Dr. Luiz Flávio
A laparoscopia ou videolaparoscopia está entre os procedimentos cirúrgicos mais avançados e realizados atualmente. Minimamente invasiva, possibilita o tratamento de diversos problemas, incluindo os ginecológicos e urológicos, por exemplo, para os quais é amplamente utilizada.
Também chamada videolaparoscopia, são muitas as vantagens que a técnica possui quando comprada à cirurgia tradicional, como menor tempo de internação, recuperação e incidência de infecção. Além disso, as cicatrizes resultantes dos procedimentos são praticamente invisíveis.
Para saber mais sobre o funcionamento da laparoscopia, continue a ler este texto. Nele destaco os casos em que geralmente o tratamento é indicado e explico como preparar-se para a cirurgia.
O que é laparoscopia?
A laparoscopia é um tipo de procedimento cirúrgico que permite ao cirurgião acessar o interior do da cavidade abdominal e pélvica sem precisar fazer grandes incisões e provocando menor impacto. Por esse motivo é considerada uma técnica minimamente invasiva.
Para isso, utiliza um laparoscópio, um tipo de dispositivo ótico fino e delgado com câmera acoplada, que proporciona uma visualização detalhada e iluminação adequada dos órgãos localizados nessas regiões. O procedimento também é transmitido para um monitor e pode ser acompanhado em tempo real de forma ampliada por imagens de alta resolução.
Pode ser ambulatorial ou cirúrgica, ou seja, utilizada para diagnóstico e tratamento. A prática é conhecida pela medicina moderna como ‘see and treat’ (ver e tratar) e, muitas vezes, diagnóstico e cirurgia são realizados em um mesmo procedimento.
Durante a laparoscopia o cirurgião faz um pequeno corte (incisão) de aproximadamente 0,5 cm geralmente próximo ao umbigo.
Um tubo é inserido e, por ele, bombeado CO2 medicinal para insuflar o abdome possibilitando uma visualização mais clara, aumentando, ao mesmo tempo, o espaço de trabalho. O laparoscópio posteriormente é, então, introduzido por este tubo. Se a laparoscopia for usada para realizar um tratamento cirúrgico, outras incisões serão feitas no abdômen para pequenos instrumentos cirúrgicos. Após o procedimento, o dióxido de carbono é liberado e as incisões suturadas com pontos ou clipes.
Quando a laparoscopia tem como propósito diagnosticar uma condição, normalmente é usada apenas anestesia local. Pode ser realizado em ambiente laboratorial, como clínicas ginecológicas e a duração varia entre 30 minutos e 60 minutos.
Se o objetivo for o tratamento de uma condição, o tempo varia de acordo com o tipo de procedimento. Nesse caso, acontece em ambiente hospitalar com o uso de anestesia geral.
Ao contrário da laparoscopia, nas abordagens tradicionais os procedimentos são realizados a partir de uma grande incisão, que proporciona a visualização do órgão a ser operado à olho nu. Da mesma forma que depende exclusivamente da habilidade do cirurgião, é mais invasiva, aumentando, assim, o risco de ocorrerem infecções.
O pós-operatório também é mais demorado, ao mesmo tempo que as grandes cicatrizes comprometem a plasticidade do corpo em alguns casos.
Quando a laparoscopia é indicada?
Na área ginecológica a videolaparoscopia pode ser indicada para investigar as causas de infertilidade feminina, de dor pélvica crônica ou para detectar e confirmar a presença de tumores. Veja abaixo as condições que a técnica diagnostica e trata:
A laparoscopia também proporciona a correção da anatomia uterina, quando há distorções causadas por condições como endometriose, miomas uterinos ou por aderências: é realizada no momento de cada procedimento.
A maioria das mulheres recebe alta do hospital no dia da cirurgia, embora algumas possam precisar de internação para permitir uma recuperação completa, como após uma histerectomia. O período de recuperação pode variar entre 7 e 14 dias e a atividades física, inclusive a relação sexual, devem ser evitadas na primeira semana.
Por outro lado, mesmo que a técnica proporcione diversos benefícios, ela não é recomendada em alguns casos:
Saiba como se preparar para a laparoscopia
O tipo de procedimento orienta para ações anteriores de cada paciente.
Normalmente nos cirúrgicos são prescritos antibióticos desde o dia anterior, com continuidade após, para evitar processos infecciosos. Também pode ser necessário jejum de aproximadamente 8 horas.
Na laparoscopia ambulatorial ou na cirúrgica, entretanto, no dia do procedimento devem ser removidos joias e objetos de metal que possam causar interferências, assim como devem ser informados ao especialista alergias a materiais cirúrgicos, como fios absorvíveis, fitas adesivas e clips utilizados para suturas, ou o uso de qualquer medicamento.
Alguns sintomas são comuns após a realização da laparoscopia, como desconforto no local da incisão, inchaço abdominal, dor no ombro ou costas e sensação de cansaço. No entanto, quando há dor intensa, sangramento anormal, febre, calafrios, náusea ou vômitos, é importante procurar auxílio médico. Eles são característicos de processos infecciosos, geralmente evitados com o uso de antibióticos, embora possam ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico.
Gostou do texto? Informe-se também sobre o HPV, doença sexualmente transmissível (DST), que pode causar câncer de útero.