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Endometriomas dificultam a gravidez?

Endometriomas dificultam a gravidez?

Dr. Luiz Flávio

Endometriomas dificultam a gravidez?

A endometriose é uma doença benigna do aparelho reprodutor feminino caracterizada pelo crescimento anormal de um tecido semelhante ao endometrial, que reveste internamente o útero, fora da cavidade uterina

O tecido cresce em locais como os ovários, as tubas uterinas e os ligamentos que sustentam o útero. São regiões importantes para a reprodução, por isso, a endometriose pode resultar em infertilidade feminina.

A apresentação da endometriose pode ser de forma difusa, com implantes nessas regiões, ou de forma localizada, com a formação de endometriomas. É classificada em graus de desenvolvimento (do I ao IV) e morfologicamente em três subtipos, de acordo com o local de implantação, a quantidade e profundidade das lesões, o comprometimento funcional do órgão e o número de endometriomas.

Continue a leitura deste texto para entender melhor o que são endometriomas e como eles podem dificultar a gravidez.

O que são endometriomas?

Os três subtipos morfológicos da endometriose são a endometriose peritoneal superficial, quando há a formação de pequenas lesões no peritônio, nos graus I e II de desenvolvimento, a endometriose ovariana, caracterizada pela presença de endometriomas, grau III e a endometriose infiltrativa profunda, quando as lesões infiltram e invadem diversos locais ao mesmo tempo, grau IV.

Na endometriose ovariana se formam cavidades escuras, cheias de líquido, que podem variar em tamanho, conhecidas como endometriomas ou ‘cistos de chocolate’, por serem um tipo de cisto preenchido com líquido em tom amarronzado.

Os cistos se desenvolvem em um ou nos dois ovários, embora sejam mais comuns no esquerdo. Podem ter poucos milímetros ou alguns centímetros. Estudos indicam que ocorrem entre 20% e 40% das pacientes com endometriose em estágios mais avançados (graus III e IV da doença).

Por que os endometriomas podem afetar a fertilidade feminina?

Nem todas as mulheres com endometriose têm infertilidade. Porém, 30% com infertilidade têm endometriose. A doença causa alterações na fertilidade de várias maneiras. O tecido anormal pode distorcer a anatomia física, dificultando a ovulação e a fecundação. Ou produzir agentes inflamatórios, causando um ambiente tóxico, alterando a qualidade dos óvulos e a receptividade endometrial, afetando, assim, a capacidade do embrião de se implantar.

Mulheres portadoras de endometriose, com endometriomas, têm desafios ainda maiores quando se trata de fertilidade: em comparação com as sem, apresentam uma quantidade menor de folículos no tecido ovariano ao redor do cisto, menor quantidade de folículos antrais – que possuem capacidade para posteriormente ovular – e maior dificuldade na maturação do folículo, assim como também tendem a ter um nível mais alto de FSH (hormônio folículo estimulante),  levando ao desequilíbrio hormonal.

A presença de endometriomas em ambos os ovários, por outro lado, tem um efeito significativo na reserva ovariana. São problemas que resultam em distúrbios de ovulação, como anovulação, considerados a causa mais comum de infertilidade feminina.

Além disso, enquanto algumas possuem endometriomas e são assintomáticas, muitas apresentam sintomas semelhantes aos da endometriose, como períodos menstruais mais dolorosos, dor pélvica entre os períodos e dor durante as relações sexuais(dismenorreia).

Dessa forma, os sintomas geralmente manifestados pela doença em estágios mais avançados, se tornam ainda mais severos, comprometendo a qualidade de vida das mulheres portadoras e interferindo nas relações pessoais.

Apesar dos danos que os endometriomas causam nos ovários, muitas mulheres com eles conseguem engravidar naturalmente. O tratamento é indicado quando há a manifestação de sintomas mais severos ou quando eles causam infertilidade.

Como os endometriomas são tratados?

A suspeita de endometrioma pode ser sugerida pela queixa clínica da paciente e pela ultrassonografia. A confirmação se dá pela inspeção dos ovários por laparoscopia ambulatorial e exame histológico.

 As opções de tratamento incluem a conduta expectante, terapêutica medicamentosa ou cirúrgica.

Para controlar os sintomas são prescritos medicamentos hormonais que bloqueiam a função dos ovários, de forma contínua ou cíclica.

Quando não há resposta ao tratamento ou se os endometriomas causarem infertilidade e a mulher pretende engravidar, a cirurgia passa a ser a indicação, sobretudo para os casos de endometriomas com diâmetro maior que 3 cm, devido à má resposta e aos altos índices de recidiva apenas com o bloqueio da função ovariana.

As drogas bloqueadoras da função ovariana também possuem um papel importante quando utilizadas no pré-operatório por reduzirem a vascularização pélvica, o tamanho do cisto e a inflamação.

O procedimento para remoção é chamado cistectomia. É realizado por laparoscópica cirúrgica. A laparoscopia ou videolaparoscopia é uma técnica minimamente invasiva, que utiliza um aparelho, o laparoscópio, tubo ótico com uma câmera acoplada que possibilita a transmissão da cirurgia por imagens de alta resolução transmitidas em um monitor e, o acompanhamento em tempo real pelo especialista.

É considerada o padrão ouro de tratamento, associada à menor taxa de recorrência de endometriomas após a remoção e à maior de gravidez espontânea. De acordo com o caso, diagnóstico e remoção podem ser realizados em um mesmo procedimento. A prática é conhecida como see and treat, ou ver e tratar.

Outra opção de tratamento para mulheres com endometriomas que desejam engravidar é a fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida que pode ajudar a paciente a atingir suas metas de gravidez, apesar dos endometriomas.

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