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Conheça os sintomas da SOP

Conheça os sintomas da SOP

Dr. Luiz Flávio

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença endócrina, portanto relacionada ao sistema hormonal, que ocorre exclusivamente em mulheres. Os sintomas da SOP, geralmente, surgem na puberdade, mas podem continuar durante a vida adulta.

O aumento na produção de testosterona é uma das principais características da doença e, portanto, algumas mulheres desenvolvem traços masculinos no corpo. Essas evidências físicas, no entanto, não são suficientes para o diagnóstico.

Existe um Consenso que recomenda que, para serem diagnosticadas com a SOP, as mulheres devem apresentar, no mínimo, dois dos seguintes sintomas: oligomenorreia (com ou sem anovulação), hiperandrogenismo e ovários policísticos à ultrassonografia. No entanto, essas não são as únicas manifestações relatadas por pacientes da síndrome.

Neste artigo, são abordados os principais sintomas da SOP. Se você acredita que é portadora da doença, continue a leitura e conheça mais a respeito.

Oligomenorreia

Altos níveis de hormônios masculinos — e da insulina — em mulheres podem modificar seus ciclos menstruais. A oligomenorreia é um dos principais sintomas da SOP, quando a menstruação ocorre com intervalos maiores que 35 dias.

No entanto, as disfunções menstruais não se resumem à oligomenorreia, embora esta seja a mais comum. Algumas mulheres podem apresentar frequências irregulares ou mesmo parar de menstruar completamente, o que chamamos de amenorreia.

Anovulação

Em condições ideais, os ovários liberam um óvulo para fecundação a cada ciclo menstrual, mas, por diferentes motivos, isso pode não acontecer.

A anovulação, ou seja, a ausência de ovulação, pode ocorrer, naturalmente, nos primeiros anos da vida fértil da mulher ou próximo à menopausa. No entanto, quando os períodos menstruais se tornam mais longos, a anovulação está mais propensa a acontecer, muitas vezes, traduzidas pela oligomenorreia.

Hiperandrogenismo

Androgênios são hormônios que estimulam o desenvolvimento de características masculinas, como o crescimento de pelos faciais. O mais conhecido é a testosterona, que também existe, em menor grau, em mulheres.

Quando os níveis de androgênios estão acima do ideal em pessoas do sexo feminino, ocorre o que chamamos de hiperandrogenismo. Nesses casos, a mulher pode apresentar quadros de anovulação, alterações no ciclo menstrual e mudanças físicas, como:

  • hirsutismo: crescimento de pelos (geralmente mais grossos e escuros) no rosto e em outras partes do corpo, como no abdômen e seios;
  • alopecia androgênica: perda capilar, semelhante ao que ocorre em homens com calvície;
  • acne: aparecimento de espinhas, cravos e pólipos fibroepiteliais (pequenas protuberâncias cutâneas);
  • acantose nigricans: manchas escuras na pele em dobras e vincas do corpo.

Para o diagnóstico da SOP, não é necessário o aumento laboratorial destes hormônios, basta o aparecimento de suas manifestações clínicas.

Síndrome dos ovários policísticos

O surgimento de múltiplos cistos em pelo menos um dos ovários pode ser um dos sinais da SOP. O consenso e a literatura internacional estabelecem que a existência de 12 ou mais folículos medindo entre 2 e 9 milímetros de diâmetro ou de um ovário maior que 10 cm3 é o que seria encontrado nesta síndrome.

Para averiguar a existência desses cistos, no entanto, faz-se necessário um exame ultrassonográfico e uma análise mais cuidadosa, de modo a identificar se o surgimento dos folículos não está relacionado a algum outro motivo, como cistos nos ovários, por exemplo, que são únicos e bem maiores.

Entretanto, não é necessária a presença desta característica policística para o diagnóstico da síndrome, assim como a sua simples presença tampouco a define. Faz-se necessário preencher os demais critérios.

Sangramento Uterino

A progesterona é um hormônio produzido pelo ovário. Ele normalmente contrapõe a proliferação endometrial promovida pelo estrogênio.

No entanto, como mulheres com a síndrome podem apresentar uma redução ou interrupção na ovulação, os níveis de progesterona, nesses casos, são mais baixos.

Isso pode estimular um crescimento do endométrio e, com isso, causar um sangramento uterino ou menorragia (aumento na quantidade do fluxo menstrual).

Ganho de peso

O ganho de peso e a obesidade também são sintomas comuns em quem tem a síndrome. Cerca de 63% das mulheres com SOP apresentam sobrepeso.

Essa realidade, no entanto, pode variar de acordo com a idade, raça, alguns fatores genéticos e ambientais. A relação entre ganho de peso e a SOP ocorre devido à resistência insulínica — e isso independe do fator obesidade.

Quando isso acontece, as células do corpo produzem mais insulina, devido à resistência, para conseguir controlar a glicose no sangue e isso pode tanto afetar a função hormonal dos ovários quanto influenciar no ganho de peso, perpetuando o ciclo, uma vez que o sobrepeso pode intensificar a resistência insulínica.

Problemas emocionais

Além da má qualidade do sono, que pode aumentar o nível de estresse em qualquer pessoa, o desenvolvimento de doenças como a ansiedade e depressão são comuns em quem sofre com a SOP.

De acordo com uma pesquisa, mulheres com a doença são mais propensas à depressão, ansiedade e a conceber uma pior imagem de seu próprio corpo.

Isso ocorre, principalmente, devido às mudanças físicas que a SOP induz, como o ganho de peso, o surgimento de pelos faciais e os problemas com a acne, que afetam a autoestima e a sexualidade da mulher.

Fertilidade reduzida

A infertilidade é, na verdade, mais do que um sintoma da SOP, já que também é uma consequência da doença. Devido à possibilidade da ovulação irregular, algumas mulheres podem apresentar mais dificuldade para engravidar.

No entanto, é importante observar que essa situação não atinge a todas as mulheres com a SOP. Existem casais que conseguem ter bebês sem tratamento especializado, apenas com a assistência de um médico. Em outros casos, são necessárias as técnicas de reprodução assistida.

Esses são os principais sintomas da SOP, mas sem uma anamnese completa, ultrassonografia e avaliação dos hormônios no sangue, não é possível diagnosticar a síndrome, que é feita por exclusão. Faz-se necessária uma consulta ao ginecologista para realizar exames e conversar sobre a alimentação, os ciclos menstruais e a prática de exercícios físicos, por exemplo. Os sintomas devem ser abordados, no entanto o tratamento mais duradouro desta síndrome, muitas vezes, consiste na mudança de hábitos de vida, adotando uma alimentação e comportamentos mais saudáveis.

Se você quiser saber mais a respeito das causas e tratamentos da SOP, leia agora este artigo sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos.

 

 

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[…] que possam provocar diferentes formas de infertilidade, como alterações hormonais decorrentes da SOP (síndrome dos ovários policísticos) ou a presença de miomas e pólipos, que podem prejudicar a […]

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