Dr. Luiz Flávio
Durante a pré-menopausa, período que sinaliza o início do climatério e anuncia a chegada da menopausa, quando ocorre a última menstruação, há uma alteração nos níveis dos hormônios reprodutivos e no metabolismo, resultando em diferentes sintomas que podem impactar a qualidade de vida das mulheres.
Hormônios são substâncias químicas fundamentais para o controle do funcionamento do corpo humano. Entre os principais, estão os hormônios do sistema reprodutivo ou sexuais. Os femininos, produzidos pelos ovários, como o estrogênio e a progesterona, controlam desde o ciclo menstrual à fertilidade feminina.
O climatério é um período que compreende três fases: pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa. A diminuição nos níveis desses hormônios, principalmente o estrogênio, provoca diferentes mudanças durante essa transição.
Continue a leitura e entenda mais sobre as mudanças provocadas pelas alterações hormonais na menopausa.
A menopausa é um evento em que ocorre a última menstruação. É diagnosticada após 12 meses de amenorreia, ou seja, ausência de menstruação e sinaliza o final da fase reprodutiva feminina, quando há falência dos ovários.
Nos anos que antecedem a menopausa, há um aumento dos níveis do hormônio folículo-estimulante (FSH).
Além disso, os níveis dos hormônios produzidos pelos ovários, como estrogênio e progesterona, diminuem irreversível e gradativamente, levando a diferentes mudanças no funcionamento do metabolismo feminino. A amenorreia ocorre quando a reserva ovariana se reduz enormemente.
A alteração do perfil hormonal durante e após o início da menopausa pode exercer múltiplos efeitos em vários sistemas orgânicos. Por exemplo, baixos níveis de estrogênio resultam em atrofia de áreas teciduais dependentes do hormônio, como a vagina e genitália externa, assim como em redistribuição da gordura corporal e perda de densidade mineral óssea.
Os sintomas geralmente iniciam cerca de 5 anos antes da última menstruação e continuam por um número variável de anos após. No entanto, com o passar dos anos, eles tendem a diminuir.
Saiba a função dos hormônios produzidos pelos ovários e as alterações provocadas pela diminuição dos seus níveis:
Estrogênio: considerado o principal hormônio feminino, o estrogênio é responsável por estimular o espessamento do endométrio a cada mês, o crescimento do tecido mamário, pela manutenção do fluxo sanguíneo e pela lubrificação vaginal, por manter a elasticidade das paredes da vagina e a manutenção da estrutura óssea, por exemplo.
Níveis baixos podem resultar em mudanças na função sexual como ressecamento vaginal, dor durante as relações sexuais (dispareunia), consequência da atrofia vaginal, comum em um percentual que varia entre 10% e 40% de mulheres na menopausa. O pH também se altera com a diminuição das secreções vaginais, alterando a flora normal, aumentando o risco de infecções genitais e urinárias.
Outros sintomas incluem fogachos (ondas de calor), sudorese noturna, palpitações, dores de cabeça, insônia, fadiga e perda óssea, aumentando o risco para o desenvolvimento de osteoporose.
Progesterona: a progesterona é o hormônio produzido pelo corpo-lúteo, formado a partir do folículo maduro que rompeu para liberar o óvulo. É responsável pelo preparo final do endométrio e pela manutenção inicial da gravidez. Deficiência de progesterona afeta principalmente os períodos menstruais, que podem ser mais longos e com sangramento abundante durante a pré-menopausa.
Além do estrogênio e da progesterona, os ovários também produzem testosterona em menor quantidade. O hormônio masculino contribui para a manutenção da libido, da massa muscular e para o fortalecimento dos ossos.
Baixos níveis de testosterona provocam a redução da libido e da energia, levando à sensação de fadiga e letargia.
As alterações nos níveis dos hormônios produzidos pelos ovários interferem, ainda, na liberação de neurotransmissores que atuam no sistema nervoso central, resultando em ansiedade, depressão, em variações de humor, melancolia, choro descontrolado perda de memória e insônia.
Aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares após a menopausa, incluindo infarto e acidente vascular cerebral (AVC), ao mesmo tempo que afetam a mucosa da uretra, manifestando sintomas como dor ao urinar, incontinência urinária e maior risco de infecções urinárias.
A manifestação desses sintomas pode ser prevenida ou retardada pela terapia hormonal, geralmente administrada no início do climatério, na pré-menopausa. No entanto, a fase mais adequada é definida de acordo com as características de cada paciente, assim como a indicação do tratamento. Sua indicação é individual e orientada pelos sintomas apresentados, desde que excluídas contraindicações a seu uso.
A adoção de diferentes medidas também contribui para minimizar o impacto, incluindo uma dieta alimentar balanceada, rica em nutrientes, além da prática regular de exercícios físicos.
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