Dr. Luiz Flávio
A curetagem da cavidade uterina é um procedimento muito importante para garantir a saúde da mulher. Por ser indicada diante de algumas complicações de abortamentos, é comum que a abordagem desse assunto seja muito delicada para as pacientes. No entanto, ela também pode ser executada para o tratamento de outras condições ginecológicas, como os pólipos uterinos.
O termo vem da palavra em francês para colher. Isso se deve ao formato do instrumento utilizado na raspagem dos tecidos. Outras áreas da saúde utilizam a curetagem em estruturas como a gengiva e os ossos. Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe o texto!
Como é feita a curetagem?
O procedimento é feito através do colo uterino, o médico utiliza um instrumento em forma de colher, a cureta. Ela é semelhante ao objeto que temos em nossas casas, mas com uma haste mais longa e uma concavidade menor e mais arredondada para reduzir os riscos de lesão do colo.
Preparação para a curetagem
Exceto em casos raros, quando precisa ser feita na emergência, a mulher deve se preparar para o procedimento. Afinal, é necessária a aplicação de sedação e anestesia. Então, recomenda-se:
Diante de casos de abortamento incompleto, em que há dilatação espontânea suficiente do colo, nenhuma preparação adicional é preconizada de forma geral. No entanto, em abortamentos retidos ou no tratamento de doenças ginecológicas, será preciso visitar o seu médico no dia anterior. Assim, ele poderá aplicar medicamentos tópicos para estimular a abertura do colo do útero.
Anestesia
Podem ser utilizadas as anestesias gerais (com sedação) e regionais (raquidiana ou espinhal).
Inserção da cureta
Os primeiros passos da curetagem são muito semelhantes aos do exame ginecológico habitual:
inserção de um espéculo para aumentar a abertura do canal vaginal para a visualização do colo do útero;
Recuperação
Por ser um procedimento um pouco mais invasivo, o médico pode pedir para que a paciente fique algum tempo adicional no hospital. Assim, ele poderá identificar rapidamente as complicações agudas e tratá-las.
Recomenda-se que a paciente fique cerca de 2 a 3 dias em repouso doméstico, evitando atividades mais pesadas. Diante do sofrimento psíquico, é importante conversar sobre as emoções com as pessoas em quem ela confia.
É muito importante observar também o surgimento de complicações que demandam um retorno ao médico, especialmente os sinais de infecção e hemorragia:
Quais as indicações de curetagem?
A curetagem já foi um procedimento muito utilizado na rotina de abortamentos espontâneos ou induzidos. Nos últimos anos, porém, dá-se preferência para a aspiração manual intrauterina (AMIU).
O procedimento pode também ser realizado para a coleta de material endometrial para biópsias ou para o tratamento de proliferações endometriais benignas. No entanto, essas indicações são cada vez mais raras, pois a histeroscopia é um método muito mais preciso e completo para essas finalidades.
Como ficam as tentativas de engravidar após a curetagem?
Muitas mulheres ficam com receio de que podem ficar inférteis devido à curetagem.
No entanto, é importante lembrar o contexto no qual esse procedimento é realizado. Dentro de contextos de risco para a saúde, como infecções e hemorragias, um intenso processo inflamatório pode acontecer.
É importantíssimo preveni-los, pois, além de colocarem em risco a integridade física, também podem desencadear complicações que levam à infertilidade (aderências, estenoses e fístulas).
Mesmo que a mulher tenha passado por uma curetagem, uma boa avaliação médica pode minimizar bastante as repercussões negativas.
Quer saber mais sobre as condutas médicas diante de sintomas e sinais comuns no acompanhamento da saúde da mulher? Então, confira o texto sobre sangramento uterino anormal, SUA!