Dr. Luiz Flávio
O aprimoramento das técnicas em diagnóstico por imagem tem um impacto considerável na capacidade de identificação de doenças como um todo e, muitas vezes, em seus estágios iniciais. Esse é o caso da histeroscopia.
Essa técnica permite, muitas vezes, identificar doenças em seus estágios iniciais, proporcionando a possibilidade de tratamentos mais efetivos.
Esses notórios avanços permitem a análise da cavidade uterina, de forma que muitas técnicas se tornaram o meio complementar para diagnosticar doenças intrauterinas. A histeroscopia é uma técnica que apresenta altas taxas de sucesso e poucas complicações.
Acompanha o texto para saber mais sobre essa técnica importante.
A histeroscopia é considerada a técnica mais precisa no diagnóstico de doenças que acometem o interior do útero, sendo o método de avaliação mais indicado para afecções que ocorram no canal cervical e na cavidade uterina.
Para a sua realização, é necessária uma microcâmera capaz de adquirir a imagem, uma fonte de iluminação e um meio capaz de distender a cavidade uterina permitindo sua visualização.
A primeira histeroscopia aconteceu em 1869. Logo se notou a necessidade de algo que promovesse a distensão da cavidade uterina e, a partir de 1925, o procedimento passou a ser precedido da introdução de líquidos ou gases (meios de distensão), que ampliassem a cavidade endometrial, facilitando sua visualização.
Desde então, focou-se no desenvolvimento contínuo de cada uma das partes necessárias, evoluindo na tecnologia de imagem e iluminação, assim como nos meios de distensão, permitindo que, aquilo que, inicialmente, consistia em um exame diagnóstico pudesse ser utilizado também para a realização de cirurgias.
Hoje, com o refinamento e desenvolvimento dos materiais, como a introdução de um canal para inserção de pinças (alças de ressecção, tesouras, pinças de apreensão) de diâmetro reduzido, permite-se a divisão da histeroscopia, antes diagnóstica ou cirúrgica, em ambulatorial e hospitalar.
A histeroscopia hospitalar é um procedimento mais complexo do que a ambulatorial, sendo reservada para casos mais específicos. Ela deve, necessariamente, ser feita sob anestesia.
A histeroscopia cirúrgica é indicada para tratar doenças como miomas, principalmente submucosos, e malformações da cavidade uterina, devido à capacidade de análise e pólipos endometriais, visto que a técnica possibilita visualizar as aderências formadas no endométrio.
As sinequias e septos uterinos também podem ser tratados por meio da histeroscopia cirúrgica. Dessa forma, ela é indicada para alterações que afetem a cavidade uterina.
Ela consiste, de forma geral, na introdução de uma microcâmera no útero, acoplada a uma fonte de luz que permite uma visualização precisa da cavidade uterina, após sua distensão, e, por isso, permite tanto a identificação das doenças quanto auxilia nos procedimentos cirúrgicos eventualmente necessários ao próprio tratamento dessas doenças.
É importante que algumas recomendações sejam seguidas no preparo da mulher que vai passar por uma histeroscopia cirúrgica. É necessário evitar relações sexuais por pelo menos 72 horas antes do procedimento e o tratamento medicamentoso preventivo (1 comprimido 30 minutos antes da cirurgia) contra possíveis cólicas que surjam após a intervenção.
O procedimento pode ser feito de duas formas: hospitalar – demanda anestesia (raquianestesia ou sedação), consistindo principalmente na remoção mecânica das estruturas indesejáveis características da doença; ambulatorial – é possível realizar a histeroscopia em ambiente ambulatorial, sem a necessidade de internação e anestesia, embora a mulher possa ser sedada.
O tempo de cirurgia pode ser variado, entretanto o pós-operatório costuma ser breve. Caso tenha sido submetida à anestesia, o seu tempo de recuperação deve ser respeitando, durando cerca de 6h. Em geral, a mulher pode voltar à sua vida normal no dia seguinte ao procedimento. Procedimentos mais complexos, como, por exemplo, a miomectomia, podem exigir cuidados maiores e específicos.
A histeroscopia hospitalar tem um risco um pouco maior de complicações, porque, em geral, requer dilatação cervical e é indicada para situações um pouco mais complexas.
Com o aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico por imagem, os riscos dos procedimentos cirúrgicos auxiliados por elas diminuem drasticamente. Cerca de 1% das mulheres que são submetidas à histeroscopia cirúrgica apresentam sinais indesejáveis durante o pós-operatório, mostrando que essa é a técnica mais segura no tratamento de diversas doenças que afetam a cavidade uterina.
A histeroscopia cirúrgica pode ser indicada para uma série de problemas que afetem o útero. Leia mais sobre esse procedimento.