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Hiperandrogenismo

Hiperandrogenismo

Dr. Luiz Flávio

Os hormônios androgênicos são aqueles que estimulam o desenvolvimento de características masculinas. O mais conhecido deles é a testosterona, que age, por exemplo, no crescimento de pelos corporais e nas cordas vocais. 

Os androgênios estão presentes em grandes quantidades nos homens, mas em níveis muito baixos na mulher. Quando, porém, há excesso deles, o hiperandrogenismo, a paciente pode apresentar alguns sinais e sintomas típicos.

Quer entender melhor? Continue a leitura até o final!

O que é hiperandrogenismo?

Hiperandrogenismo é definido como o excesso de hormônios sexuais masculinos, sendo o mais conhecido deles a testosterona. Pode ocorrer em algumas condições endócrino-ginecológicas, tumores produtores de hormônios, tratamentos médicos, entre outras possibilidades.

Podemos classificar o hiperandrogenismo em:

  • subclínico: os níveis de hormônios sexuais masculinos estão alterados em exames laboratoriais, mas a paciente não apresenta sintomas ou queixas comumente relacionadas ao seu excesso;
  • clínico: além das alterações nos níveis séricos hormonais, há também sintomas e sinais típicos da masculinização. Alguns exemplos são o crescimento de pelos com padrão masculino e o engrossamento da voz. 

O hiperandrogenismo pode ocorrer tanto nos homens quanto nas mulheres. Entretanto, nelas, podem surgir sintomas devido a alterações das funcionalidades do sistema reprodutor feminino, como a oligomenorreia e a anovulação.

Quais são os sintomas associados ao hiperandrogenismo?

A intensidade dos sinais e sintomas está relacionada aos níveis de androgênios em excesso e à interação desses com receptores locais. Isso também pode auxiliar a selecionar as causas mais prováveis. Veja as síndromes clínicas que surgem no hiperandrogenismo e o que podem causá-las.

Hirsutismo e ciclos menstruais normais

O hirsutismo é a principal manifestação do hiperandrogenismo na mulher, sendo definido como o crescimento de pelos com padrão masculino:

  • os pelos são mais grossos e a pelugem mais densa;
  • crescem em locais mais incomuns nas mulheres, como face, costas, região dos seios e abdome inferior. 

Nessas situações, as causas mais prováveis dos sintomas são a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e o hirsutismo idiopático. Além disso, as manifestações sempre estarão relacionadas a doenças. As condições hiperandrogênicas mais preocupantes geralmente provocam alterações mais intensas.

Hirsutismo e ciclos menstruais alterados

A maior parte dos casos é diagnosticada com a SOP, mas algumas causas mais graves podem estar presentes. Por esse motivo, é preciso investigar extensamente a paciente para excluir diagnósticos mais graves.

As alterações menstruais mais comuns relacionadas ao hiperandrogenismo são:

  • oligomenorreia: são alterações no sangramento menstrual caracterizadas por menor volume menstrual, redução dos dias de sangramento e aumento do intervalo entre as menstruações;
  • amenorreia: ausência de menstruação. 

Hiperandrogenismo grave

Quando os níveis de androgênios aumentam rapidamente e em grande quantidade, pode surgir um quadro mais intenso conhecido como “virilização”. Ao contrário dos casos anteriores, em que as mudanças são mais lentas e leves, as mulheres com virilização apresentam:

  • clitoromegalia: crescimento excessivo do clítoris;
  • aumento da massa muscular;
  • perda de cabelos intensa e rápida na região frontal;
  • engrossamento significativo da voz;
  • acne grave. 

Nesse caso, as causas mais prováveis são os tumores secretores de testosterona, que podem surgir nos ovários, nas glândulas adrenais e, mais raramente, em outros órgãos. 

Como controlar o hiperandrogenismo?

O tratamento do hiperandrogenismo depende da causa. Por esse motivo, vamos focar na doença hiperandrogênica mais frequente na ginecologia, a síndrome dos ovários policísticos. 

Tratamento expectante e mudanças de hábitos de vida

Os casos mais leves da SOP podem ser acompanhados clinicamente sem nenhuma intervenção medicamentosa. Além de consultas periódicas para a avaliação da paciente, recomenda-se mudanças de hábitos de vida:

  • aumentar os níveis de atividade física;
  • reeducação alimentar;
  • perder peso, no caso de pacientes com sobrepeso ou obesidade. 

A regulação dos níveis de glicose no sangue e a perda de peso estão relacionadas ao alívio dos sintomas, inclusive a infertilidade. Portanto, essas medidas são indicadas para todos os casos de SOP. 

Mulheres que não desejam engravidar no momento

O tratamento nesses casos é baseado no uso de anticoncepcionais com efeito antiandrogênico. Com isso, normalmente ocorre uma melhora expressiva dos sintomas:

  • afinamento dos pelos;
  • amenização da calvície;
  • regressão da acne e do excesso de oleosidade;
  • regularização dos ciclos menstruais.

Mulheres com queixas de infertilidade

Se a mulher deseja engravidar, a reprodução assistida é um dos caminhos possíveis. No entanto, a avaliação e o tratamento devem ser feitos por médicos especializados na área. Então, o ginecologista possivelmente encaminhará para uma clínica de confiança, em que vai ser elaborado um plano para uma investigação da fertilidade do casal com tratamento individualizado.

Pacientes com hiperglicemia

Um dos pontos mais importantes do diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos é a avaliação do metabolismo da glicose. Para isso, são requisitados exames a fim de medir os níveis de insulina e de glicose no sangue. 

Em caso de alterações, é mantida a orientação de mudanças de hábitos de vida, mas, se não houver melhora expressiva mesmo com boa adesão a essas práticas, é necessário intervir com medicações que reduzem a resistência à insulina.

Portanto, os sintomas de hiperandrogenismo podem ser causados por várias condições, porém a SOP é o diagnóstico mais frequente entre as pacientes. O tratamento dessa doença é multifatorial, envolvendo mudanças de hábitos de vida, associados ou não com medicações hormonais antiandrogênicas.

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