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O que são miomas uterinos e por que se formam?

O que são miomas uterinos e por que se formam?

Dr. Luiz Flávio

Miomas uterinos ou leiomiomas são tumores benignos que se formam em mulheres em idade reprodutiva. A taxa de prevalência, entretanto, aumenta progressivamente com o avanço da idade, variando de 5,4% a 77%.

Alguns fatores de risco, como obesidade, genética e raça, estão entre os que podem provocar o desenvolvimento deles. Mulheres negras, por exemplo, apresentam uma propensão até três vezes maior em comparação com mulheres brancas. Os miomas uterinos também estão associados com complicações na gravidez e dificuldades reprodutivas, principalmente quando crescem dentro da cavidade uterina.

Vou abordar, neste artigo, os fatores de risco para o desenvolvimento de miomas uterinos, explicar como eles são classificados, quais são os sintomas e tratamentos.

O que são miomas uterinos?

Tumores benignos que se desenvolvem a partir das células musculares lisas do miométrio (camada muscular do útero), miomas uterinos, apesar de não serem graves, podem comprometer a capacidade reprodutiva da mulher ou causar a interrupção da gravidez.

Muitos são assintomáticos e diagnosticados incidentalmente em um exame ginecológico de rotina. Porém, até 50% das mulheres apresenta diferentes sintomas, de acordo com a localização.

Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de miomas uterinos?

Embora a etiologia dos miomas ainda não seja totalmente estabelecida, diferentes pesquisas sugerem que eles podem ser causados por diversos fatores, que podem interferir isoladamente ou em associação. Veja abaixo os principais:

  • Hormônios: os hormônios estrogênio e progesterona, que estimulam o desenvolvimento do revestimento uterino a cada ciclo menstrual, promovem o crescimento de miomas;
  • Menstruação precoce: o aumento de risco para o desenvolvimento de miomas também pode estar associado à menarca precoce;
  • Idade: há um aumento na prevalência de miomas com o avanço da idade, principalmente entre mulheres acima de 40 anos;
  • Obesidade: a obesidade também é responsável por cerca de 20% da incidência;
  • Alimentação: alguns alimentos estão associados ao risco de desenvolvimento de miomas, entre eles a carne vermelha. Já o consumo de vegetais verdes em quantidade adequada pode ter efeito protetor.
  • Fatores genéticos: o histórico familiar de crescimento de miomas aumenta as chances para seu desenvolvimento;
  • Fatores de crescimento: fatores de crescimento são substâncias que exercem um papel importante na comunicação entre as células, inclusive no crescimento de miomas;
  • Diferença racial: é consenso na literatura médica que miomas uterinos são até três vezes mais prevalentes em mulheres negras;
  • Cafeína e álcool: o aparecimento de miomas uterinos é ainda associado à ingestão em excesso de álcool e cafeína.

Quais são os tipos de miomas uterinos?

Os miomas uterinos são classificados de acordo com a sua localização:

  • Miomas submucosos: localizados no interior da cavidade uterina;
  • Miomas intramurais: localizados na parede do útero;
  • Miomas subserosos: crescem na parte externa da parede uterina.

Quais são os sintomas causados por cada tipo?

Cada tipo de mioma também provoca um sintoma associado à sua localização:

  • Miomas submucosos: frequentemente causam sangramento entre os períodos menstruais, além de cólicas. Podem também provocar menorragia – aumento excessivo da quantidade do fluxo menstrual. Eles são os responsáveis por causar dificuldades reprodutivas, abortos espontâneos e partos prematuros;
  • Miomas intramurais: também provocam risco de sangramento menstrual intenso e podem aumentar as chances de infertilidade e abortamento;
  • Miomas subserosos: na maioria dos casos são assintomáticos. Entretanto, quando há sintomas, eles geralmente causam inchaço e compressão da bexiga, provocando maior frequência urinária, e do intestino, ocasionado quadros também frequentes de constipação.

Alguns miomas, conhecidos como pediculados, desenvolvem estruturas como “pontes” para suportá-los. Eles causam dor intensa quando torcem.

Exames para diagnosticar miomas uterinos

Em aproximadamente 50% dos casos, os miomas uterinos são assintomáticos, por isso é importante consultar regularmente um especialista. O exame físico aponta irregularidades, como o tamanho do útero, sugerindo a presença de miomas mesmo antes de os sintomas se manifestarem.

Se houver alguma suspeita, poderão ser realizados outros exames para confirmar o diagnóstico, determinar a localização e indicar o tratamento mais adequado:

  • Ultrassonografia: a ultrassonografia transvaginal ou abdominal permite determinar o tamanho e a localização dos miomas no útero;
  • Testes laboratoriais: se houver sangramento menstrual anormal, alguns exames poderão ser necessários para investigar possíveis causas;
  • Ressonância magnética: esse exame de imagem mostra o tamanho e a localização dos miomas e identifica diferentes tipos;
  • Histerossonografia: facilita a obtenção de imagens de miomas submucosos e do endométrio;
  • Histerossalpingografia: é um exame de raio-X com a utilização de contraste iodado para realçar a cavidade e tubas uterinas, recomendado principalmente se a infertilidade for uma preocupação;
  • Histeroscopia ambulatorial: cirurgia minimamente invasiva que permite a exploração visual das partes internas do sistema reprodutor feminino, por meio de um histeroscópio.

Tratamentos indicados para miomas uterinos

O tratamento é indicado de acordo com os sintomas e objetivos terapêuticos. Para mulheres que não apresentam nenhum sintoma, a recomendação é observá-los periodicamente.

Tratamento cirúrgico

  • Miomectomia: realizada para retirada de miomas submucosos e intramurais, melhora significativamente vários sintomas, entre eles a dificuldade reprodutiva, com evidências que sugerem uma taxa de sucesso na gravidez entre 34% a 56% de acordo com a localização;
  • Embolização da artéria uterina: opção terapêutica para pacientes com miomas uterinos que não querem cirurgia ou não podem sofrer cirurgia. As taxas de sucesso variam de 77% a 86%. Já o volume do mioma apresenta uma redução de 40% a 75%;
  • Ultrassonografia focada guiada por MRI: nesse procedimento, as ondas de ultrassom convergem para o mioma e fazem com que ele sofra uma necrose coagulativa. Pode oferecer alívio de sintomas, como sangramento e dor;
  • Histerectomia: a histerectomia é a retirada total ou parcial do útero. Tem indicação específica e não pode ser realizada em todos os casos. É indicada para mulheres com sintomas graves que desejam tratamento definitivo e que não pretendem mais engravidar.

Tratamento farmacológico

O tratamento farmacológico baseia-se no fato de que os miomas tendem a se desenvolver na presença de estímulos de estrogênio e progesterona, e a diminuir sob a ação de androgênios.

Os antagonistas da progesterona registram uma redução do volume dos miomas de até 50%, melhora dos sintomas e diminuição do volume uterino em 47% após 26 semanas.

Porém, os agonistas do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) têm sido considerados a solução que apresenta menos efeitos colaterais. Eles atuam na redução do estrogênio e da progesterona, induzindo a uma diminuição significativa do volume dos miomas, entre 35% e 65%.

Apesar de os miomas retornarem ao tamanho anterior quando o tratamento é descontinuado, ele é uma opção eficaz para mulheres que querem engravidar e não desejam o tratamento cirúrgico.

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