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Como acontece o ciclo menstrual e qual é a relação com a endometriose?

Como acontece o ciclo menstrual e qual é a relação com a endometriose?

Dr. Luiz Flávio

O ciclo menstrual envolve a ação cíclica, de quatro substâncias: hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estrogênio e progesterona. Cada um deles tem um papel específico no processo reprodutivo, de forma que qualquer alteração hormonal pode ocasionar irregularidades menstruais e infertilidade feminina.

A variação dos níveis dos hormônios também influencia os sintomas da endometriose, uma vez que essa é uma doença estrogênio-dependente. Sendo assim, nos dias em que a ação estrogênica está em alta, as lesões endometrióticas são “ativadas”, ocasionando inflamação e dores na região pélvica.

Acompanhe este post com atenção e compreenda como acontece o ciclo menstrual e qual é a relação dos hormônios com a endometriose!

As etapas do ciclo menstrual

O ciclo menstrual tem início com a menstruação e passa por três etapas: folicular, ovulatória e lútea. Ao longo do ciclo, os hormônios agem de forma cíclica preparando o corpo da mulher para uma possível gravidez. Existem condições que interferem nesse processo, enquanto outros são influenciados por ele e resultam em problemas na ovulação, irregularidades menstruais e prejuízos nas funções reprodutivas — a endometriose e a síndrome dos ovários policísticos (SOP) são fortes exemplos.

Entenda como o ciclo menstrual acontece!

Fase folicular

A menstruação marca, mês após mês, o início de um novo ciclo menstrual. Nessa fase, ocorre a liberação de pequenos pulsos de FSH e LH pela glândula hipófise, que, por sua vez, é estimulada pelo hipotálamo, que, primeiramente, secreta o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH).

Juntos, os hormônios FSH e LH estimulam a função dos ovários, que promove o crescimento dos folículos ovarianos. Enquanto crescem, os folículos produzem estrogênio, provocando a proliferação das células do endométrio — tecido que reveste a parede do útero.

Ovulação

A fase ovulatória é marcada por um aumento súbito dos hormônios hipofisários, principalmente do LH, o que leva à maturação final e ruptura do folículo mais desenvolvido. Nesse momento, um óvulo maduro é liberado da estrutura folicular para ser captado pelas tubas uterinas. 

Fase lútea

Os elementos residuais do folículo que se rompeu formam o corpo-lúteo, cuja função é secretar estrogênio e, principalmente, progesterona para deixar as características endometriais adequadas à implantação de um embrião.

Se não houver fecundação, os níveis de estrogênio e progesterona apresentam queda, o corpo-lúteo regride e o tecido endometrial, que era mantido pelos hormônios reprodutivos, descama e menstrua. Assim, começa um novo ciclo menstrual.

Quando o óvulo é fecundado, o embrião se implanta no endométrio e tem início a produção do hormônio hCG — gonadotrofina coriônica humana. Essa substância mantém o corpo-lúteo em sua função de secretar progesterona e estrogênio. Os níveis elevados desses dois hormônios inibem a produção de LH e FSH, bloqueando o ciclo menstrual durante a gestação.

A relação entre ciclo menstrual e endometriose

A endometriose se manifesta de forma mais exuberante em algumas fases do ciclo menstrual, devido à ação do hormônio estrogênio e às reações inflamatórias provocadas pelo sangramento endometrial — dentro e fora do útero. 

Diante disso, cabe explicar que a endometriose é uma doença crônica, inflamatória e hormônio-dependente, caracterizada por implantes de tecido endometrial fora da cavidade uterina, principalmente em locais como peritônio, ovários, tubas uterinas, intestino e bexiga.

Como vimos, o endométrio passa por proliferação ao longo do ciclo menstrual para ficar mais espesso e adequado à chegada de um possível embrião. Sem fecundação, esse tecido se desprende e ocorre a menstruação. De forma semelhante, o tecido endometrial que está implantado em outros órgãos cresce com o estímulo estrogênico e sangra. Em resposta a isso, células imunologicamente ativas promovem a liberação de citocinas pró-inflamatórias.

A inflamação que ocorre nos órgãos lesionados dá origem a sintomas como: cólicas menstruais intensas; dor pélvica; dor durante as relações sexuais; dificuldades urinárias e intestinais. Esses sintomas são evidentes durante o período pré-menstrual, devido ao aumento nos níveis de estrogênio, bem como nos dias de menstruação, em razão das reações inflamatórias.

O uso de anti-inflamatórios e medicamentos hormonais para controlar a ação estrogênica é uma das formas de tratamento da endometriose. Entretanto, os fármacos apenas aliviam as manifestações da doença, mas não curam as lesões. 

Os casos mais graves — com sintomas intensos que não reduzem com a medicação, comprometimento funcional dos órgãos e infertilidade — são tratados cirurgicamente. Isso é feito com técnicas de cirurgia minimamente invasiva, como a videolaparoscopia e a cirurgia robótica assistida.

Após a cirurgia e a remoção completa do tecido endometriótico, os resultados geralmente são positivos, promovendo a redução das dores e a recuperação da qualidade de vida da portadora. Ainda assim, é importante que a mulher faça o acompanhamento médico regular para intervir de forma precoce em casos de recidiva das lesões.

Assim, vemos que a endometriose tem manifestações que se tornam mais evidentes conforme as fases do ciclo menstrual, podendo deixar a portadora incapacitada de realizar suas atividades habituais quando as dores se intensificam. Portanto, o diagnóstico e o tratamento são fundamentais para reduzir os impactos da doença na vida da mulher.

Leia também nosso texto institucional e confira informações completas sobre endometriose!

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