por Dr. Luíz Flávio Cordeiro
Cistos são cavidades anormais em um órgão ou tecido que geralmente contêm uma substância mole e apresentam parede própria. Cistos ovarianos são bolsas que contêm líquido e se formam em decorrência de alguns fatores no interior dos ovários ou em sua superfície.
Existem diversos tipos de cistos, com diferentes etiologias. Estima-se que 25% das mulheres tenham algum tipo de cisto no ovário. Geralmente essa condição é assintomática, embora possa causar sintomas e consequências graves, como a infertilidade.
Grande parte dos cistos surge e desaparece sem que a mulher identifique sintomas relacionados. Isso é bastante comum. Quando esse cisto, no entanto, cresce e não desaparece, outros problemas podem ocorrer.
Cisto no ovário é uma condição diferente da síndrome dos ovários policísticos (SOP), provocada por uma alteração hormonal específica. Se quiser saber mais sobre a SOP, acesse o texto que elaboramos especificamente sobre esse assunto.
Existem diversos tipos de cisto: funcional, cistadenoma, dermoide, endometrioma, entre outros.
Em duas situações existe risco aumentado para o desenvolvimento de cistos: histórico familiar de cisto ovariano e uso de medicamentos para estimulação ovariana, utilizados em técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Como é necessário um número elevado de óvulos para fecundação em laboratório, uma das etapas da reprodução assistida é estimular os ovários a produzirem um número maior de óvulos.
O cisto mais comum nos ovários é o chamado funcional, que pode ser folicular ou lúteo. Durante a fase de crescimento folicular no ciclo menstrual, os folículos crescem até que um deles atinja o tamanho adequado. Nesse momento, todos os outros atrofiam e são absorvidos pelo organismo. Quando o folículo não ovula, ou seja, quando ele não libera o óvulo que está em seu interior, ele se torna um cisto funcional, especificamente folicular, nesse caso. O cisto lúteo é formado logo após a ovulação.
Por estarem relacionados ao ciclo menstrual, os cistos funcionais surgem, na grande maioria das vezes, durante a vida fértil da mulher.
Os cistadenomas são cistos constituídos de células similares às do epitélio endocervical. Eles podem alcançar grandes dimensões. Geralmente são multiloculados e se formam em um único ovário.
Os cistos dermoides são assim denominados por causa do tecido que os constitui. Eles são formados das mesmas células da pele e de outros elementos, como sangue, gorduras e ossos.
Os endometriomas ovarianos são cistos que se assemelham à endometriose. Se quiser saber mais sobre essa doença, acesse o texto que elaboramos especificamente sobre ela.
A maioria dos cistos não provoca sintomas. Eles crescem e desaparecem sem que a mulher identifique qualquer sinal de sua existência.
No entanto, os cistos que crescem e se desenvolvem podem se romper e sangrar, provocando sintomas, como:
Como os sintomas podem ser similares aos de outras doenças, o diagnóstico por exclusão é fundamental durante a investigação.
Um exame de rotina pode identificar um cisto, mas existem exames especializados para tal fim, como:
Atualmente, a ressonância magnética é o principal exame de imagem para muitas condições tanto do homem como da mulher, uma vez que é um exame de alta precisão e oferece dados confiáveis sobre a doença que está sendo investigada.
O tratamento dos cistos ovarianos está relacionado às suas características e aos seus sintomas. A grande maioria deles não requer tratamento. No entanto, em algumas circunstâncias, como quando a mulher quer engravidar e não consegue, a doença deve ser estudada para indicação do melhor tratamento.
Geralmente, o tratamento é feito com cirurgia ou com anticoncepcionais, o que também depende dos objetivos da paciente. Se ela estiver tentando engravidar, os anticoncepcionais impedirão que isso ocorra, portanto talvez seja melhor a cirurgia, feita por via laparoscópica, que promove a retirada dos cistos.
Uma particularidade sobre a malignidade: se for comprovado cisto maligno, pode haver a necessidade de outros tipos de tratamento.
O diagnóstico precoce é fundamental para o bom prognóstico de qualquer doença, portanto faça acompanhamento periódico com um ginecologista.