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O que é salpingectomia?

O que é salpingectomia?

Dr. Luiz Flávio

A salpingectomia é o procedimento cirúrgico para remoção uni ou bilateral das tubas uterinas. Fundamentais para o processo reprodutivo, as tubas uterinas são responsáveis pela captação dos óvulos – é onde normalmente ocorre a fecundação –, assim como pelo transporte deles e dos espermatozoides até o útero, após a fecundação. Qualquer alteração compromete esse processo.

Uma das principais causas de dificuldades reprodutivas femininas, por exemplo, é a obstrução nas tubas uterinas, geralmente provocada por infecções bacterianas. As mais comuns são as transmitidas por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a clamídia e a gonorreia.

Neste texto explico o funcionamento da salpingectomia, da preparação ao pós-operatório, destacando os casos em que o procedimento é indicado.

Como a salpingectomia funciona e quando é indicada?

Os quadros infecciosos podem evoluir para outras condições, como a salpingite (inflamação das tubas uterinas), ou para a doença inflamatória pélvica (DIP). Elas provocam a formação de aderências, causando a obstrução. Elas também podem causar hidrossalpinge, condição em que as tubas uterinas são bloqueadas por um líquido seroso.

O bloqueio também pode ocorrer pelo desenvolvimento de tecido endometrial ectópico (endometriose), pelo tecido cicatricial que resulta de cirurgias ou pelo refluxo do fluído produzido pelas tubas uterinas, fazendo com que ele fique acumulado, provocando sua dilatação.

Nos casos em que essas condições causam obstruções ou danos nas tubas uterinas, a salpingectomia para remoção de uma ou ambas podem, então, ser indicada.

As tubas uterinas também devem ser removidas se houver presença de tumores, gravidez ectópica (que ocorre fora do útero) e se romperem causando outras complicações, como hemorragia.

A técnica mais comumente utilizada para realizar a salpingectomia é a videolaparoscopia, procedimento minimamente invasiva realizado por pequenas incisões realizadas no abdome. Um laparoscópio com uma câmera acoplada e outros equipamentos de alta tecnologia, como fibras óticas e monitores para acompanhamento em tempo real, são introduzidos pelas incisões e orientam o procedimento.

A cirurgia é realizada em centro cirúrgico e requer a utilização de anestesia geral. Embora seja uma técnica minimamente cirúrgica, a intervenção pode ser complexa, a depender do histórico médico da paciente.

Mulheres que vão se submeter à salpingectomia por videolaparoscopia devem seguir algumas orientações.

No dia anterior, a paciente deve fazer jejum por 8 horas. Na maioria dos casos, são prescritos antibióticos profiláticos, que se iniciam antes do procedimento e são descontinuados após. Algumas vezes, um laxante para o esvaziamento intestinal também pode ser indicado.

O uso de qualquer tipo de medicamento e possibilidade de alergias à anestesia, fitas adesivas, grampos ou outros materiais cirúrgicos devem ser informados ao médico responsável pelo procedimento.

Após a anestesia geral, o laparoscópio é introduzido através de uma incisão umbilical de cerca de 1 cm. Para os instrumentos, são feitas outras pequenas incisões, todas com cerca de 0,5 cm. O dióxido de carbono (CO2) é utilizado para dilatar o abdome e facilitar a visualização dos órgãos.

Após a finalização, é feita a sutura. Todo o procedimento dura por volta de 60 min. A alta hospitalar acontece geralmente no dia seguinte à realização da cirurgia.

Pós-operatório

Logo após a recuperação da anestesia, o consumo de líquido é permitido. O de alimentos sólidos, no entanto, pode variar de acordo com cada caso e é indicado pelo especialista que realizou o procedimento.

Muitas vezes, os efeitos do dióxido de carbono duram alguns dias. Embora eles possam provocar alguns sintomas, como cólicas abdominais, essas manifestações são consideradas normais e não indicam nenhum risco para a paciente.

Até a cicatrização, o corte deve ser mantido limpo e seco. O tempo de recuperação também é determinado pelo cirurgião e pode variar de uma a duas semanas. Durante esse período a relação sexual deve ser evitada.

A atividade física, por outro lado, normalmente pode ser retomada uma semana após a cirurgia. No entanto, o período também pode variar de acordo com cada caso.

Mesmo nos casos em que a mulher teve que fazer a remoção de ambas as tubas uterinas, ainda é possível engravidar com a utilização de técnicas de reprodução assistida.

Toque no link e entenda mais sobre a salpingectomia.

 

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Daiane Prado
3 anos atrás

Estou casada novamente e gostaria de ter um bebê mas não tenho mais o útero só mente uma trompa e um ovário ainda é possível se eu fizer um transplante de útero estou disposta a tudo é pagar o que for para gestar de novo.

Dr. Luiz Flávio
3 anos atrás
Reply to  Daiane Prado

Boa tarde Daiane,

Hoje o transplante uterino evoluiu e ainda há muito a evoluir. Atualmente, no Brasil, restringe-se a protocolos específicos, estando ainda muito restritamente disponível. Uma alternativa para você poderia ser o útero de substituição, que apresenta alguns critérios específicos.

Abraços, Dr. Luiz Flávio

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