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DIU: existem riscos?

DIU: existem riscos?

Dr. Luiz Flávio

DIU: existem riscos?

Embora existam vários métodos que possibilitem o controle de natalidade, como por exemplo os preservativos, chamados métodos de barreira, as pílulas anticoncepcionais ou cirurgias de esterilização, o DIU é, atualmente um dos mais adotados e indicados pelos especialistas.

Isto porque é o método contraceptivo de longa duração mais seguro e eficaz que existe e, ao mesmo tempo, reversível, assim, quando a mulher desejar engravidar basta retirá-lo, sem que haja nenhum risco para fertilidade. Além disso, as chances de gravidez são menores do que 1%.

Ou seja, depois que o DIU é inserido não é preciso mais preocupar, já que o tempo de duração também é longo: varia entre 5 anos e 10 anos, de acordo com o tipo, e é facilmente substituído.

O que é DIU e quais os tipos?

DIU é um dispositivo de plástico inserido no útero para evitar a concepção, revestido de metal ou hormônio: libera substâncias que tornam o útero um ambiente hostil para os espermatozoides, impedindo, assim, que a fecundação aconteça.

Dois tipos de DIU são mais frequentemente usados no Brasil: o de cobre e o Mirena, ou hormonal. Conheça abaixo a forma que cada um deles age para impedir a gravidez:

  • DIU de cobre: libera pequenas quantidades de cobre, que gera um processo inflamatório no endométrio, camada que reveste o útero internamente na qual o embrião implanta, impedindo, dessa forma que implantação (nidação) ocorra.  Além disso, causa alterações muco cervical e na mobilidade das tubas uterinas, inibindo a fecundação. O DIU de cobre pode permanecer no organismo por até 10 anos e, normalmente, tem com efeito colateral o aumento do fluxo menstrual.
  • DIU Mirena ou hormonal: libera pequenas doses diárias de um tipo de progesterona sintética, que torna o muco cervical mais espesso, impedindo a passagem dos espermatozoides e, consequentemente, a fecundação. Também evita o espessamento do endométrio e, assim, a implantação do embrião. Tem duração média de cinco anos e geralmente causa a diminuição ou interrupção do ciclo menstrual e, das cólicas. O Mirena é o contraceptivo que apresenta o menor risco de gravidez, por isso é geralmente o mais indicado pelos ginecologistas, também é uma opção importante para mulheres que sofrem com ciclos e cólicas menstruais mais intensos, da mesma forma que contribui para reduzir as chances para o de desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de mama e o de endométrio.

O DIU pode ser colocado a qualquer momento do ciclo menstrual, no entanto durante a menstruação o colo uterino está mais dilatado, o que pode facilitar. O procedimento é realizado por um ginecologista em ambiente laboratorial – clínicas ou consultórios médicos – sem o uso de anestesias, na maioria dos casos. O controle deve ser feito anualmente por um ultrassom transvaginal.

O uso de um dispositivo intrauterino não interfere na relação sexual, ao mesmo tempo que a quantidade de cobre ou progesterona liberada é muito baixa e praticamente restrita ao útero, com mínima absorção pela corrente sanguínea.

O DIU é apenas contraindicado nas seguintes situações:

  1. Processos inflamatórios: para utilizar o DIU a infecção deve ter sido curada (com confirmação por exames) no mínimo três meses antes da colocação. Exemplos de processos inflamatórios incluem: DIP (doença inflamatória pélvica), endometrite (inflamação do endométrio), cervicite (inflamação do colo uterino), tuberculose pélvica, vaginose, assim domo doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como clamídia e gonorreia, geralmente causadoras dos processos inflamatórios.  
  • Suspeita de gravidez: O DIU aumenta o risco de abortamento;
  • Câncer uterino: é contraindicado em mulheres com câncer;
  • Câncer de mama: para mulheres com câncer de mama o DIU Mirena é particularmente contraindicado;
  • Doenças hepáticas: o DIU Mirena também não deve ser utilizado quando houver histórico de doenças hepáticas;
  • Sangramento ginecológico anormal: se houver sangramento anormal ele deve ser investigado antes de o DIU sei inserido;
  • Alergia ao cobre: O DIU de cobre não de ser usado por mulheres com alergia conhecida ao metal;

Há riscos no uso de DIU?

Em algumas mulheres o dispositivo intrauterino pode ser expelido naturalmente no primeiro ano de uso, na maioria das vezes nas primeiras semanas. Geralmente há a manifestação de sintomas como sangramento ou dor quando isso acontece ou se ele estiver na posição errada, alertando para a necessidade de procurar o seu médico: ele pode ser substituído por outro, que tende a permanecer no lugar.

Pode ocorrer a perfuração do útero durante a colocação. No entanto, isso é bastante raro. Geralmente é descoberta por exames de imagem realizados alguns dias após o procedimento. Se ele perfurar o útero atravessando até cavidade abdominal deve ser removido cirurgicamente.

O DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e causar cólicas severas em algumas mulheres. Se até o final do primeiro ano não houver melhora, ele pode ser substituído pelo Mirena.

Há maior risco de gravidez ectópica (quando ela ocorre fora do útero, geralmente nas tubas uterinas) em mulheres que engravidam usando o DIU.

Mulheres que pretendem engravidar em um prazo menor que um ano também devem dar preferência a outros métodos anticoncepcionais de duração mais curta.

DIU e doenças sexualmente transmissíveis

A infecção pélvica, quando relacionada com o uso do DIU (inserção), ocorre no primeiro mês de uso. Admite-se, atualmente, que a exposição às doenças sexualmente transmissíveis (DST) seja responsável pela doença inflamatória pélvica nas usuárias, e não o DIU isoladamente. O DIU não está associado ao aumento no risco de infecções pélvicas

No entanto, o DIU previne a gravidez, mas não tem nenhuma ação contra as doenças sexualmente transmissíveis, por isso, mulheres com DIU também devem usar preservativos como forma de evitar o contágio.

Gostou do texto, mas ainda tem dúvidas, deixe um comentário que teremos prazer em esclarecê-la para você.

Considerado o método contraceptivo de longa duração mais seguro e eficaz que existe, o DIU raramente causa riscos, embora eles existam. Toque aqui para saber mais.

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Jackeliny
2 anos atrás

Muito bom!
Já não tenho dúvidas! Muito útil as informações!

Editor
1 ano atrás
Reply to  Jackeliny

Olá Jackeliny,

Fico feliz em saber que o conteúdo foi útil e tirou as suas dúvidas.

Obrigado.

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