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Mioma e infertilidade: como tratar e ter filhos?

Mioma e infertilidade: como tratar e ter filhos?

Dr. Luiz Flávio

Os miomas uterinos, ou leiomiomas, são uma condição muito conhecida das mulheres devido à sua alta prevalência. Por esse motivo, estão relacionados a muitos mitos populares, especialmente quanto à fertilidade. Dois dos mais comuns são contraditórios entre si: há quem relacione a doença com a impossibilidade de engravidar, enquanto outras pessoas dizem que ela nunca causa infertilidade.

Entretanto, nenhum dos dois dizeres correspondem com a realidade: alguns tipos de miomas, principalmente os submucosos, estão sim relacionados com maus prognósticos da fertilidade, enquanto outros, provavelmente, não estão relacionados com esse tipo de queixa. Quer entender melhor essa relação? Acompanhe o texto até o final!

O que são miomas?

Os miomas são tumores benignos que se formam dentro do útero a partir de células musculares da camada intermediária do órgão, o miométrio. Eles podem crescer e afetar as funções e a anatomia de outras camadas uterinas. Em muitos casos, isso não desencadeia sintomas ou complicações.

As mulheres descobrem as lesões em exames de rotina, como a ultrassonografia pélvica e o exame físico ginecológico. Apenas cerca de 30% dos miomas causam sintomas que as levam aos consultórios médicos.

O mais comum é que seja diagnosticado em pacientes na idade adulta, pois está relacionado com a exposição ao estrogênio. Considerando todas as faixas etárias, cerca de 50-60% das mulheres são diagnosticadas com miomas.

À medida que a mulher envelhece, aumentam as chances de ela apresentar essas lesões. Após os 50 anos, entretanto, a prevalência pode subir para 70%.

Classificação dos miomas

A classificação dos miomas pode ser muito complexa no contexto clínico, sendo subdivididos em até 8 grupos. No entanto, há também formas mais simples de agrupá-los de acordo com a camada do útero que a maior parte de seu volume ocupa:

  • submucosos: dentro da cavidade endometrial; 
  • intramurais: a maior parte da lesão fica no miométrio;
  • subserosos: ocupam principalmente a região mais externa do útero.

Desses três, os submucosos têm um impacto negativo significativo sobre a fertilidade independentemente do seu tamanho. Alguns intramurais mais volumosos, diâmetro maior do que 4 centímetros, e/ou que distorcem a cavidade uterina também podem estar relacionados com a infertilidade.

Como é feito o diagnóstico dos miomas uterinos?

Como dissemos, na maioria dos casos os miomas são assintomáticos. A descoberta geralmente é feita em ultrassonografias rotineiras ou para investigação de outras doenças ginecológicas. Já que são tumores bem característicos à ultrassonografia, são bem delimitados e não apresentam comportamento invasivo, geralmente não é necessária uma investigação complementar.

Nos casos sintomáticos, a suspeita se inicia por queixas, como:

  • sangramento uterino anormal;
  • aumento do fluxo do período menstrual;
  • anemia;
  • dores na região abdominal;
  • alterações urinárias;
  • cólicas menstruais.

Alguns sintomas relacionados à saúde reprodutiva também podem ocorrer, como:

  • infertilidade;
  • aborto de repetição;
  • parto prematuro;
  • apresentação fetal anômala.

A presença e a intensidade dos sintomas acima dependem não apenas dos miomas, mas também do tamanho e da localização.

Exames diagnósticos dos miomas uterinos 

Para a investigação de sintomas, como a infertilidade, podem ser requisitados os seguintes exames:

  • ginecológico;
  • ultrassonografia transvaginal;
  • ressonância magnética;
  • histerossalpingografia;
  • histeroscopia diagnóstica.

A opção por um deles depende de critérios clínicos, como as características da doença. Além disso, o exame deve ser capaz de analisar alguns pontos fundamentais para o tratamento, como a localização e a dimensão dos nódulos. Por oferecer essa vantagem e ter um custo menor, a ultrassonografia transvaginal é um dos métodos mais requisitados na avaliação da infertilidade.

Como é o tratamento dos miomas? É diferente para quem quer engravidar?

Em muitos casos, a conduta é expectante, pois a paciente não apresenta sintomas ou repercussões clínicas. Em outras palavras, o médico não indica nenhum medicamento ou intervenção cirúrgica por não trazer nenhum benefício para a paciente. Acompanha a evolução das lesões com ultrassonografias seriadas.

Quando os sintomas estão relacionados à dor ou ao sangramento, podem ser utilizados anti-inflamatórios e analgésicos. Em outros casos selecionados, a inserção do DIU também pode trazer alívio para as queixas, assim como a cirurgia minimamente invasiva. A decisão é individualizada de acordo com a localização, o tamanho e o número de lesões, além da experiência do cirurgião.

No entanto, para a mulher que quer engravidar, a conduta é relativamente diferente. Afinal, os estudos mostram que existe uma melhora significativa em muitas pacientes que retiram os miomas submucosos ou as lesões com maior volume em qualquer localização.

Em todo o caso cirúrgico, deve-se optar prioritariamente pelas cirurgias minimamente invasivas, como histeroscopia, laparoscopia e cirurgia robótica. Quando se tratar de miomas submucosos mais próximos ou que invadem a cavidade uterina, a retirada é realizada pela histeroscopia cirúrgica. Nos demais casos, a laparoscopia é uma excelente opção, permitindo uma melhor recuperação pós-operatória e menores repercussões.

Devido às técnicas mais modernas de cirurgia minimamente invasiva e ao melhor prognóstico da fertilidade, a retirada do mioma submucoso tem sido amplamente recomendada por diretrizes e protocolos clínicos de fertilidade. 

Quer saber mais sobre os miomas e seu acompanhamento nos consultórios de ginecologia? Confira outro texto sobre o tema!

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