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O que é DIU hormonal?

O que é DIU hormonal?

Dr. Luiz Flávio

Existem muitos métodos para o planejamento familiar, incluindo preservativos, pílulas anticoncepcionais, DIUs e cirurgias de esterilização, como vasectomia ou laqueadura.

O dispositivo intrauterino (DIU), entretanto, é considerado um método contraceptivo de longa duração seguro e eficaz, além de reversível, ou seja, se houver a intenção de engravidar, é necessário apenas retirá-lo, sem nenhum comprometimento para fertilidade.

Um tipo de dispositivo intrauterino hormonal, o DIU hormonal é comumente indicado pelos ginecologistas. Apesar do uso crescente e embora seja altamente eficiente, não é adequado para mulheres com algumas condições, como suspeita de neoplasias de mamas. Nesse caso, elas devem recorrer ao DIU de cobre.

Além disso, o DIU é um método que previne apenas a concepção e não a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Por isso, é importante manter o uso de preservativos, femininos ou masculinos.

Este artigo aborda o DIU hormonal, sua colocação, funcionamento e contraindicações, diferenças em relação ao DIU de cobre e possíveis riscos relacionados ao uso de dispositivos intrauterinos.

Como é realizado o procedimento para colocação do DIU hormonal?

Para colocar o DIU hormonal, a paciente deve ser submetida a exames físicos, laboratoriais e de imagens, com o propósito de avaliar diferentes condições físicas e clínicas, como DSTs, anomalias uterinas (como malformações), gravidez e neoplasias, que impedem a colocação do dispositivo, ou a presença de pólipos endometriais e miomas, que podem dificultar o posicionamento adequado.

Posteriormente, o DIU é colocado no próprio consultório médico, sem necessidade de anestesia ou hospitalização. Assim como no exame de rotina, o procedimento é realizado com o auxílio de um espéculo e dura cerca de 30 minutos.

O melhor momento para colocação é durante o período menstrual, quando o colo uterino está levemente entreaberto. Após a limpeza local, para prevenir infecções, o DIU é inserido em um cateter e introduzido pelo canal vaginal até o útero, onde é posicionado. Os fios de remoção ficam no fundo do canal vaginal e não ficam visíveis.

Podem ser prescritos medicamentos analgésicos para diminuir o desconforto ou cólicas provocadas pelo procedimento e a paciente é liberada em seguida, sem restrições para retornar às atividades normais.

Apesar de terem sido concebidos para serem colocados no consultório, também é possível sua colocação sob sedação, diminuindo o desconforto de sua inserção.

Os efeitos contraceptivos do DIU hormonal são imediatos quando a colocação ocorre no início da menstruação ou em cerca de sete dias nos casos em que o procedimento é realizado em períodos diferentes, exigindo o uso de preservativos para prevenir a gravidez até que a ação seja efetiva.

Algumas mulheres podem ter ainda algumas reações, que desaparecem em poucas semanas. As principais são:

  • Sangramento após a colocação;
  • Contrações ou cólicas;
  • Corrimento vaginal.

É importante retornar ao ginecologista para confirmar o posicionamento correto após breve período de sua inserção, avaliação que também deve ser feita, ao menos, anualmente.

Como o DIU hormonal funciona e em quais casos não é indicado?

O DIU hormonal contém um hormônio semelhante à progesterona, liberado diariamente em pequenas doses, causando o espessamento do muco cervical, inibindo a passagem do espermatozoide ou o processo de ovulação.

Ao mesmo tempo que interfere no movimento dos gametas masculinos, também evita o espessamento do endométrio e, consequentemente, a implantação do embrião.

O dispositivo diminui ou cessa o fluxo menstrual. Diminui a intensidade principalmente quando é colocado pela primeira vez, com a redução, inclusive, da manifestação de cólicas. Com o tempo, entretanto, tende a cessar completamente.

Para algumas mulheres, a ausência de fluxo representa um benefício, enquanto outras entendem como preocupação frequente de possibilidade de gravidez.

Porém, o DIU hormonal é altamente eficaz e previne em quase 100% a ocorrência de gestação por até cinco anos (após esse período deve ser substituído), além de ser um método contraceptivo reversível, que pode ser usado por longo tempo sem comprometer a fertilidade.

Também é indicado para mulheres que sofrem com ciclos e cólicas menstruais mais intensos, causados muitas vezes por condições como a endometriose ou a adenomiose, ao mesmo tempo que contribui para reduzir o risco de desenvolvimento de alguns tipos de neoplasias, por exemplo o câncer de endométrio.

É ainda uma solução importante para mulheres que não podem usar contraceptivos contendo estrogênio, incluindo as que possuem maior risco para o desenvolvimento trombose (trombofilia) ou hábitos como o tabagismo.

Por outro lado, O DIU hormonal não é adequado quando houver infecções pélvicas, anomalias uterinas, sangramento vaginal sem causa ou suspeita de neoplasias no endométrio, útero ou mamas.

Qual a diferença entre o DIU hormonal e o DIU de cobre?

O DIU de cobre, como o nome indica, é revestido com cobre, elemento tóxico para os espermatozoides, impedindo a sobrevida ou a motilidade deles e, consequentemente, a fecundação.

Assim como o hormonal, o DIU de cobre também libera diariamente o elemento em pequenas quantidades, tornando ambientes como o do endométrio, muco cervical ou tubas uterinas hostis aos gametas masculinos.

O DIU de cobre tem maior durabilidade (cerca de 10 anos).

No entanto, o DIU hormonal hoje é mais indicado por oferecer as seguintes vantagens:

  • Os hormônios liberados regulam o ciclo menstrual e podem suprimir a menstruação, sendo preferido por mulheres com alterações menstruais;
  • Pode apresentar um efeito secundário positivo em portadoras de endometriose;
  • Tem o menor risco de gravidez: 0,2%.

Há riscos associados ao uso dos dispositivos intrauterinos?

Embora sejam raros os riscos relacionados ao uso de dispositivos intrauterinos, em alguns casos, durante o procedimento para colocação, eles podem perfurar o útero, provocando o deslocamento para o miométrio, camada muscular do órgão e, mais gravemente, para a cavidade abdominal.

Além disso, podem ser expulsos pelo organismo, reconhecidos como um corpo estranho, estimular o surgimento de cistos uterinos ou de gravidez ectópica, quando o feto se desenvolve fora do útero, geralmente nas tubas uterinas.

O DIU Mirena, mais comumente, pode causar efeitos como dores de cabeça, dor e tensão mamária, retenção de líquidos, aumento de peso e alterações na pele, como o surgimento de acne. Porém, eles tendem a diminuir com o tempo de uso do dispositivo.

Com o controle adequado, entretanto, os benefícios associados aos dispositivos intrauterinos superam muito os riscos raramente registrados.

Gostou de saber mais sobre o DIU hormonal? Se ainda ficou alguma dúvida, comente no post que esclarecemos para você!

 

 

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