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Desafios da endometriose: veja mais sobre a doença

Desafios da endometriose: veja mais sobre a doença

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma condição muito desafiadora tanto para os médicos quanto para as pacientes. Por esse motivo, algumas pesquisas mostraram que o intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico da doença é de 7 a 10 anos, em média. Mas por que isso acontece?

A primeira razão é a inespecificidade dos sintomas, ou seja, não há nenhum que seja exclusivamente ligado à endometriose. Suas principais manifestações são: cólicas menstruais (dismenorreia) intensas, dor pélvica crônica, infertilidade e dor na relação sexual (dispareunia).

Estas são queixas ginecológicas comuns, presentes em mulheres saudáveis ou relacionadas a outras doenças também muito prevalentes, mas sem tantas complicações, como, por exemplo, os miomas uterinos. Com isso, a paciente pode demorar a buscar o atendimento médico especializado.

Esses mesmos motivos fazem com que profissionais menos experientes com a endometriose não investiguem tão a fundo. Quando veem resultados negativos na ultrassonografia pélvica ou na ressonância magnética, podem associar os relatos das pacientes com quadros psicossomáticos ou funcionais.

No entanto, como veremos a seguir, algumas formas da doença podem “escapar” das técnicas de exame. Isso traz um desafio ainda maior para o início do tratamento, que precisa ser individualizado para cada paciente. 

Quer entender melhor? Acompanhe o texto até o final!

Desafios da identificação de sintomas da endometriose

Como vimos na introdução, o diagnóstico é um dos primeiros obstáculos para o acompanhamento da endometriose. Tudo começa com a sua significativa variabilidade de apresentações clínicas.

Ademais, uma parcela importante das mulheres com a doença não manifesta nenhum sintoma, sendo, pois, assintomáticas. Outras, por sua vez, apresentam sintomas ocultos, como a infertilidade. Ou seja, elas não sentem fisicamente quase nada no seu dia a dia, mas uma das funções de seu corpo está comprometida pela doença, que apenas será diagnosticado quando houver tentativa de gestação. 

Há ainda pacientes que apresentam sintomas mais sutis e leves, como as cólicas menstruais recorrentes ou alguns episódios intermitentes mais intensos. Então, elas se automedicam e não procuram a assistência médica especializada.

Por fim, há mulheres que apresentam quadros bem intensos, com muitos sintomas ou persistência de dor intensa. Nesse caso, o diagnóstico pode demorar, pois a intensidade pode fazer com que o médico foque sua investigação em condições mais graves e raras.

Desafios do estadiamento da endometriose

A endometriose pode ser classificada em três tipos de lesões:

  • endometriomas: cistos com conteúdo endometrial ectópico que crescem dentro do ovário;
  • endometriose superficial: elas atingem as estruturas sem, entretanto, invadir muito em relação à superfície;
  • endometriose profunda: invadem mais profundamente órgãos e tecidos.

Aí, surge um grande desafio: ao contrário de outras doenças, os sintomas da endometriose não são necessariamente ligados ao grau de invasão, à extensão ou à localização da doença. Apesar de pacientes com doença profunda normalmente apresentarem mais sintomas, há pacientes com infertilidade ou com dores intensas que apresentam lesões superficiais, enquanto outras são assintomáticas mesmo com lesões profundas e extensas.

Desafios da investigação da endometriose 

Outro grande obstáculo dessa doença é a ausência de um exame laboratorial que permita excluir ou concluir o diagnóstico. Exames de imagem especializados nos dão uma grande acurácia para o diagnóstico de várias apresentações da doença, mas dependem muito do profissional que os realiza. Sendo assim, a única forma de diagnosticar definitivamente todas as formas da endometriose é a visualização cirúrgica das lesões seguida da coleta de biópsias.

Felizmente, a laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva) tem se tornado cada vez mais disponível, sendo muito mais segura que outras técnicas cirúrgicas. Isso amplia as possibilidades do médico para casos que se beneficiariam da confirmação da endometriose e da retirada das lesões em um único tempo. 

O exame mais requisitado é a ultrassonografia pélvica transvaginal com preparo intestinal, também conhecida como ultrassonografia para endometriose, que é bastante sensível para encontrar endometriomas e endometriose profunda.

No entanto, não apresenta resultados tão bons para a endometriose superficial. Com isso, um exame negativo não pode ser interpretado como a ausência da doença. Diante disso, alguns profissionais podem encarar os sintomas como normais, atrasando o diagnóstico, não progredindo na investigação.

Desafios do tratamento da endometriose

Por fim, não podemos deixar de falar dos desafios do tratamento. Atualmente, existem as seguintes modalidades de tratamento contra a endometriose:

  • clínico: uso de analgésicos, anti-inflamatórios, opioides e/ou medicamentos hormonais que reduzem a ação do estrogênio nas lesões;
  • cirúrgica: retirada das lesões, por método minimamente invasivo (laparoscopia).

No caso da dor, a resposta pode ser muito variável e não há uma forma validada de prever como cada paciente responderá. Algumas podem se adaptar muito bem aos analgésicos, enquanto outras não melhoram nem mesmo com a terapia hormonal. Nessa última situação, a cirurgia pode ser a única forma de recuperar a sua qualidade de vida.

Todos esses desafios da endometriose fazem com que o acompanhamento da doença seja muito complexo e único. É fundamental a escuta ativa do médico. Nesse sentido, contar com um profissional experiente é uma forma de melhorar as chances de diagnóstico e tratamento precoces. Com isso, a mulher pode recuperar a sua qualidade de vida.

Quer entender melhor a endometriose e os seus sintomas mais comuns? Toque aqui!

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