Dr. Luiz Flávio
A dor do parto é famosa, base de comparação para muitas mulheres que já passaram por ela. Porém, a realidade é que existem muitas formas de aliviar os processos dolorosos do parto normal e do puerpério pós-cesárea.
Durante o puerpério, especialmente para as mulheres que passaram por cesarianas, é importante que alguns cuidados sejam tomados com o objetivo de diminuir a dor, acelerar o processo de cicatrização da cirurgia e devolver à mulher a estrutura física anterior à gravidez.
Nos acompanhe na leitura do texto e conheça mais dicas para diminuir a dor durante o parto e o puerpério.
A dor que a mulher sente quando entra em trabalho de parto é, na verdade, um mecanismo importante na condução do trabalho de parto como um todo.
As contrações indicam que o útero está se preparando para dar à luz e o acompanhamento das mudanças na sua frequência e intensidade são um verdadeiro monitoramento do andamento do parto.
As contrações do trabalho de parto são caracterizadas por dor no baixo ventre, como se fosse uma cólica menstrual mais forte que o habitual, dor em forma de pontada na região da vagina ou no fundo das costas.
Além disso, a barriga fica muito dura durante a contração, que tem duração de 40 a 60 segundos por vez.
Na fase de dilatação do procedimento de parto normal, o colo do útero começa a relaxar sua musculatura e aumentar em diâmetro. Ao mesmo tempo, é nesse momento em que se avalia a descida do bebê, que deve ficar em posição cefálica, ou seja, com a cabeça apontada para baixo.
O segundo tipo de dor que ocorre num parto é a passagem do bebê pelo colo uterino e o canal vaginal, imediatamente antes do nascimento, quando se espera que o diâmetro do trajeto de passagem do bebê esteja até 10 vezes maior que o original.
Normalmente, após a saída do bebê, a mulher deixa de sentir dor, mas pode sentir-se muito cansada, já que o esforço da ajuda no período expulsivo é bastante intenso.
No caso em que o parto ocorre por cesariana, a dor costuma surgir no pós-parto, muito mais do que no parto, que acontece de forma cirúrgica, com anestesia.
É comum que a mulher fique inchada e sinta a barriga ainda um pouco pesada, mesmo sem o bebê.
Além disso, o tempo de cicatrização da cirurgia é semelhante ao que ocorre em outros procedimentos cirúrgicos do mesmo porte, levando a alguns dias de repouso para a recuperação total.
No caso das cesáreas, a dor do parto é controlada pelo uso de anestesia e analgésicos, administrados durante o procedimento. Já no parto normal, duas costumam ser as principais opções: anestesia parcial e técnicas não farmacológicas.
Na maioria das vezes em que a mulher opta pelo parto normal, é possível fazer anestesia epidural pouco tempo após o início das contrações, assim que a mulher chega no hospital e as dores estejam incomodando. A epidural é dada por via injetável, no espaço ao redor do canal espinhal, em grande quantidade e por um cateter.
Mesmo sem dor, é fundamental que a mulher faça força durante o parto normal e o risco é que em algumas situações a anestesia pode alterar a sensibilidade às contrações. Nesses casos, é necessário que a paciente seja orientada pela equipe médica sobre o momento das contrações para que as forças realizadas sejam efetivas.
Outras técnicas podem ser úteis.
A respiração reduz a liberação de substâncias que estimulam a dor e proporciona concentração para um maior controle emocional do parto. Na fase das contrações, a melhor forma de respirar é lenta e profundamente, para aumentar a oxigenação do corpo.
Banhos de imersão em água morna costumam ajudar a mulher a lidar com a dor das contrações, pois promovem vasodilatação e relaxam a musculatura do corpo como um todo.
Massagens também são valiosas no controle da dor, especialmente quando feitas na lombar, local para onde as dores se irradiam, e na cervical, já que é comum que a gestante fique tensa durante os períodos dolorosos.
Tendo em vista que a dor não é um processo restrito às sensações físicas, mas também resultante do estado emocional da gestante, a presença de pessoas de confiança junto da mulher, especialmente no momento do parto, é um importante fator de conforto emocional e, por isso, de alívio.
Os cuidados durante o puerpério do parto normal são mais simples que aqueles necessários no pós-operatório da cesariana.
Nos casos de parto normal, é comum que haja uma espécie de “dor pós-parto” referentes à involução uterina. Esse quadro pode ser tratado em casa, com ajuda de compressas quentes (bolsa de água quente).
Durante esse período pode haver um sangramento semelhante à menstruação, facilmente contido por absorventes. Aconselha-se que os absorventes sejam trocados com frequência, já que o corpo está mais vulnerável a infecções, e que a mulher limpe o períneo, região entre o ânus e vagina, após urinar ou evacuar, aplicando água morna na área e secando com panos higiênicos.
Banhos de assento podem acelerar a cicatrização natural do canal vaginal e manter a região higienizada.
O tempo total de recuperação da cesárea é bastante variável. No período inicial é aconselhado maior repouso e a dor dos primeiros dias pode ser tratada com anti-inflamatórios e analgésicos.
Aproximadamente 20 dias depois, com orientação médica, a mulher pode fazer exercícios, que ajudam a estabilizar o corpo e reduzir a sensibilidade com a cicatrização da cirurgia.
Fazer mais força do que o recomendado, no puerpério, pode significar alterações na cicatrização e risco de infecção da cicatriz, por isso é normal que durante esse período a mulher precise do auxílio de outra pessoa próxima para afazeres habituais.
Compartilhe o texto para que mais pessoas conheçam detalhes da dor relacionada aos tipos de parto.