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Dr. Luiz Flávio
A ultrassonografia transvaginal especializada para endometriose é uma técnica de grande importância, cuja finalidade principal é mapear as lesões endometrióticas que afetam a região pélvica feminina, auxiliando no diagnóstico e no planejamento do tratamento.
A endometriose é uma condição de saúde na qual um tecido semelhante ao endometrial se desenvolve em outras regiões do corpo e inflama durante a menstruação, podendo provocar diversos tipos de sintomas.
Esse crescimento do tecido ocorre normalmente na região da pelve, fora do útero, podendo afetar também ovários, intestino, reto, bexiga e outros órgãos do corpo feminino.
Essa condição pode acometer até 15% das mulheres em período reprodutivo e cerca de 5% na fase pós-menopausa.
No texto de hoje, vou falar sobre a ultrassonografia transvaginal especializada para endometriose e sua importância para as mulheres portadoras desse problema de saúde.
A ultrassonografia transvaginal especializada para endometriose precisa de um preparo intestinal para que se diminua a quantidade de resíduos fecais e ar na região pélvica, para que não cause nenhum conflito de imagem para a realização do diagnóstico.
O preparo intestinal envolve a adoção de uma dieta, uso de laxante via oral no dia anterior à realização do exame e a utilização de um enema retal cerca de uma hora antes. Além disso, a mulher deve estar em jejum de pelo menos 3 horas. Não se deve confundir este preparo com aquele necessário para a realização da colonoscopia, em que o intestino deve estar totalmente “limpo”.
No exame, a mulher fica em posição ginecológica e o médico inicialmente introduz o transdutor pelo canal vaginal até o útero. O exame é concluído com o uso de transdutores abdominais, para se avaliar toda a cavidade abdominopélvica.
Diferentemente do que muitas mulheres pensam, o que mais incomoda nesse exame é o seu tempo de realização, que é maior do que o do ultrassom transvaginal simples, uma vez que, além de avaliar útero e ovários, o médico realiza um estudo amplo da área pélvica da mulher para mapear as lesões.
Outro fator importante é que o exame exige maior movimentação do transdutor, em razão da necessidade de avaliar segmentos específicos: retrocervical, retossigmoide, septo retovaginal, canal vaginal e bexiga.
Esse exame é de baixa complexidade e não possui nenhum tipo de contraindicação, não requer períodos de internação, tampouco cuidados específicos após sua realização. Entretanto, o exame é totalmente dependente do médico ultrassonografista que o realiza. Ao sair do consultório, a mulher já pode voltar a sua rotina.
As indicações desse método ultrassonográfico são relacionadas à endometriose, apresentando alta sensibilidade para identificar lesões nas regiões que o exame alcança. De modo geral, ela é indicada para:
A indicação é feita apenas após a avaliação da paciente e suspeita clínica da doença. O exame não é necessariamente indicado quando não há suspeita de endometriose.
O exame geralmente não consegue detectar lesões superficiais (embora isso venha evoluindo em virtude do avanço da tecnologia), mas tem especificidade para detectar a endometriose ovariana (endometriomas) e a infiltrativa profunda em outros locais: retrocervical, retossigmoide, septo retovaginal, canal vaginal, bexiga, íleo, ceco e apêndice.
Por ter alta especificidade, requer experiência do profissional que fará o exame. Se bem realizado, oferece resultados mais acurados que os da ressonância magnética na investigação da infiltração das lesões nas paredes do intestino.
Esse exame é mais específico do que o ultrassom transvaginal para o diagnóstico, a análise e o mapeamento da endometriose.
A ultrassonografia transvaginal especializada para endometriose é capaz de visualizar de maneira mais detalhada as diferentes regiões do organismo feminino que essa condição de saúde pode acometer.
Sendo assim, mulheres que possuem suspeita de serem portadoras do problema e também aquelas que já foram diagnosticadas com endometriose geralmente realizam esse exame para o planejamento terapêutico. As lesões são mapeadas, sendo possível indicar e planejar o melhor tratamento.
A endometriose apresenta uma prevalência relativamente alta, podendo ser debilitante e trazer uma série de dificuldades às suas portadoras no dia a dia, por isso o diagnóstico correto e seu controle são fundamentais.
A melhor forma de diagnosticar e mapear as lesões causadas pela doença é realizando a ultrassonografia transvaginal especializada para endometriose.
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