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O que é cirurgia minimamente invasiva?

O que é cirurgia minimamente invasiva?

Dr. Luiz Flávio

Embora tenha surgido nos anos 1980, com o rápido avanço tecnológico, a cirurgia minimamente invasiva também evoluiu nas últimas décadas, expandiu-se para diferentes especialidades e, atualmente, é o método cirúrgico mais realizado na área médica para o tratamento de diversas afecções e alterações, femininas ou masculinas, desde os procedimentos básicos aos mais complexos.

A cirurgia minimamente invasiva proporciona diversos benefícios, como cicatriz cirúrgica reduzida, menos dor pós-operatória, menor taxa de complicações, recuperação mais rápida, alta hospitalar precoce, retorno mais rápido às atividades habituais e maior conforto da paciente.

Neste artigo, vou explicar sobre o funcionamento da cirurgia minimamente invasiva na área ginecológica, como é feito o procedimento e as principais indicações.

O que é cirurgia minimamente invasiva?

O termo é usado para descrever técnicas, assim como procedimentos diagnósticos, que preveem pequenas incisões com cerca de 0,5 cm e a utilização de equipamentos de alta tecnologia, como microcâmeras, fibras óticas e monitores, que auxiliam na realização das cirurgias.

As câmeras de alta resolução mais recentes oferecem aos cirurgiões uma visão detalhada do campo cirúrgico e iluminação ideal de alvos ocultos, independentemente de sua localização.

Existem diversos tipos de cirurgia minimamente invasiva. Os mais comumente adotados na área ginecológica são: videolaparoscopia, minilaparoscopia, vídeo-histeroscopia, cirurgia single port (single incision) e cirurgia robótica.

Indicações da cirurgia minimamente invasiva

Além de aprimorar cirurgias clássicas, como a ligadura das tubas uterinas, cirurgia em ovários e útero, essa técnica possibilitou modificações importantes no tratamento de doenças, como a endometriose – inclusive como representantes das campanhas que alertam sobre a doença –, ou de alterações uterinas e na forma de avaliação de pacientes com dificuldades reprodutivas.

A videolaparoscopia, por exemplo, técnica que prevê a introdução de uma câmera no abdômen a partir de pequenas incisões, permite a investigação de todos os órgãos da cavidade abdominal, que pela via convencional não poderiam ser visualizados. Atualmente, esse é o método adotado para a avaliação final das pacientes com endometriose e para diagnóstico nos casos de dor pélvica, quando a investigação clínica e tratamentos falharam.

Já a vídeo-histeroscopia permite a avaliação da cavidade uterina mediante a introdução de uma câmera pelo colo uterino. É fundamental para o tratamento de doenças do endométrio, como pólipos, alguns tipos de miomas, aderências uterinas e alterações anatômicas, como os septos uterinos, propiciando tratamentos locais mais rápidos, direcionados, com menor traumatismo cirúrgico e menor risco.

A cirurgia minimamente invasiva contribuiu, ainda, para problemas clínicos de difícil manejo, como o sangramento uterino anormal, por meio da ablação endometrial, aumentando as chances de resolução sem que as pacientes sejam submetidas ao procedimento convencional. Também proporcionou o aperfeiçoamento das cirurgias vaginais para correção de prolapsos e para o tratamento de neoplasias do sistema reprodutor feminino.

Como é realizado o procedimento?

Na cirurgia minimamente invasiva, o procedimento se difere significativamente do empregado na abordagem convencional. Com o auxílio de uma microcâmera e de um monitor de vídeo, o cirurgião pode ter uma visão ampliada até 20 vezes do local que será operado, sem palpar as estruturas, garantindo, ao mesmo tempo, maior integridade daquele órgão e melhores resultados para os pacientes.

A tecnologia de imagem moderna e as técnicas de processamento de imagem fornecem orientação e navegação precisas durante toda a intervenção.

Por outro lado, na cirurgia convencional, são necessárias grandes incisões para que o cirurgião possa visualizar o órgão que está sendo operado, aumentando, ao mesmo tempo, o volume de sangramento, além da dificuldade de cicatrização. O tempo de realização do procedimento e o índice de infecção também são maiores.

Na cirurgia convencional, o pós-operatório também é mais complicado, exigindo um tempo maior de recuperação da paciente.

Como é o pós-operatório nas cirurgias minimamente invasivas

Apesar de serem minimamente invasivas e geralmente com menor duração do que as cirurgias convencionais, elas também são realizadas em ambiente hospitalar e necessitam de anestesia.

De acordo com a indicação do tratamento e a técnica utilizada, a paciente pode ser liberada logo após o período de observação. No entanto, em outros casos, pode ser necessário uma internação de até 24 horas. A mesma recomendação também deverá ser adotada quando houver sintomas, como dores, cólicas ou outros desconfortos após a cirurgia. O tempo de internação varia de acordo com a complexidade do procedimento realizado.

Como o procedimento não requer grandes incisões, a mulher geralmente sente-se bem fisicamente em poucos dias. Porém, o retorno imediato às atividades diárias também vai depender do objetivo do tratamento.

No caso da endometriose, por exemplo, realizada por videolaparoscopia, a extração de tecidos e aderências em órgão como útero e ovários sugere a necessidade de maior repouso, com movimentos menos intensos no início do pós-operatório. Isso ajuda no processo de cicatrização, além de assegurar melhores resultados.

Para quem se submeteu a vídeo-histeroscopia cirúrgica, o pós-operatório é mais simples. Após o término do efeito da anestesia e o período de observação, que pode variar de 40 minutos a 1 hora, se não houver sintomas ou outros desconfortos, a paciente é liberada.

O retorno às atividades também é mais rápido, embora, em ambos os casos, o período de recuperação possa variar de acordo com as características de cada paciente: entre 7 e 30 dias.

Por que a cirurgia minimamente invasiva é tão importante?

A difusão da cirurgia minimamente invasiva tem proporcionado nos últimos anos benefícios substanciais em relação às técnicas tradicionais para uma série de intervenções cirúrgicas.

A abordagem revolucionou o tratamento cirúrgico, reduzindo significativamente a dor pós-operatória, o tempo de recuperação e as internações hospitalares, com melhorias que vão desde os custos até os resultados proporcionados pelo tratamento.

A utilização da técnica nos mais importantes campos da cirurgia, aliada ao crescente desenvolvimento tecnológico, garante, ainda, maior controle de qualidade e segurança às pacientes.

Os avanços na robótica, por exemplo, contribuíram para aperfeiçoar a destreza e habilidade do cirurgião pelo uso de ferramentas articuladas e plataformas colaborativas humano-robô, sugerindo um aprimoramento contínuo das técnicas minimamente invasivas no futuro.

Saiba mais sobre cirurgia minimamente invasiva clicando aqui.

 

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