Dr. Luiz Flávio
Formado principalmente por ovários, tubas uterinas, útero e vagina, o sistema reprodutor feminino é responsável pela possibilidade da maternidade, experiência desejada por muitas mulheres.
A histerectomia é uma cirurgia – hoje indicada apenas em casos realmente necessários – de remoção de parte ou da totalidade do útero, dependendo das condições da paciente. É uma intervenção que elimina as possibilidades de ter filhos, por isso suas indicações são muito restritas, principalmente quando a mulher ainda está em idade fértil.
Continue a leitura deste texto para entender sobre o procedimento e como ele é realizado.
Ovários: os ovários são duas glândulas em formato ovalado responsáveis pela produção dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona) e pelo armazenamento dos folículos: a mulher já nasce com uma reserva ovariana, ou seja, uma quantidade de folículos, ao contrário dos homens que produzem espermatozoides durante toda a vida;
Tubas uterinas: as tubas uterinas são tubos musculares com aproximadamente 12 cm de comprimento. Uma das extremidades fica próxima ao ovário e a outra no interior do útero. É nas tubas uterinas que ocorre a fecundação. Em toda a sua extensão, são revestidas por células ciliares que transportam o óvulo fecundado para a cavidade uterina;
Útero: é um órgão em formato de pera e é dividido em três partes principais: o corpo, o fundo e o colo uterino. É ainda composto por três camadas, a mais externa, camada serosa, chamada perimétrio, a intermediária, uma camada muscular, o miométrio, e a interna o endométrio, formada por tecido altamente vascularizado.
Vagina: a vagina é um órgão muscular e elástico. Além disso, conecta o sistema ao exterior e é o local de saída da bebê no parto normal.
A histerectomia é um procedimento cirúrgico para remoção total ou parcial do útero. Nos casos em que o corpo e colo do útero são removidos, é definida como total; a parcial remove apenas o corpo do útero; e a radical, além do útero, remove ovários e tubas uterinas.
É realizada em ambiente hospitalar. Existem três procedimentos cirúrgicos para a retirada do útero. Eles são indicados de acordo com cada caso:
Histerectomia vaginal: remoção do órgão por via vaginal;
Histerectomia abdominal: remoção pelo abdômen via incisão;
Videolaparoscopia: minimamente invasiva, prevê pequenas incisões no abdômen, de aproximadamente 0,5 cm. É realizada com o auxílio de um laparoscópio, tubo ótico com uma câmera acoplada que permite uma visualização detalhada dos órgãos, com transmissão em tempo real para um monitor.
O tempo de internação varia de acordo com o tipo de procedimento realizado: entre 24 horas e 3 dias.
Muitas vezes a histerectomia é a única opção e pode ser, inclusive, necessária para salvar a vida da mulher. Em outras, entretanto, ela pode ser evitada e substituída por formas alternativas de tratamento. Por isso, é fundamental sempre consultar um especialista.
A histerectomia possibilita o tratamento e controle de muitas doenças, além de poder salvar a vida da mulher em situações bastante específicas, incluindo a presença de neoplasias malignas no útero ou ovários e hemorragia incontrolável.
Na maioria dos casos, geralmente é realizada para melhorar a qualidade de vida da mulher, afetada por condições como miomas uterinos ou adenomiose, por exemplo.
Ainda que possa aliviar a dor, desconforto ou sangramento anormal, não é a única forma de tratamento para esse tipo de problema. É importante, portanto, avaliar com o seu médico todas as opções disponíveis.
A cirurgia eletiva é um recurso usado nos seguintes casos:
Adenomiose;
Infecções pélvicas graves;
Dor pélvica severa;
Sangramento uterino anormal que não responde a outros tratamentos;
Prolapso uterino.
Antes de optar pela histerectomia é importante a avaliação clínica, com a realização de diferentes exames. Sintomas como sangramento anormal ou dor pélvica podem ocorrer por causas não uterinas. Os resultados diagnósticos vão orientar o tratamento mais adequado para cada paciente.
O principal efeito colateral da histerectomia é a perda da capacidade reprodutiva, que impacta principalmente mulheres na fase fértil.
Se os ovários também foram removidos, a principal consequência é a menopausa precoce, com a manifestação de todos os sintomas característicos da fase, ao mesmo tempo que também aumenta o risco de doenças cardiovasculares e osteoporose. Nesse caso, os sintomas podem ser aliviados pela terapia hormonal.
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