Dr. Luiz Flávio
Os hormônios que agem no ciclo menstrual são produzidos pela hipófise e pelos ovários. Eles estimulam a ovulação, preparam o útero para a gravidez e, quando a concepção não ocorre, a queda hormonal ocasiona a menstruação. O equilíbrio dessas substâncias é fundamental para o funcionamento do corpo da mulher.
De forma geral, os hormônios são substâncias mensageiras, isto é, eles transmitem informações entre os sistemas do organismo e regulam diversas funções, incluindo: metabolismo; crescimento e desenvolvimento; definição de características sexuais secundárias; ciclo menstrual e processo reprodutivo etc.
Neste post, vamos explicar como ocorre a relação entre os hormônios e o ciclo menstrual. Acompanhe o texto na íntegra e saiba mais sobre esse assunto!
O que é o ciclo menstrual?
Ciclo menstrual é o termo que define as alterações fisiológicas que acontecem no corpo da mulher ao longo do mês, a fim de preparar os órgãos reprodutores para uma gravidez. Os ciclos regulares duram, em média, cerca de 28 dias, mas podem apresentar variações.
Quando a mulher apresenta intervalos maiores que 35 dias entre uma menstruação e outra, podendo, inclusive, ficar meses sem menstruar, é sinal de desequilíbrio na liberação dos hormônios e disfunção ovulatória. A doença mais associada a essas irregularidades é a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Outras condições também podem alterar a ação dos hormônios e o ciclo menstrual, como hipotireoidismo, distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise, falência ovariana prematura, uso de determinadas substâncias químicas, inclusive alguns medicamentos e anabolizantes etc.
Como os hormônios agem durante o ciclo menstrual?
O ciclo menstrual é dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea. Ao longo do ciclo, 4 hormônios se alternam para estimular as funções do sistema reprodutor, são eles: FSH (folículo-estimulante), LH (luteinizante), estrogênio e progesterona.
A menstruação ocorre no início da primeira fase do ciclo menstrual, na fase folicular. Esse período envolve a ação do eixo hipotalâmico-hipofisário, que leva à secreção de FSH e LH, os quais estimulam o funcionamento ovariano. Os ovários passam a desenvolver vários folículos para que um deles chegue ao tamanho e à maturação ideal para liberar um óvulo.
Durante o crescimento dos folículos ovarianos, eles produzem estrogênio — hormônio com ação proliferativa, que faz o tecido intrauterino (endométrio) se tornar mais espesso. A produção estrogênica diminui na metade do ciclo menstrual, dando vez a um aumento súbito de LH.
O pico de LH promove o amadurecimento final do folículo mais desenvolvido e este se rompe, caracterizando a ovulação — que é a segunda fase do ciclo menstrual. Após liberar o óvulo, os resíduos do folículo ovariano dão origem ao corpo-lúteo.
Na fase lútea, é justamente o corpo-lúteo que se encarrega de produzir os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona. O primeiro, como vimos, estimula o crescimento do endométrio. Já a ação progestagênica ativa os genes da receptividade endometrial para que o útero apresente condições favoráveis de receber um embrião.
Ao final do ciclo menstrual, os hormônios estrogênio e progesterona sofrem queda, devido à degradação do corpo-lúteo que ocorre sempre que o óvulo não é fecundado. Com isso, o tecido endometrial se desprende da parede uterina e é eliminado como menstruação, o que marca o início de um novo ciclo.
Por que é importante entender a relação entre hormônios e ciclo menstrual?
Como vimos até aqui, a ação dos hormônios no ciclo menstrual é fundamental para o funcionamento adequado do sistema reprodutor feminino. Portanto, é preciso que essas substâncias estejam em equilíbrio para que a mulher consiga engravidar.
Conhecer o próprio ciclo menstrual é importante tanto para se preparar para uma possível concepção quanto para evitar uma gestação indesejada. A mulher que tem o objetivo de iniciar uma gravidez, pode se valer do cálculo do período fértil — período esse que ocorre na fase ovulatória, incluindo os 3 dias que antecedem a ovulação, devido ao tempo de sobrevida dos espermatozoides no corpo feminino.
Ao contrário, a mulher que não deseja engravidar e não faz uso de outros métodos contraceptivos pode utilizar o cálculo do período fértil justamente para evitar relações sexuais durante essa fase. Esse método é popularmente conhecido como tabelinha, mas, embora seja utilizado por muitos casais, não é uma opção totalmente segura.
Há várias alternativas de contracepção, de curto e longo e prazo, que podem ser priorizadas por serem mais eficazes na prevenção de uma gravidez não planejada, como:
Dentre as alternativas listadas, o DIU é uma das mais eficazes, com mais de 99% de taxa de sucesso. Além de ser um método contraceptivo de longa duração e de caráter reversível, o DIU hormonal é indicado no controle de doenças ginecológicas como endometriose e miomas uterinos, uma vez que diminui a ação do estrogênio.
Depois de saber como se dá a relação entre hormônios e ciclo menstrual, leia também o texto específico sobre colocação de DIU e compreenda como esse método funciona!