Dr. Luiz Flávio
A laparoscopia, ou videolaparoscopia, é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo com inúmeras indicações. É muito utilizada por ser minimamente invasiva e apresentar pós-operatório menos doloroso, com recuperação mais rápida.
“See and treat” ou simplesmente ver e tratar é uma abordagem estratégica que utiliza a laparoscopia como uma de suas mais importantes ferramentas, já que consiste em realizar a confirmação diagnóstica e seu respectivo tratamento em um mesmo procedimento, simultaneamente.
A intervenção cirúrgica por via laparoscópica é realizada por incisões abdominais mínimas, com auxílio de imagens em tempo real obtidas por microcâmeras associadas a uma fonte de luz.
A combinação da obtenção de imagens em tempo real com a possibilidade de intervir cirurgicamente nos quadros identificados visualmente é o fundamento da laparoscopia e a abordagem chamada “see and treat”, que oferece diversas vantagens ao tratamento das doenças que afetam os órgãos abdominais e pélvicos.
Uma das principais é a diminuição do número de consultas entre o início da investigação para o diagnóstico de uma determinada doença e seu respectivo tratamento, permitindo que a intervenção seja realizada de forma precoce e, por isso, com maiores chances de ser bem-sucedida.
Além disso, especialmente nos casos em que essas doenças provocam sintomas dolorosos ou com prejuízo para a fertilidade das mulheres, diminui o tempo de sofrimento entre o diagnóstico e o tratamento, além de permitir um pós-operatório menos doloroso com recuperação mais rápida.
Este texto mostra o que é a laparoscopia e quais vantagens esse procedimento trouxe, especialmente para o diagnóstico e tratamento de doenças ginecológicas e problemas relacionados à infertilidade feminina.
O que é a laparoscopia ou videolaparoscopia?
A palavra laparoscopia é composta por duas palavras gregas, lapa (flanco ou pélvis) e skópion (ver, observar): um procedimento realizado a partir da visualização do abdome e da pelve, internamente.
É um procedimento minimamente invasivo, pelo qual é possível realizar a intervenção. O uso das microcâmeras incorporadas ao laparoscópio, um tipo de endoscópio ótico, permitiu que a cirurgia pudesse ser feita sem a necessidade de grandes cortes para acessar os órgãos e estruturas dessa região, daí o nome cirurgia minimamente invasiva.
A laparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva, mas nem toda cirurgia minimamente invasiva é laparoscópica. A histeroscopia cirúrgica, por exemplo, apesar de assim ser considerada, não é realizada com a mesma metodologia.
Enquanto a laparoscopia precisa de incisões para introduzir o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos, ainda que mínimas, a histeroscopia é realizada por via transvaginal, sem a necessidade de cortes, e também possibilita a estratégia “see and treat”. No entanto, a histeroscopia é indicada para o tratamento de condições intrauterinas e não das que afetam a região pélvica.
Em quais situações a laparoscopia é indicada?
A laparoscopia pode ser indicada para uma grande diversidade de intervenções cirúrgicas no interior da cavidade abdominopélvica.
Na ginecologia, permite a intervenção no útero, nas tubas uterinas e ovários, assim como na pelve como um todo, particularmente órgãos como bexiga e intestino, que podem ser afetados por doenças ginecológicas como a endometriose. Veja abaixo:
Como a laparoscopia é realizada?
Preparação
A preparação para a videolaparoscopia inclui jejum de 8 horas e, como na maior parte dos procedimentos cirúrgicos, a administração preventiva de antibióticos na indução anestésica, diminuindo as chances de infecção no pós-operatório.
Em alguns casos, pode ser solicitado que a mulher realize um preparo intestinal.
Procedimento
A videolaparoscopia é realizada em ambiente hospitalar com anestesia geral. Prevê pequenos cortes pelos quais são introduzidos o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos.
As imagens, transmitidas em tempo real para o monitor, possibilitam a(o) cirurgiã(o) realizar os procedimentos com alto grau de exatidão.
Pós-operatório
O tempo de recuperação é menor e menos doloroso quando comparado às cirurgias convencionais, o que tornou a técnica padrão-ouro no tratamento de diversas doenças.
Na maior parte dos casos, a mulher recebe alta 24h após a cirurgia e pode retomar suas atividades cotidianas entre 7 e 10 dias, embora procedimentos mais complexos possam exigir um tempo maior de internação e retorno mais lento à rotina.
Leia mais sobre cirurgias minimamente invasivas acessando nosso conteúdo especial sobre o assunto.