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Histeroscopia cirúrgica e o tratamento de miomas: miomectomia

Histeroscopia cirúrgica e o tratamento de miomas: miomectomia

Dr. Luiz Flávio

A histeroscopia cirúrgica representa um importante avanço no campo da medicina ginecológica. Com essa técnica, temos uma visualização direta do interior do útero, o que facilita o manejo de doenças cervicais e intracavitárias, como miomas, pólipos, sinequias e malformações congênitas.

Devido ao calibre reduzido do histeroscópio — instrumento com sistema de iluminação e microcâmera acoplada —, é possível inserir os microinstrumentos cirúrgicos por via vaginal e tratar as lesões intrauterinas sem necessidade de incisões abdominais. O procedimento é feito em centro cirúrgico, com a paciente sob anestesia e com dilatação do colo do útero.

Neste post, falaremos sobre o papel da histeroscopia cirúrgica no tratamento de miomas — técnica chamada de miomectomia. Nem todos os tipos de miomas podem ser tratados por essa abordagem, ficando a técnica histeroscópica indicada aos casos de tumores submucosos. 

Leia atentamente e saiba mais sobre o tema!

O que são miomas?

Miomas são tumores que se formam no útero, a partir do tecido miometrial — que ocupa a camada intermediária do órgão. Apesar de serem formações tumorais, os leiomiomas são benignos e não têm associação com o câncer de útero.

Os miomas são assintomáticos na maior parte dos casos, tornando-se um achado acidental em exames de rotina. Entretanto, também podem manifestar sintomas que motivam a busca por avaliação médica. As apresentações clínicas dos miomas variam conforme as características do quadro, como tamanho dos tumores, quantidade e localização.

As causas dos miomas não são completamente esclarecidas, mas sabe-se que a doença é hormônio-dependente e, por essa razão, aparece durante a vida fértil da mulher. Após a menopausa, os tumores normalmente regridem. Entre os fatores de risco estão:

  • predisposição genética; 
  • nuliparidade; 
  • menarca precoce; 
  • raça negra; 
  • consumo excessivo de álcool e cafeína.

Quais são os tipos de miomas?

Para compreender a localização dos miomas em relação à parede uterina, vamos relembrar a formação desse órgão. O útero apresenta três camadas: 

  • a mais interna é o endométrio, local que modifica suas características ao longo do ciclo menstrual para receber um possível embrião, mas ocasiona a menstruação quando não há concepção; 
  • a parte intermediária é o miométrio, composto por musculatura lisa que ajuda na contratilidade uterina; 
  • a camada mais externa, próxima à cavidade pélvica, é o perimétrio.

Tendo isso em vista, vamos explicar quais são os tipos de miomas e seus possíveis sintomas.

Submucosos

Os miomas submucosos se formam em direção à cavidade do útero, alterando as características do endométrio. Esse tipo de leiomioma está associado a sintomas mais intensos, incluindo sangramento abundante e infertilidade. O tecido endometrial, se sofrer modificações estruturais, acarreta falhas de implantação embrionária e abortamento precoce.

Intramurais

Os miomas intramurais são aqueles que se desenvolvem dentro da parede uterina. Esses tumores podem crescer mais que os submucosos, provocando o aumento do volume do útero e sintomas como dismenorreia (cólicas menstruais intensas), sangramento anormal e infertilidade.

Subserosos

Os leiomiomas subserosos são os que se formam em direção à superfície serosa do útero. Estes não costumam provocar alterações menstruais, cólicas ou dificuldades reprodutivas, mas estão relacionados a sintomas compressivos, uma vez que podem crescer de modo anormal e pressionar os órgãos adjacentes, a exemplo da bexiga e do intestino. 

Qual é o papel da histeroscopia cirúrgica no tratamento dos miomas? 

A histeroscopia cirúrgica é indicada para o tratamento dos miomas submucosos ou dos leiomiomas intramurais com componente submucoso. Já os tumores que se formam no interior da parede uterina ou na superfície externa do órgão são tratados com a miomectomia por videolaparoscopia.

A miomectomia faz parte do tratamento conservador dos miomas, visto que a finalidade é remover apenas os tumores, preservando o órgão reprodutor. A indicação é feita a partir de critérios como o tipo de leiomioma, quantidade, dimensão e intensidade dos sintomas. 

A intenção de gravidez também é uma informação a considerar para indicar a miomectomia. Mulheres que não querem mais filhos têm também a opção de fazer uma histerectomia, procedimento que consiste na retirada do útero. Contudo, esse tipo de cirurgia é pouco indicado por se tratar de uma intervenção radical e irreversível.

A miomectomia por histeroscopia cirúrgica é considerada uma técnica minimamente invasiva. Nessa abordagem, o tubo ótico com luz e microcâmera é introduzido pelo canal vaginal da paciente, assim como os instrumentos de trabalho necessários para a ressecção dos miomas submucosos. 

O procedimento requer a sedação da paciente e a distensão da cavidade uterina com aplicação de soro fisiológico. Tudo é feito com a segurança de um ambiente cirúrgico. A internação, a operação e a recuperação pós-operatória são rápidas, assim como os riscos de complicações são baixos.

Portanto, a histeroscopia cirúrgica tem sido realizada com sucesso no tratamento de miomas submucosos, revelando-se uma intervenção vantajosa em comparação com outros métodos, a exemplo da miomectomia por laparotomia — cirurgia aberta, realizada a partir de uma grande incisão no abdômen, com maior risco de complicações e recuperação mais lenta.

Acompanhe também nosso texto institucional elaborado especificamente para explicar o que é histeroscopia cirúrgica.

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