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Histerossalpingografia: quando o exame é solicitado?

Histerossalpingografia: quando o exame é solicitado?

Dr. Luiz Flávio

Muitas mulheres não conhecem a histerossalpingografia, afinal, esse exame é realizado apenas em algumas situações específicas para avaliar internamente as características do útero e das tubas uterinas. Mesmo assim é uma ferramenta importantíssima para a investigação de determinados sintomas, em especial a infertilidade.

O útero é um órgão que está conectado diretamente com as tubas uterinas. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso texto!

O que é a histerossalpingografia? Quais órgãos ela avalia?

Ambos são ocos e apresentam três camadas: a mucosa (revestimento interno), a muscular e a serosa (revestimento externo). No útero, elas recebem nomes específicos: endométrio, miométrio e perimétrio, respectivamente.

A serosa é praticamente igual nos dois órgãos. Já a muscular das tubas uterinas apresenta as mesmas células do útero, mas elas são mais finas. A grande diferença está na mucosa:

  • o endométrio do útero é constituído por células com crescimento e função regulados pelo estrogênio e pela progesterona. Elas crescem antes da ovulação, amadurecem após esse evento e descamam se não houver gestação (menstruação). É no endométrio que o embrião se implanta;
  • a mucosa das tubas uterinas apresenta prolongamentos semelhantes a cílios e produz um muco menos espesso. Isso é importante, visto que a fecundação ocorre nas tubas e é necessário o transporte do embrião até a cavidade uterina. Caso o embrião se implante nas tubas uterinas, ocorre a gravidez ectópica tubária, que tem complicações graves para a mulher.

A histerossalpingografia é um exame muito importante para verificar a forma das cavidades revestidas por essas mucosas. Seu foco é a análise morfológica para identificar:

  • obstruções por diversos motivos, especialmente aderências;
  • presença de tumores ou corpos estranhos;
  • malformações uterinas;
  • distorções do endométrio causadas por miomas;
  • proliferações celulares ligadas a doenças, como os pólipos;
  • lesões tubárias, como estreitamentos (estenoses) e evaginações (divertículos);
  • inflamações e infecções tubárias, principalmente a endometriose.

Mesmo diante dessa versatilidade o exame geralmente não é realizado em todas essas situações. Afinal, há exames mais simples, como a ultrassonografia, que ainda permitem o diagnóstico diferencial com outras doenças.

Então, quando está indicado? Esse exame é muito importante para avaliar o impacto de diversas condições na fertilidade, por isso, geralmente não é indicado quando a queixa de infertilidade não está presente ou não preocupa a paciente. O laudo do exame pode levar ao diagnóstico de todas essas alterações acima, visto que podem apresentar impacto significativo sobre a fertilidade da mulher.

Contudo, as alterações uterinas mais comumente encontradas são:

  • malformações uterinas;
  • pólipos endometriais;
  • miomas submucosos ou que se projetam na mucosa.

Já as condições tubárias mais frequentes são:

  • obstrução das tubas uterinas;
  • dilatação tubária;
  • hidrossalpinge (presença anormal de líquido nas tubas).

Além disso, o exame é importante para verificar a obstrução causada por sinequias (aderências) nos dois órgãos.

Caso seja encontrada alguma obstrução ou para a reversão de laqueaduras, pode-se realizar a recanalização das tubas por cirurgia minimamente invasiva. Depois do procedimento, a histerossalpingografia permite a avaliação do sucesso do procedimento.

Como o exame de histerossalpingografia é feito?

Ele deve ser executado entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual, desde que não haja mais sangramentos visíveis. Isso permite que seja realizado antes do processo ovulatório. Essas precauções são importantes, pois:

  • a descamação do endométrio e a movimentação uterina no período menstrual comprometem os métodos do exame;
  • evita a exposição do óvulo ou de um embrião formado à radiação.

Depois da preparação adequada, a mulher é colocada em posição ginecológica para a inserção do espéculo. Esse instrumento, usado também no papanicolaou, permite a visualização do orifício do colo do útero. Nele, será inserido um cateter fino para a injeção de contraste radioativo. Todo o processo dura cerca de 30 minutos e a paciente poderá voltar para as atividades habituais depois dele.

Grande parte das histerossalpingografias são realizadas sem a administração de analgésicos e anestésicos. Entretanto, algumas pacientes podem relatar dor e cólicas intensas durante a execução. Nesses casos, anestésicos, anti-inflamatórios e antiespasmódicos podem ser indicados. Essa necessidade varia de acordo com a tolerância individual.

Esse líquido vai preencher toda a cavidade livre do útero e das tubas. Por fim, é feita a radiografia. Na revelação do filme radiográfico, o contraste aparece com coloração diferente, um branco mais intenso, enquanto os órgãos ficam mais transparentes. Se houver alguma obstrução, o médico poderá saber o local exato pela interrupção do fluxo contrastado.

A histerossalpingografia está contraindicada nos seguintes casos:

  • gestação suspeita ou confirmada;
  • alergia a contrastes radiográficos.

A histerossalpingografia é um exame muito importante para a avaliação da infertilidade feminina. Com ela, é possível identificar o comprometimento morfológico das cavidades do útero e das tubas, principalmente as causas obstrutivas. Assim, o médico pode elaborar um tratamento mais individualizado para cada caso.

Quer saber mais sobre a histerossalpingografia e suas indicações? Toque aqui!

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