Dr. Luiz Flávio
Uma das práticas mais importantes da ginecologia é a realização de exames periódicos para prevenir e diagnosticar precocemente doenças graves do sistema reprodutor. Apesar de a colposcopia não ser realizada como rotina, é muito importante para complementar a investigação após alguns achados do papanicolaou, do exame físico e da anamnese.
Afinal, é muito mais sensível para identificar alterações típicas do câncer dessa região. Então, diante de algumas lesões suspeitas ou inconclusivas no laudo do papanicolaou, a colposcopia está indicada. Ela é essencial, portanto, ao permitir o diagnóstico precoce, que leva ao tratamento em fases mais iniciais da doença, melhorando o prognóstico.
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O que é a colposcopia?
A colposcopia é um exame com técnica de execução muito simples, podendo ser realizada em qualquer consultório clínico. No entanto, a interpretação das imagens é complexa e, portanto, recomenda-se que o exame seja feito por um especialista, o ginecologista.
Suas etapas iniciais são muito semelhantes às do papanicolaou:
No entanto, a segunda fase envolve o uso de um aparelho chamado colposcópio. Ele permite uma avaliação mais próxima do canal vaginal e do colo do útero por meio de lentes que podem ampliar a imagem em até 40 vezes. Com isso, é possível investigar a aparência e o comportamento das lesões em tempo real.
Porém, frequentemente isso não é suficiente para o diagnóstico. Por esse motivo, na presença de lesões suspeitas, é necessária a biópsia, coleta de pequenos fragmentos das lesões para a análise em microscópio. A partir disso, será possível determinar se há sinais de malignidade ou não, o que é essencial para a conduta posterior.
Quando a colposcopia deve ser feita?
Apesar de ser um exame rotineiramente feito nos consultórios de ginecologia, ele não é indicado para todas as mulheres, como o papanicolaou e a mamografia. Os principais critérios de recomendação para a colposcopia são:
É necessário se preparar para a colposcopia?
Sim, a colposcopia deve ser evitada quando você está no período menstrual. Afinal, a presença de sangue e o inchaço da região reduzem a precisão do exame. Além disso, há maior risco de sangramento na coleta de biópsias.
Nos dois dias anteriores à execução também é preciso manter a abstinência sexual e interromper a aplicação de medicamentos por via vaginal.
O que a colposcopia pode diagnosticar?
Lesões causadas por HPV
As lesões mais preocupantes são aquelas relacionadas à infecção por alguns tipos de vírus, como o HPV. Eles podem causar desde verrugas benignas até tumores que evoluem para o câncer de colo de útero.
A prevenção dessa doença é muito importante. Hoje em dia, existem vacinas que imunizam a mulher contra os HPVs mais comuns e/ou mais perigosos. Mesmo assim, não evita a infecção por outras dezenas de tipos. Portanto, a proteção com o uso de preservativos (camisinha) é essencial.
Câncer do colo uterino ou do canal vaginal
Em casos mais avançados, a aparência da lesão pode fazer com que o médico tenha suspeitas elevadas de que se trata de um tumor maligno:
Mesmo assim, a biópsia é necessária para que as características do tumor sejam identificadas. O tratamento depende dos resultados da análise microscópica, podendo envolver a quimioterapia, a radioterapia, além da cirurgia de retirada da lesão e dos órgãos acometidos.
Doenças sexualmente transmissíveis e vaginoses
Em alguns casos, apesar de não ser estritamente necessária, a colposcopia é realizada para complementar o diagnóstico de infecções no trato reprodutor inferior. Nesses casos, alguns sinais na colposcopia podem facilitar a identificação do agente causador:
Portanto, a colposcopia é um exame muito importante na ginecologia e acompanhar a saúde ginecológica com um profissional experiente no exame é um diferencial. Assim, a mulher tem mais uma ferramenta para prevenir e diagnosticar precocemente doenças do sistema reprodutor.
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