por Dr. Luíz Flávio Cordeiro
A histerectomia é uma técnica cirúrgica de remoção de parte (histerectomia subtotal) ou de todo o útero (histerectomia total), por via abdominal ou vaginal. Quando é realizada por via abdominal, pode ser aberta, que é a forma tradicional, ou por laparoscopia – mais indicada –, técnica minimamente invasiva com maiores índices de sucesso e de melhor recuperação.
A histerectomia deve ser evitada ao máximo, em virtude de sua agressão ao corpo feminino, que, na maioria dos casos, perde uma de suas funções mais importantes: a capacidade de gerar um filho. A histerectomia sempre é a última opção de tratamento. Quando todas as outras possibilidades tiverem sido esgotadas e ainda assim o problema persistir, a histerectomia pode ser considerada.
Existem dois tipos de histerectomia:
A histerectomia subtotal promove a retirada do útero, mas mantém o colo do útero, enquanto a histerectomia total remove tanto o útero como o colo do útero.
No momento da histerectomia, atualmente, realiza-se, concomitantemente, a salpingectomia, ou seja, retirada das tubas uterinas, uma vez que, hoje, há um conceito de que boa parte dos tumores ovarianos se originam das tubas. Evita-se a realização de ooforectomia concomitante, ou seja, a remoção dos ovários, pois são extremamente importantes para a mulher, apresentando função por cerca de 10 a 15 anos, mesmo após a menopausa. A ooforectomia deve ser reservada para indicações precisas.
A histerectomia é indicada, principalmente, para:
Trata-se de uma decisão importante. Cada caso deve ser avaliado profundamente para minimizar complicações, uma vez que essa intervenção é agressiva ao corpo da mulher.
Algumas das doenças que podem justificar a indicação da histerectomia são:
A histerectomia pode ser feita via abdominal ou vaginal.
A histerectomia abdominal total é realizada por uma grande incisão que o cirurgião faz no abdômen da paciente. A mulher fica internada no hospital por cerca de 5 dias e a recuperação dura cerca de 2 meses. Todos os esforços, no mundo atual, são para que se reduza o índice de realização de histerectomias abdominais, substituindo-as por histerectomias vaginais, laparoscópicas ou robóticas.
A histerectomia por laparoscopia é feita por pequenas incisões na região abdominal para acessar, com o laparoscópio e outros instrumentos, os órgãos internos da região pélvica. A mulher fica internada por 1 ou 2 dias e tem recuperação de cerca de 1 mês. A histerectomia robótica se assemelha com a laparoscópica, diferenciando-se pelo uso do robô que permite ao cirurgião operar de uma forma mais confortável e com visualização tridimensional (3D).
A histerectomia por via vaginal é realizada por um corte feito no canal vaginal para que o cirurgião acesse a parte interna do sistema reprodutor. A mulher permanece em internação por 1 ou 2 dias e tem uma recuperação de cerca de 1 mês.
Na maioria dos casos, a mulher recebe anestesia geral para passar pelo procedimento, podendo associar a raquianestesia ou a peridural para conferir uma maior analgesia no pós-operatório imediato.
O período pós-operatório requer uma série de cuidados da paciente:
Por ser uma cirurgia agressiva, é importante ficar atenta a possíveis sintomas que indiquem complicações. O médico orienta a paciente de forma detalhada a respeito do que pode ocorrer.
Caso os ovários sejam retirados e a mulher ainda esteja em idade reprodutiva, ela entra na menopausa pela falta de hormônios. Isso significa que ela para de menstruar e o corpo passa por diversas mudanças. Esse processo também requer orientação à paciente por parte do médico e adaptação.