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Endometriose assintomática: consequências

Endometriose assintomática: consequências

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma condição que acomete muitas mulheres, especialmente na idade fértil. Ela pode ser sintomática ou assintomática. No primeiro caso, apresenta 3 sintomas principais:

Dor pélvica crônica: dor presente por mais do que 6 meses e não relacionada ao ciclo ou período menstrual;
Dismenorreia: cólica intensa durante o período menstrual, podendo causar grandes transtornos cíclicos;
Dificuldade para engravidar: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade pode ser diagnosticada após um ano de tentativas, sem o uso de preservativos.

Quando for diagnosticada a infertilidade, a suspeita de endometriose deve ser levantada, uma vez que ela está presente em 30% a 50% das mulheres com essa queixa. Quer saber mais? Acompanhe!

Endometriose assintomática

No entanto, nem sempre a endometriose apresenta sintomas perceptíveis no dia a dia da mulher. Então, a descoberta é feita em situações, como:

Na investigação de outras doenças pélvicas e/ou abdominais, com métodos de imagem, encontram-se lesões sugestivas de endometriose;
Durante cirurgias nessas localidades para outras condições, o médico identifica um implante sugestivo de endometriose.

Em todos esses contextos, dizemos que a endometriose foi um achado incidental. Afinal, os procedimentos não foram realizados com o objetivo de diagnosticá-la ou tratá-la, eles foram indicados por sintomas de outras doenças. Porém, em muitas situações, um bom olhar clínico poderia ter levado à percepção prévia de sinais e manifestações ocultas.

Sinais de endometriose em mulheres assintomáticas

Os sinais são aquelas manifestações de uma doença percebidos por outra pessoa, geralmente o médico ou outro profissional de saúde. Muitas pessoas os confundem com os sintomas, que são as queixas levadas por você durante a consulta.

Para identificar os sinais, os ginecologistas realizam um exame físico completo após conversar sobre a sua saúde. Isso será essencial para identificar alterações que não foram percebidas pela própria mulher.

Algumas técnicas utilizadas são:

Palpação da região pélvica;
Inspeção e toque da vulva, do canal vaginal e do colo uterino;
Movimentação ativa do útero e do colo.

Em todas elas, podem ser encontrados sinais sugestivos de endometriose.

Dor durante a palpação

Quando o médico pressiona a região pélvica ou movimenta seu útero, você sente uma ligeira dor, que não estava presente em outras situações.

Em algumas situações, uma dor intensa ocorrequando o médico realiza o toque e a movimentação do colo do útero. Apesar de essas técnicas serem incômodas, a elevada intensidade é um sinal de uma possível anormalidade.

Lesões típicas à inspeção visual do canal vaginal

Apesar de essas localizações serem mais raras, a endometriose pode atingir a mucosavaginal e o colo do útero. Um médico experiente poderia perceber que as lesões apresentam uma característica sugestiva e levantar a suspeita.

Massa pélvica: um sinal de endometrioma

No exame ginecológico, uma das principais preocupações médicas é a presença de tumores no ovário (massas anexiais). Então, nas consultas de rotina, a região é sempre palpada com muita atenção.

Caso encontre alguma alteração em uma paciente assintomática, será preciso investigá-la com um exame de imagem, geralmente a ultrassonografia transvaginal. Então, o laudo pode indicar que o tumor se trata de um endometrioma, um cisto característico de endometriose localizado no ovário.

Infertilidade: o sintoma oculto da endometriose


Outra situação bem comum é diagnosticar a
endometriose durante a investigação de casos de infertilidade. Frequentemente a paciente pode relatar que não sente nenhuma dor ou relata apenas incômodos leves, que nunca chegam a chamar sua atenção. Com isso, ela vai julgar estar assintomática, dizendo estar tudo bem durante as consultas.

Então, a procura pelo ginecologista acontece após muitas tentativas malsucedidas de engravidar. Nesse sentido, o diagnóstico pode demorar muitos anos para ser feito, pois:

A mulher programou ter uma gestação mais velha;
O casal associa o insucesso a vários outros fatores e demora para procurar um ginecologista-obstetra para auxiliá-los;
Infelizmente, muitas mulheres tentam engravidar sem um planejamento adequado para aumentar as chances de sucesso e realizar um tratamento preventivo para doenças da gestação ou malformações congênitas no feto.

Nessa situação, não dizemos que a paciente estava completamente assintomática. Na verdade, havia um sintoma oculto e mais difícil de associar com a endometriose.

A seguir, a conduta será a investigação das principais formas de endometriose pela ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal. Esse exame é a primeira linha para o diagnóstico não invasivo da doença. Caso necessário, outros métodos podem ser acrescentados.

Se o laudo apontar características sugestivas da condição, o tratamento padrão envolve:

A utilização de técnicas de reprodução assistidas, como a fertilização in vitro;
A retirada dos implantes pela videolaparoscopia (cirurgia minimamente invasiva);

Ainda não há um consenso sobre qual procedimento realizar inicialmente, a decisão deverá ser individualizada de acordo com a avaliação médica.

Por tudo isso, o acompanhamento rotineiro com um ginecologista experiente é muito importante para a saúde geral e reprodutiva das mulheres. Ele deve ter como objetivo a promoção da saúde, a prevenção de doenças e o planejamento familiar. Com isso, há muito mais chances de se identificar a endometriose e os seus reflexos na fertilidade nas mais diversas condições.

Quer saber mais sobre a endometriose e seu tratamento tanto nos casos de dor quanto de infertilidade? Confira este post completo sobre o assunto!

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