Dr. Luiz Flávio
Complicações obstétricas durante a gravidez ou trabalho de parto têm impacto negativo tanto na mãe quanto no filho, demandando diferentes cuidados nos diferentes estágios da gravidez. Os exames solicitados ao longo da gestação servem para monitorar e controlar continuamente a gravidez de forma a prevenir estas complicações. Um desses exames é a cardiotocografia.
Os exames de imagem estão entre os mais conhecidos do pré-natal: o ultrassom morfológico, feitos entre a 11ª e a 13ª e entre a 21ª e a 24ª semana de gestação, e o ultrassom obstétrico, feito a partir da 28ª semana para controlar o crescimento do feto.
São capazes de detectar malformações fetais, assim como alterações que possam afetar o crescimento fetal. Alguns exames são mais fortemente indicados para gestantes com mais de 35 anos.
Saiba mais sobre a cardiotocografia lendo esse texto que preparamos!
A maioria das complicações relacionadas ao trabalho de parto estão ligadas a alterações quanto à quantidade de oxigênio que nutre o feto. Esse tipo de complicação pode causar lesões neuronais permanentes, assim como pode levar ao óbito fetal.
Nesse sentido, é interessante que o trabalho de parto seja também um processo monitorado e controlado, e a cardiotocografia é um exame fundamental nesse momento.
Realizada no final da gravidez (cardiotocografia anteparto) e durante o trabalho de parto (cardiotocografia intraparto), ela avalia os batimentos cardíacos e a atividade uterina (contrações), permitindo ao obstetra avaliar o bem-estar do bebê.
O exame consiste em um método não invasivo de avaliação do bem-estar fetal, que registra graficamente a frequência cardíaca do bebê e das contrações uterinas, podendo, por isso, também medir as respostas do feto quando estimulado, de modo a verificar a sua vitalidade.
Em condições normais, o feto apresenta aceleração transitória da frequência cardíaca quando há qualquer movimento (como contrações, por exemplo). Quando há hipóxia, ou seja, quando o coração não responde aos estímulos, diminuindo a quantidade de oxigênio, esta resposta não ocorre, sugerindo sofrimento fetal.
O exame consiste na colocação de transdutores sobre a barriga da mulher, visando captar os batimentos cardíacos fetais e a atividade uterina (contrações).
A cardiotocografia não causa dor ou incômodos nem para a mãe nem para o feto e deve ser feita com a mulher em repouso, sem estímulos, chamada cardiotocografia basal.
Nos casos em que é necessário avaliar se o bebê irá reagir melhor após algum estímulo, faz-se também esse estímulo, que pode ser um som, uma vibração ou toque do médico (chamada cardiotocografia estimulada).
O exame tem a duração de cerca de 20 minutos, e a mulher fica sentada ou deitada, em repouso, até que sejam registradas as informações dos sensores no gráfico, em um papel ou na tela do computador.
Esse exame pode ser indicado após a 37ª semana, como avaliação preventiva dos batimentos cardíacos do bebê, já que possibilita intervir o mais rápido possível, em caso de serem notadas alterações no bem-estar do bebê. O momento de sua realização pode variar de acordo com a coexistência de condições gestacionais que mudem a categorização de risco desta gravidez.
Por ser um exame solicitado no final da gestação e durante o trabalho de parto, buscando investigar o bem estar fetal, ele atua principalmente detectando casos em que existe pouca oxigenação placentária que possa levar à anóxia.
Trata-se do exame mais utilizado mundialmente para avaliação da vitalidade fetal, permitindo o diagnóstico de alterações em tempo hábil para que sejam tomadas medidas que evitem consequências neurológicas ou mesmo o óbito fetal.
Além disso, tendo em vista que o bebê responde prontamente às alterações no corpo da mãe, além de ser indicada para o monitoramento normal do bem-estar fetal, a cardiotocografia é aconselhável também por motivos de disfunções das quais a mãe seja portadora e que possam causar deficiências ou sobrecargas, especialmente relacionadas com a oxigenação do feto, levando ao sofrimento fetal.
Algumas dessas condições englobam diabetes gestacional, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, anemia grave, doenças cardíacas, renais ou pulmonares, alterações da coagulação do sangue ou se tiver contraído alguma infecção na gestação. Nesses casos é interessante que o exame seja feito mais vezes ao longo da gestação.
A cardiotocografia é um importante exame que visa medir a frequência cardíaca do feto e as contrações uterinas. Se tiver dúvidas acerca desse exame, deixe um comentário no nosso artigo que teremos prazer em responder.