por Dr. Luíz Flávio Cordeiro
A gravidez é um processo fisiológico importante para a reprodução humana. Ela envolve aspectos físicos, emocionais e sociais, portanto deve ser acompanhada rigorosamente por um obstetra. Algumas gestações têm características peculiares e podem oferecer maiores riscos para a mãe e para o bebê, devendo ser especialmente monitoradas.
Nas gestações de alto risco, existe um risco aumentado de evolução desfavorável para a mãe e/ou para o bebê. São compreendidas como gestações que oferecem mais chances de a saúde da mãe ou do bebê ser afetada, podendo, em casos extremos, levar a óbito.
É importante ressaltar que uma gestação pode se tornar de risco em qualquer fase, inclusive durante o parto. Ela não precisa necessariamente começar como de risco. Assim sendo, a cada consulta o obstetra refaz a análise.
Não há uma forma padronizada de diagnóstico, protocolo ou consenso que caracterize uma gestação como de alto risco. Sabe-se, no entanto, que alguns fatores de risco podem levar a essa condição, por isso o acompanhamento pré-natal é fundamental para a mulher. Nesse período é possível identificar, diagnosticar e tratar uma série de problemas, mas os exames devem ser feitos conforme indicação médica.
A gravidez é um momento especial na vida do casal. Os cuidados hoje disponíveis são importantes para tornar esse momento especial e de alegria. Todas as mulheres que pensam em engravidar ou estão grávidas devem procurar auxílio médico para enfrentar essa fase. Isso pode facilitar o processo e trazer mais segurança. Procure um médico.
Determinados fatores que desencadeiam uma gestação de alto risco podem ser identificados na mulher antes da concepção, como a presença de diabetes. Outros só ocorrem após a confirmação da gravidez, como a doença hipertensiva específica da gravidez.
Essa é outra razão que revela a necessidade de uma consulta pré-concepcional e um pré-natal bem feito, com uma anamnese criteriosa e detalhada. Caso os fatores de risco sejam identificados previamente, o tratamento pode ser indicado, reduzindo as chances de complicações. Uma mulher que engravide com diabetes controlado poderá não ter uma gravidez de risco, entretanto deverá ser acompanhada com mais rigor.
Todo o processo pré-concepcional visa à criação de condições físicas, psicológicas e sociais para que a mulher e o homem enfrentem com mais facilidade as mudanças em suas vidas decorrentes da gestação, assim como a tornar o processo mais seguro e com menores riscos.
Os principais fatores de risco são:
As mulheres que apresentam tais condições merecem uma atenção especial durante o pré-natal, pois podem se tornar de alto risco.
Existem também condições relacionadas à história reprodutiva que podem ser consideradas fatores de risco:
Esses fatores de risco devem ser avaliados de forma criteriosa. Em determinados casos, são provocados por outras condições, que devem ser tratadas, caso possível, antes da gestação. Em outros, são condições que não podem ser tratadas, sendo necessário o acompanhamento rigoroso da gestação.
O pré-natal abrange a assistência à gestante ao longo dos nove meses, o acompanhamento do desenvolvimento do bebê durante a gravidez e o parto propriamente dito, e tem por objetivo minimizar a possibilidade de problemas para a mãe e para o bebê nesse período. Todas as gestantes devem fazer o pré-natal para manter sua saúde e reduzir as chances de complicações.
Durante o pré-natal, pode-se identificar situações de risco e o obstetra deve atuar rapidamente para que isso não evolua para um resultado desfavorável.
A não realização do pré-natal se caracteriza como um fator de risco para o desenvolvimento de uma gestação de alto risco, uma vez que a gestante não identificará precocemente os problemas que poderão levar a essa situação nem terá o apoio necessário caso aconteça alguma intercorrência.