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Investigação e diagnóstico da endometriose superficial

Investigação e diagnóstico da endometriose superficial

Dr. Luiz Flávio

A endometriose superficial é a implantação do endométrio na superfície de estruturas em outras regiões do corpo. As duas outras formas são a profunda e a ovariana, quando há presença de endometriomas, um tipo de cisto formado nos ovários.

Ao contrário do senso comum para outras doenças, a profundidade do implante não necessariamente está relacionada a uma maior intensidade dos sintomas. Dores intensas e a infertilidade podem ocorrer em todos os casos.

Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe!

Os desafios do diagnóstico da endometriose superficial

A endometriose é uma doença com manifestação clínica muito diversa, que nem sempre depende das características das lesões. Além disso, muitos dos sintomas são comuns aoutras condições ginecológicas, é o que chamamos de sintomatologia inespecífica.

O que isso significa? As queixas da paciente e as alterações no exame físico, em algumas situações, podem dizer muito pouco sobre a presença da doença e sobre o seu tipo. De forma geral, dizemos que é preciso que a paciente apresente um dos seis Ds para levantar a suspeita de endometriose:

Dor pélvica crônica: cerca de 50% das mulheres com queixas de dor nessa região por mais de 6 meses e fora do período menstrual são diagnosticadas com algum tipo de endometriose;
Dismenorreia;
Dificuldade para engravidar;
Dispareunia (dor na relação sexual);
Dificuldades para urinar;
Dificuldades para evacuar.

Muitas pacientes podem fazer algumas associações incorretas entre os sintomas e as manifestações da doença, como:

As formas ovarianas prejudicam mais a fertilidade;
Os implantes mais profundos causam mais dor;
As superficiais estão mais associadas a casos assintomáticos ou sintomas leves.

No entanto, na prática clínica, vemos que pode haver lesões pequenas em pacientes com queixas intensas e infertilidade. Há também endometrioses extensas e profundas em pacientes oligossintomáticas.

Portanto, sempre que houver suspeita de qualquer uma das formas, será preciso realizar exames complementares. Isso traz um grande desafio para o médico, pois nem sempre os exames de imagem são capazes de diagnosticar as endometrioses superficiais, principalmente.

O diagnóstico da endometriose superficial com exames não-invasivos

Na maioria dos casos, porém, não se justifica realizar um procedimento de maior porte, videolaparoscopia, apenas para diagnosticar a doença. Então, o médico poderá lançar mão dos exames de imagem. Os principais são os seguintes:

Ultrassonografia pélvica tradicional: apesar de muito comum na ginecologia, não apresenta resolução suficiente para diferenciar o tecido endometrial ectópico dos demais em boa parte dos casos, mas indica a possibilidade de ocorrência da doença;
Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal: é um excelente método para o diagnóstico do endometrioma e da endometriose profunda, entretanto é operador-dependente;
Ressonância magnética: é satisfatoriamente sensível e específico para a endometriose profunda.

No entanto, como os implantes superficiais apresentam uma menor espessura, eles dificilmente são distinguíveis dos tecidos normais ou de outras lesões.

Quando a cirurgia diagnóstica estará indicada?

Atualmente, há um consenso de que não se realiza a laparoscopia com finalidade apenas diagnóstica na endometriose. O procedimento deve ser indicado quando o tratamento for executado, em situações como:

Infertilidade, mesmo após tentativas dentro das orientações do ginecologista;
Manutenção do quadro doloroso, após instituição de estratégia medicamentosa, sem correspondência com exames de imagem.

Portanto, a endometriose superficial é frequentemente tratada de forma empírica. Ou seja, após excluir outras doenças mais específicas relacionadas aos sintomas, o médico poderá tratar sem ter a confirmação desua suspeita.

Então, ele indicará os medicamentos utilizados no controle clínico e observará a resposta da paciente. Caso a resposta seja positiva, não será necessário realizar a cirurgia em um primeiro momento.

Qual o tratamento da endometriose superficial?

Comumente, dividimos o tratamento da endometriose em dois caminhos de acordo com o sintoma mais relevante e as expectativas da paciente.

Tratamento da dor

Quando a mulher não quer ou não pode engravidar, o tratamento será feito quando houver dor que comprometa a qualidade de vida. Geralmente, inicia-se com a conduta clínica, que é a administração de medicamentos capazes de cortar o estímulo hormonal ao implante de endometriose.

Já a cirurgia está indicada nos casos de insucesso do controle farmacológico para alívio dos sintomas.

Tratamento da infertilidade

A reprodução assistida é um dos caminhos viáveis para o tratamento da infertilidade causada pela endometriose superficial. A fertilização in vitro pode preceder a cirurgia, que somente será feita se não houver sucesso após alguns ciclos.

No entanto, sabe-se que a cirurgia melhora significativamente as chances de sucesso de uma gestação nos casos de endometriose. Ela não traz apenas o retorno da fertilidade, mas aumenta as chances do sucesso de nascimentos bem-sucedidos.

Por isso, quando há relatos de insucesso da reprodução assistida, a cirurgia pode ser realizada como o primeiro passo do tratamento, ou mesmo se a paciente, por qualquer motivo, não quiser ser submetida à reprodução assistida. A cirurgia deve ser feita por laparoscopia, uma técnica minimamente invasiva.

Com isso, a endometriose superficial pode ser conduzida de forma individualizada para as queixas férteis e dolorosas da mulher.

Quer saber mais sobre a endometriose e sua condução em um consultório de ginecologia? Então, não deixe de ler este nosso outro post sobre o assunto!

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