Dr. Luiz Flávio
Na ginecologia, denominamos dor pélvicaaquela que atinge a região inferior do abdômen abaixo das cristas ilíacas (porção anterossuperior dos ossos da bacia). Ali, estão localizados os órgãos reprodutores femininos, grande parte do aparelho urinário, com exceção dos rins, e a porção terminal do trato gastrointestinal. Por isso, é um sintoma muito comum nos consultórios, que demanda investigação e tratamento.
Inicialmente, o médico avalia as características da dor, como duração, frequência e fatores de piora. Então, realiza-se o exame físico em busca de sinais que auxiliam no diagnóstico. Caso seja necessário, alguns exames de laboratório ou de imagem devem ser requisitados. Por fim, o tratamento será direcionado ao alívio dos sintomas e à resolução/controle da causa da queixa.
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Qualquer condição que afeta o sistema reprodutor feminino, a bexiga e as vias urinárias, assim como o trato gastrointestinal, pode levar à dor pélvica.
Além disso, frequentemente, dores pélvicas esporádicas são provocadas por processos fisiológicos normais, como a ovulação e a menstruação. Assim, a primeira conduta do médico será caracterizar muito bem essa dor para levantar as hipóteses mais prováveis. Na medicina, dizemos que a dor tem dez sinais orientadores (cardinais):
É importante que você observe as características da sua dor para dar informações mais precisas para o médico.
O tratamento pode envolver estratégias de redução da dor com o uso de medicamentos analgésicos, antiespasmódicos e anti-inflamatórios. Entretanto o principal objetivo é a resolução ou controle da condição que causa o sintoma.
Para isso, a ginecologia, uma das distinções mais importantes leva em conta a duração, a evolução e a relação com as funções orgânicas, que divide a dor pélvica em aguda e crônica.
Seu início deve ser inferior a 3 meses. Como pode estar associada à gestação, o teste de gravidez sempre deve ser realizado.
Tratamento das principais causas ginecológicas de dor pélvica aguda com teste de gravidez positivo |
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Abortamento |
Inicialmente → conduta expectante, isto é, aguardar a liberação espontânea dos produtos embrionários. Abortamentos com complicações ou retido → curetagem |
Gestação ectópica |
Em grande parte dos casos, o tratamento clínico para interrupção da gestação. Risco de vida da mãe ou ineficácia do tratamento clínico →abordagem cirúrgica |
Gravidez com complicação |
Medidas para reduzir o risco de abortamento e acompanhamento com o pré-natal de alto risco. |
Em geral, a conduta é expectante. Se houver sinais de risco de gravidade (queda da pressão) ou tamanho maior do que 5 cm, está indicada a cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia).
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Já os testes negativos levam as seguintes suspeitas de causas ginecológicas:
Tratamento das principais causas ginecológicas de dor pélvica aguda com exame de gravidez negativo |
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Doença inflamatória pélvica |
Uso de antibióticos |
Doenças sexualmente transmissíveis |
Expectante ou uso de antibióticos |
Torção de ovário |
Abordagem cirúrgica minimamente invasiva ou aberta |
Ruptura de cisto ovariano ou de endometriomas |
Abordagem cirúrgica minimamente invasiva |
Endometrite |
Uso de antibióticos |
Tumores malignos do sistema reprodutor |
Quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal e/ou cirurgia. A decisão é individualizada de acordo com as características do tumor. |
Também, é possível que a dor pélvica aguda seja causada por condições não ginecológicas:
Tratamento das principais causas não ginecológicas de dor pélvica aguda |
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Apendicite |
Abordagem cirúrgica minimamente invasiva |
Cálculos nas vias urinárias |
Pode ser inicialmente expectante, caso a localização e o tamanho do cálculo permitam que ele seja expelido naturalmente. Senão, algumas alternativas são: • Quebra do cálculo por métodos não invasivos para facilitar a liberação espontânea.
• Retirada do cálculo por endoscopia.
• Em casos mais complicados, pode ser necessária a cirurgia minimamente invasiva ou aberta.
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Constipação intestinal |
Melhora de hábitos de vida e uso de laxativo |
Infecções urinárias |
Uso de antibióticos |
É muito importante distinguir aquelas que se iniciaram nas últimas horas e aumentaram rapidamente de intensidade, visto que podem ser sinal de emergência. Nesses casos, você deve procurar atendimento médico o quanto antes.
São as dores que estão associadas ao ciclo menstrual:
É a dor com duração superior a 6 meses, que persiste fora do período menstrual e interfere na qualidade de vida. As causas nãoginecológicas mais frequentes são:
As causas ginecológicas mais comuns são:
A endometriose é o diagnóstico mais comum em mulheres que relatam dor pélvica, sendo encontrada em:
O tratamento da endometriose pode ser:
Pela complexidade da dor pélvica crônica, é importantíssimo que ela seja acompanhada por um médico experiente. Evite se automedicar, pois isso pode adiar o tratamento da causa da dor ou de condições potencialmente graves.
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