estrogênio estimula o endométrio com o objetivo de aumentar a espessura da sua camada para receber o embrião. Se a fecundação não acontecer, o endométrio se solta aos poucos, dando início a menstruação.
Na adenomiose, células do endométrio são encontradas na segunda camada do útero, provocando diversas complicações para a saúde feminina. A falta de conhecimento sobre a doença prejudica o diagnóstico e o tratamento rápido da doença.
Por isso, para saber mais sobre ela, continue a leitura. Vamos mostrar como são realizados o diagnóstico e o tratamento da adenomiose.
A adenomiose é caracterizada pela presença de células endometriais no miométrio. Essa “invasão” aumenta o tamanho do útero e prejudica a qualidade de vida da mulher. Estima-se que, entre 20% a 30% da população mundial seja afetada pela doença.
Ela é dividida em: adenomiose focal e adenomiose difusa. A primeira se diferencia por estar concentrada em uma única área do útero. Enquanto a caracterizada como difusa apresenta lesões por toda a parede uterina.
A causa da adenomiose, até o momento, é desconhecida. Uma das hipóteses mais aceitas é que traumas uterinos provocam o rompimento da barreira entre o endométrio e o miométrio. Causas genéticas e imunológicas também são consideradas.
Em muitos casos, a adenomiose não apresenta sintomas, dificultando a descoberta da doença. No entanto, quando presentes, os sintomas mais comuns estão:
Apesar da causa da adenomiose ainda ser desconhecida, alguns fatores são reconhecidos por aumentar a probabilidade da doença. Nesse caso, mulheres acima de 40 anos e mulheres que fizeram cesariana ou outra cirurgia uterina devem ficar atentas.
Por serem procedimentos invasivos, a cesariana e cirurgias uterinas podem causar lesões no endométrio e levar células endometriais para o miométrio, causando a adenomiose.
A doença é mais frequente no final do período fértil, ou seja, em mulheres com mais de 40 anos. Porém, ela pode ocorrer a qualquer momento durante a vida reprodutiva feminina, inclusive apresentando uma relação com infertilidade, o que constitui um grande desafio no seu manejo.
Por ser, assintomática, na maioria dos casos, o diagnóstico da doença precisa ter como base no histórico da paciente e na eliminação de doenças similares. Os sintomas da endometriose, miomas e do sangramento uterino anormal são parecidos com a adenomiose.
A ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética são os exames mais solicitados e que permitem a melhor visualização do músculo uterino.
Existem 2 formas de tratamento da adenomiose: o cirúrgico e o medicamentoso. Apenas o médico ginecologista pode indicar o melhor tratamento, com base na idade da paciente e na gravidade dos sintomas.
Recomenda-se o uso de remédios para pacientes jovens e para os quadros mais leves da doença. Para o alívio das dores abdominais e da inflamação são receitados anti-inflamatórios.
Outra opção para evitar as cólicas menstruais mais intensas é o uso de anticoncepcionais hormonais. Entre as opções estão as pílulas anticoncepcionais, anel vaginal, DIU e o adesivo anticoncepcional.
A cirurgia é indicada para casos graves de adenomiose. Se a doença estiver na superfície do músculo é possível retirar apenas a parte acometida do tecido endometrial, preservando o útero.
No entanto, se a doença está localizada em uma região mais profunda do músculo ou se os sintomas não melhorarem com o uso de medicamentos, a histerectomia é indicada. A retirada total do útero é uma alternativa radical, pois impossibilita a mulher de engravidar por vias naturais.
A adenomiose é uma doença complexa, sendo capaz de provocar uma série de consequências. A infertilidade é uma delas. Evidências sugerem que a falta de tratamento da doença pode agravar os seus sintomas e, em caso de uma gravidez, dificultar a implantação do embrião no endométrio.
Os sintomas da doença também atrapalham a qualidade de vida. Em especial as dores pélvicas e cólicas menstruais intensas, que podem impedir as mulheres de realizar as suas atividades diárias.
Em muitos casos, por ser assintomática, a adenomiose é diagnosticada de forma acidental. A presença de células do endométrio no miométrio provoca dores pélvicas e o aumento do volume uterino e do fluxo menstrual. O diagnóstico é confirmado por meio da ultrassonografia transvaginal e da ressonância magnética. O tratamento pode ser medicamento ou cirúrgico. A histerectomia é a única solução definitiva para a doença.
Ela ainda é pouco investigada e desconhecida para a maior parte das mulheres. Saiba mais sobre essa condição no nosso texto institucional sobre a adenomiose!