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DIU Mirena x DIU Kyleena

DIU Mirena x DIU Kyleena

Dr. Luiz Flávio

Os dispositivos intrauterinos, os DIUs, são métodos contraceptivos muito populares no Brasil e no mundo. Afinal, oferecem uma proteção duradoura contra gestações indesejadas com apenas uma aplicação, além de serem reversíveis a qualquer momento. Com isso, são muito mais práticos do que as pílulas, que demandam a administração quase diária e apresentam risco de falhas quando não tomadas corretamente.

Os DIUs apresentam características muito interessantes: são inseridos dentro do útero, na cavidade endometrial, onde agem para evitar diferentes estágios da fertilização e da gestação. Podem se dividir em mecanismos hormonais (DIU Mirena e Kyleena) e não hormonais (DIU de cobre ou de prata). 

Todos apresentam eficácia de, pelo menos, 99%, com duração entre 5 e 10 anos de acordo com o tipo. Apesar disso, não reduzem o risco de doenças sexualmente transmissíveis, que são prevenidas com a camisinha.

Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe o nosso texto!

Quais são os tipos de DIU?

Todos os dispositivos contraceptivos de longa duração que são inseridos dentro do útero são chamados de DIU. No entanto, o mecanismo de ação é diferente, existindo duas classes principais:

metálicos: liberam partículas metálicas que causam uma leve inflamação no endométrio. Isso torna a cavidade uterina tóxica para o espermatozoide e o embrião, dificultando a sua sobrevivência. Além disso, deixam o endométrio mais hostil para a implantação do embrião;

hormonais: não causam inflamação, mas inibem a preparação para a fertilização pelos hormônios produzidos pela mulher no sistema reprodutor. Com isso, deixam o muco do colo uterino mais espesso e inibem a liberação secreções pelo endométrio. Isso dificulta a movimentação do espermatozoide até o óvulo.

DIU metálicos: DIU de cobre x DIU de prata

DIU de cobre

Esse DIU é constituído por uma peça plástica com extremidades revestidas de cobre, que liberam as partículas progressivamente. Suas vantagens são:

  • não utiliza hormônios, não apresentando os efeitos colaterais relacionados a essas substâncias, além de poderem ser utilizados em pacientes em que a contracepção hormonal é contraindicada;
  • apresentam baixo custo;
  • podem durar de 5 a 10 anos;
  • não interferem na ação de outros medicamentos.

No entanto, há algumas desvantagens:

  • são ligeiramente menos eficazes (99,5%) em relação aos DIU hormonais (0,2%);
  • por causarem um estado inflamatório, podem aumentar o fluxo menstrual e a intensidade das cólicas, especialmente nos primeiros meses. Portanto, não são indicados em mulheres que sofrem com sangramento uterino aumentado ou cólicas menstruais intensas;
  • não podem ser aplicados em mulheres com alergia conhecida ao cobre.

DIU de cobre e prata

Apesar de ser um evento incomum, as extremidades metálicas do DIU de cobre podem se romper. Para aumentar a resistência, há dispositivos que associam a prata ao revestimento. No entanto, não há outras vantagens comprovadas cientificamente.

DIU hormonais: DIU Kaleena x DIU Mirena

DIU Mirena (Levonorgestrel 52 mg)

É o DIU hormonal mais antigo disponível. Funciona por meio da liberação progressiva de baixas doses de progesterona, o que reduz os efeitos colaterais presentes nas pílulas desse hormônio. Suas vantagens são:

  • auxiliam no controle do ciclo menstrual e podem suprimir a menstruação. Por isso, são indicados para mulheres com alterações no fluxo menstrual;
  • por afetar a produção natural de hormônios sexuais pela mulher e o amadurecimento do endométrio, podem ser utilizados como parte do tratamento da endometriose;
  • o risco de gravidez é baixíssimo, cerca de 0,2%.

Como desvantagem apresentam:

  • podem causar efeitos colaterais relacionados à progesterona presente;
  • não podem ser usados em mulheres com contraindicação absoluta ao uso de progesterona;
  • menor duração média, aproximadamente 5 anos.

DIU Kyleena (Levonorgestrel 19,5 mg)

Há algum tempo, os desenvolvedores de DIU vinham testando a eficácia de menores doses de progesterona. Com isso, seria possível manter uma redução de risco de gestação semelhante ao DIU Mirena, mas com menos efeitos colaterais. 

Quais são as contraindicações gerais e específicas dos DIU?

Algumas condições contraindicam o uso de qualquer tipo de DIU, como:

  • gravidez suspeita ou atual;
  • câncer;
  • doenças sexualmente transmissíveis que afetam o útero;
  • malformações estruturais uterinas;
  • infecção do trato genital inferior;
  • endometrite pós-parto;
  • doença inflamatória pélvica;
  • miomas e doenças que deformam a cavidade do útero, pois aumentam o risco de expulsão do DIU;
  • sangramentos uterinos e vaginais que não foram investigados previamente.

Os DIU hormonais apresentam outras contraindicações:

  • doenças que reduzem a funcionalidade do fígado e tumores hepáticos;
  • trombose aguda antes do início da terapia de anticoagulação. 

Ao contrário dos métodos que usam estrogênio, os DIU Mirena e Kyleena podem ser utilizados em mulheres com risco elevado ou história prévia de eventos trombóticos.

Diante de tudo que vimos, cada DIU apresenta suas vantagens e desvantagens, assim, a decisão de qual utilizar deve ser individualizada. Para isso, a mulher e seu ginecologista deverão considerar a coexistência de condições que se beneficiam de determinado DIU, as contraindicações e a tolerância pessoal aos efeitos colaterais.

Quer saber mais sobre a colocação dos dispositivos intrauterinos nos consultórios de ginecologia? Toque aqui!

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