Dr. Luiz Flávio
Assim que nasce, a menina já conta, em seus ovários, com todos os folículos ovarianos que terá ao longo da vida. É dentro desses folículos, pequenas bolsas repletas de líquido, que se desenvolverão os óvulos, gametas femininos essenciais para a reprodução humana.
Na puberdade, com o início dos ciclos menstruais, começa também a vida fértil da mulher. Com o passar do tempo, a cada ciclo, um óvulo é liberado e assim a chamada reserva ovariana (quantidade de folículos presente nos ovários) vai, pouco a pouco, diminuindo.
Por volta dos 50 anos de vida, a reserva ovariana acaba e a mulher para de menstruar definitivamente. Esse fenômeno é chamado de menopausa. Ela marca o fim da vida fértil e traz uma série de mudanças que afetam a saúde e a qualidade de vida da mulher, como as chamadas ondas de calor, as variações de humor, o ressecamento vaginal, entre outros sintomas.
Neste texto, vou falar sobre a menopausa, as características desse período da vida e o que pode ser feito para minimizar os seus efeitos negativos.
A menopausa é definida como a última menstruação da mulher. Seu diagnóstico é retroativo, pois é preciso haver pelo menos um ano sem ciclo menstrual para a sua confirmação. Os efeitos da redução das taxas hormonais, porém, podem começar anos antes da última menstruação e, nesse período, os ciclos costumam ficar irregulares.
Para compreender por que a menopausa causa tantas mudanças no organismo da mulher, é preciso primeiro entender o papel dos ovários. Eles não têm somente a função de abrigar os óvulos que vão se desenvolver e amadurecer para serem fecundados por um espermatozoide e, assim, gerar um embrião. Também são responsáveis pela produção dos principais hormônios sexuais femininos, os estrogênios e a progesterona.
Com a diminuição natural da reserva ovariana, por volta dos 50 anos de idade, a taxa de hormônios no corpo da mulher cai, acarretando uma série de mudanças fisiológicas que podem afetar a qualidade de vida. Os principais efeitos dessa fase são:
A menopausa pode ser um período difícil para a mulher, devido a todos esses sintomas. É importante ressaltar, porém, que a intensidade dos sintomas e sinais dessa fase não é influenciada somente pela queda nas taxas hormonais, mas também dependem do ambiente sociocultural e do estado psicológico da mulher, que inclui questões familiares, conjugais e profissionais.
Entretanto, quando bem orientada, deve compreender se tratar de uma fase fisiológica da vida e que pode ser vivida com bastante qualidade
Embora a menopausa seja um processo inevitável, seus efeitos podem ser reduzidos com a administração de estrogênios e progesterona, em um tratamento chamado de terapia hormonal, quando necessário. Os hormônios são utilizados em doses baixas e na forma de comprimidos, adesivos, gel ou creme vaginal. O estrogênio via vaginal também pode ser administrado caso a paciente tenha ressecamento vaginal e dores ou desconforto durante as relações sexuais. A terapia hormonal costuma levar entre 2 e 5 anos.
Entre os benefícios do tratamento estão:
Para que os resultados sejam satisfatórios, é importante que a terapia hormonal seja acompanhada de mudanças de hábito de vida, como parar de fumar e adotar uma dieta saudável, além de praticar atividades físicas regularmente.
Existem, no entanto, algumas contraindicações para a terapia hormonal, como mulheres com trombofilia, história de tromboembolismo, doenças hepáticas graves, tumores de mama ou endométrio.
Neste artigo procuramos mostrar as principais características da menopausa e como os sintomas dessa fase podem ser reduzidos. É importante ressaltar que a menopausa é um processo natural e inevitável, mas que o acompanhamento e o tratamento adequados, aliados a um estilo de vida saudável, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida da mulher nesse período.
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