por Dr. Luíz Flávio Cordeiro
O trato genital inferior feminino pode ser acometido por doenças e apresentar complicações graves, como o câncer de colo uterino. Com o avanço das técnicas diagnósticas, principalmente da colposcopia, a investigação e o tratamento das afecções do trato genital inferior (PTGI) se tornaram mais efetivos, proporcionando redução das complicações decorrentes dessa condição.
A princípio, a colposcopia era um exame indicado para a realização de biópsia. Com o passar do tempo, as indicações se ampliaram e hoje ele é essencial para o diagnóstico e tratamento de diversas afecções que podem acometer a região genital feminina.
A colposcopia/vulvoscopia é um exame ginecológico preventivo indicado para avaliar o colo do útero, o canal vaginal e a vulva. Pode identificar:
Se você quiser saber mais especificamente sobre a colposcopia, leia o texto que elaboramos sobre o assunto aqui.
Os sintomas relacionados às afecções que podem acometer o trato genital inferior são diversos. Recomenda-se que a paciente procure auxílio médico o mais rápido possível após notar alterações. Caso não seja feito o tratamento, as complicações podem ser graves.
Sintomas que podem ser sinais de PTGI:
A suspeita de qualquer doença ocorre durante a anamnese e o exame ginecológico. Na consulta, a paciente relata os sintomas que tem observado e responde em detalhes todas as perguntas feitas pelo médico, que deve elaborar um questionário bem estruturado. Depois da anamnese, fazemos o exame ginecológico, em que podemos observar alterações que podem ser indícios de condições mais graves. Depois da anamnese e do exame ginecológico, exames pertinentes são solicitados, como o Papanicolaou, cultura de secreção vaginal e a colposcopia.
O diagnóstico de PTGI é feito com base nos resultados dos exames acima, sendo todos complementares quando indicados. Ao serem identificadas alterações no Papanicolaou, pedimos a colposcopia, exame de alta sensibilidade para identificação de anormalidades na região investigada.
A Associação Brasileira de PTGI e Colposcopia propôs um formato de laudo colposcópico da região específico para que fosse feita a padronização, o que facilita o processo de investigação e tratamento das doenças, aumenta a segurança diagnóstica do médico e protege a paciente. O laudo é um instrumento fundamental porque consiste em um documento legal que orienta outro profissional na interpretação e conduta, caso seja necessário, e também a paciente.
A colposcopia avalia o colo do útero e a vagina, podendo ser feito com ou sem biópsia, dependendo da indicação, considerado um procedimento complementar. Pode haver a necessidade de realizar o exame periodicamente para avaliar a evolução da doença diagnosticada.
O diagnóstico precoce melhora o prognóstico. O tratamento pode ser menos complexo e a cura, definitiva.
O tratamento está relacionado especificamente à afecção diagnosticada, assim como ao seu estágio de desenvolvimento.
No caso do HPV, a doença pode ser causada por diversas espécies do vírus, cada uma delas com características particulares. No tratamento de verrugas e distúrbios histológicos precursores de alterações malignas, deve-se focar no tratamento das lesões em si, que podem ser destruídas com substâncias químicas, crioterapia ou laser, ou removidas por técnicas cirúrgicas (conização), em estágios mais avançados.
Na maioria dos casos, o vírus é eliminado do organismo feminino. No entanto, existem casos em que a doença é tratada, mas o vírus permanece no corpo da mulher, podendo ser transmitido e se manifestar futuramente.
Se quiser saber mais sobre o HPV, inclusive da vacina que hoje pode ser utilizada para prevenção, leia o texto que elaboramos sobre o assunto.
No caso do câncer de colo de útero, a conduta terapêutica varia de acordo com as características da doença. O médico deve avaliar o caso individualmente em detalhes para propor a melhor forma de tratamento.