Dr. Luiz Flávio
Os métodos contraceptivos são o pilar do planejamento familiar. Eles garantem a possibilidade de escolher o momento de se ter um filho e alguns métodos ainda previnem doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Depois do nascimento do bebê, ao voltar à vida sexual ativa, uma nova gravidez pode ser possível. A amamentação exclusiva é anovulatória, sendo, por si só, um método contraceptivo.
No entanto, como é difícil quantificar individualmente o estímulo necessário, recomenda-se o uso de métodos contraceptivos adicionais. Neste período de amamentação, deve-se optar pelos métodos que não influenciem a qualidade e quantidade do leite materno.
Logo, a escolha do anticoncepcional adequado gera muitas dúvidas. Por isso, vamos abordar as perguntas mais frequentes e importantes.
Leia e confira: o que é anticoncepcional?; peculiaridades do uso de anticoncepcional durante a amamentação; métodos anticoncepcionais indicados para quem amamenta; efeitos colaterais; mitos sobre os anticoncepcionais.
Os métodos anticoncepcionais são meios de prevenir a gravidez. Embora a pílula anticoncepcional seja o método mais conhecido e utilizado, existem diversos outros:
Para as mães que não querem engravidar, estão amamentando e desejam retomar a vida sexual, é importante procurar um médico e seguir as orientações, principalmente por três (3) motivos:
Quando a mulher engravida, existe uma série de restrições medicamentosas. Quando passa a amamentar, os cuidados se alteram, mas devem permanecer.
Os medicamentos ingeridos e até mesmo substâncias absorvidas pela pele podem atingir a corrente sanguínea e, em fase de amamentação, alterar o leite. Dependendo da medicação, pode influenciar o lactente.
Os anticoncepcionais hormonais podem alterar o volume e a qualidade do leite. Por esse motivo é importante utilizar qualquer medicamento apenas com prescrição médica.
Após a gravidez, o colo do útero se abre e pode permanecer aberto, aumentando o risco de complicações em caso de relações sexuais.
A chance de engravidar durante a amamentação é menor porque o organismo da mulher que amamenta apresenta alto nível de prolactina, hormônio que inibe a ovulação. No entanto, o risco existe e irá depender da rotina de amamentação da mulher.
Engravidar enquanto amamenta não é aconselhável, principalmente após parto cesárea, pela proximidade temporal entre as gestações.
Existem métodos contraceptivos indicados para mulheres que estão amamentando.
A amamentação traz diversos benefícios para a mãe e para o bebê. É um dos momentos que marcam e aumentam a ligação materna. Alguns cuidados são necessários para garantir a saúde dos dois, por isso existem métodos contraceptivos ideais para lactantes.
Método de barreira é o uso de preservativos, masculino ou feminino. São os mais indicados, pois evitam o risco de infecções, não são à base de hormônio, não afetando o equilíbrio hormonal da mulher, seu metabolismo ou a produção do leite.
Os anticoncepcionais à base de hormônios agem inibindo a ovulação. Os indicados para lactantes são, geralmente, à base de progesterona.
Esse hormônio inibe a ovulação e dificulta a chegada dos espermatozoides às tubas uterinas, pois torna o muco cervical mais espesso e o endométrio mais fino que o ideal para a fixação do embrião (implantação).
Em virtude de todas essas ações, sua taxa de sucesso chega a 99%, se utilizadas corretamente.
A pílula à base de progesterona tem uma peculiaridade: deve ser tomada todos os dias no mesmo horário com no máximo 3 horas de diferença.
Caso o horário não seja respeitado, o medicamento não conseguirá inibir a ovulação e a mulher poderá ficar desprotegida, havendo o risco de engravidar.
A colocação de DIU é eficaz para evitar a gravidez e não apresenta risco à produção de leite, devendo-se apenas definir o melhor momento de sua colocação, sempre discutindo com seu médico.
O principal efeito ocasionado pela pílula de progesterona é a irregularidade menstrual, embora seja mais comum em mulheres que não fazem o uso correto da medicação, não ingerindo a pílula diariamente no mesmo horário.
Os anticoncepcionais evoluíram com o passar do tempo. Efeitos colaterais observados nas primeiras gerações desse tipo de medicamento não ocorrem mais, assim como outros benefícios foram alcançados com outras fórmulas.
Atualmente, os anticoncepcionais podem ser indicados para o tratamento de determinadas condições.
No entanto, alguns mitos permanecem:
Não. A pílula não perde o efeito. Se a dosagem estiver adequada, a pílula continua funcionando. É importante manter o acompanhamento ginecológico pelo menos 1 vez ao ano para avaliação e manutenção do anticoncepcional.
Nessa avaliação, o ginecologista avalia as melhores opções.
É importante levar em consideração que cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos. Os anticoncepcionais favorecem a retenção hídrica e não o acúmulo de gordura. Isso significa que, geralmente, o ganho de peso é devido ao acúmulo de líquidos.
No entanto, caso note aumento de peso significativo após o uso regular do anticoncepcional, consulte um ginecologista para investigar os motivos.
Não. A pílula evita a gravidez apenas durante o período que está sendo utilizada. Assim que seu uso é interrompido, a mulher recupera sua capacidade reprodutiva.
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