Dr. Luiz Flávio
Sabemos da importância dos métodos contraceptivos como forma de evitar uma gravidez indesejada e facilitar o planejamento familiar. Entre os diferentes métodos contraceptivos existentes, há aqueles cuja suspensão do uso ou retirada permite que a mulher engravide novamente, como o preservativo, o DIU, os anticoncepcionais, entre outros, e aqueles considerados definitivos, como a laqueadura e a vasectomia.
Um dos procedimentos mais antigos é a laqueadura tubária, também conhecida por ligadura tubária.
A laqueadura tubária está entre um dos métodos mais procurados devido ao seu alto grau de eficácia.
Leia nosso texto e conheça melhor a laqueadura tubária e quando ela pode ser realizada.
A quantidade de campanhas alertando sobre a utilização de métodos contraceptivos demonstra a importância deles na prevenção de uma gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Evitar uma gestação precoce ou indesejada é importante também para o bem-estar físico e emocional da mulher e do casal, além de contribuir para o controle das taxas de mortalidade tanto materna quanto infantil.
A escolha de sua utilização é de caráter pessoal, mas é importante conscientizar as pessoas acerca dos diferentes métodos existentes, suas indicações e contraindicações.
Um dos métodos sobre o qual ainda há polêmica é a laqueadura tubária, causada, em grande parte, pela desinformação acerca de suas indicações.
A mulher não pode, de forma nenhuma, ser pressionada a realizar o procedimento, por qualquer motivo que seja.
Esse método cirúrgico contraceptivo é indicado para mulheres que não desejam mais ter filhos, ou seja, para a mulher ou casal que deseja um método definitivo de contracepção.
Também indica-se a realização da laqueadura tubária para aquelas mulheres cuja gravidez pode representar um risco à saúde.
Por ser considerado um método de esterilização, há algumas regras, do ponto de vista legal, para a sua realização. No caso do Brasil, a lei exige que a mulher tenha mais do que 25 anos e tenha ao menos dois filhos vivos.
Além disso, uma declaração deve ser escrita e assinada de modo a manifestar o desejo da paciente de submeter-se ao procedimento cirúrgico.
Converse com seu médico sobre isso, caso esteja considerando a possibilidade de realizar o procedimento.
Para entender como é feita a laqueadura tubária, primeiro faz-se necessário conhecer o funcionamento do sistema reprodutor feminino. Ele é composto, basicamente, pela vagina, útero, duas tubas uterinas (também conhecidas como trompas de Falópio) e os dois ovários. As tubas são as responsáveis por ligar os ovários ao útero e permitir a passagem do óvulo. Quando o ciclo menstrual ocorre, o ovário libera um óvulo para que este seja fecundado.
O óvulo começa seu caminho do ovário até o útero e nesse percurso ele pode ser fecundado pelo espermatozoide. As variadas técnicas de realização da laqueadura tubária consistem, de modo geral, na interrupção do caminho pelas tubas uterinas, de modo a impedir que o espermatozoide chegue até o óvulo.
Os principais procedimentos que permitem a realização de laqueadura tubária são a minilaparotomia e a laparoscopia. Na minilaparotomia, realizam-se pequenas incisões no abdômen a fim de remover uma pequena parte de cada uma das tubas uterinas.
Na laparoscopia, utiliza-se um instrumento chamado laparoscópico para visualizar as tubas e realizar a secção de parte de seu comprimento. A laqueadura também pode ser realizada com o auxílio de anéis ou clipes a fim de que se oclua as tubas.
Cada tipo de laqueadura requer cuidados pós-cirúrgicos diferentes. É papel do cirurgião orientar a paciente sobre os cuidados que devem ser tomados e quais medicamentos ela deverá tomar.
A mulher não deixará de ovular após a realização da cirurgia. No entanto, os óvulos liberados serão reabsorvidos pelo organismo.
Há mulheres que realizam a cirurgia de laqueadura tubária e arrependem-se. Por isso, é comum o questionamento acerca da reversibilidade do procedimento.
Embora a laqueadura tubária seja considerada uma esterilização definitiva, há casos em que a reversão é possível, embora apresente riscos para a paciente. A possibilidade de reversão dependerá da técnica que foi utilizada, da lesão que foi causada nas tubas uterinas e da quantidade de tempo que se passou desde a sua realização.
A reversão é feita por meio da reconstrução microcirúrgica das tubas e deve ser realizada por um profissional especializado. Esse profissional será o responsável pelos exames que determinarão a possibilidade de realização da cirurgia, de acordo com as condições dos órgãos.
Por isso, a mulher que deseja reverter a laqueadura tubária deve procurar um ginecologista experiente para que ele possa realizar os exames necessários.
Dispomos de diversas informações que podem auxiliá-la a decidir se a laqueadura tubária é o procedimento indicado para você. Por isso, não deixe de ler nossos outros textos sobre esse assunto.