Dr. Luiz Flávio
A endometriose é uma doença inflamatória, crônica e estrogênio-dependente com maior prevalência, portanto, durante a vida fértil da mulher. Trata-se de uma doença complexa sem um consenso sobre suas causas.
No entanto, existem teorias que buscam explicar o motivo de seu surgimento.
Seu diagnóstico pode ser difícil, e a dificuldade de sua identificação pode causar complicações para as portadoras dessa enfermidade. Para combatê-la, a informação e o auxílio médico tornam-se fundamentais.
Os sintomas mais comuns e que fundamentam o diagnóstico são:
O crescimento do tecido endometrial é estimulado por um importante hormônio chamado estrogênio, produzido nos ovários e que exerce papel fundamental durante as diferentes etapas do ciclo menstrual da mulher. O estrogênio também estimula o tecido fora do útero, o que provoca a inflamação.
Quer saber mais sobre o que pode provocar o surgimento da endometriose? Leia o texto até o fim!
Endométrio é o tecido ou camada que reveste o útero internamente, ou seja, a parede uterina. Esse tecido, quando estimulado pelos hormônios ovarianos, sofre um aumento na sua espessura que tem como objetivo permitir o correto alojamento do embrião na parede uterina, processo denominado implantação ou nidação.
A endometriose é uma doença crônica definida pela presença de tecido endometrial ectópico, que se desenvolve fora do útero, como ovários, tubas uterinas, etc.
O tecido endometrial comporta-se de forma similar mesmo quando se encontra fora do útero, ou seja, descamando no período menstrual, o que pode provocar inflamações nos órgãos afetados pela sua presença, podendo provocar alterações em sua forma.
A endometriose tem prevalência de cerca de 10% das mulheres, surgindo com maior frequência nas mais jovens.
Até há pouco tempo, a principal teoria para explicar o surgimento da endometriose era a da menstruação retrógrada, entretanto, como ela não contempla todas as formas de apresentação da doença, algumas outras podem ser apontadas.
A menstruação retrógrada é um fenômeno normal na maioria das mulheres. Ocorre quando o sangue menstrual reflui através das tubas uterinas, atingindo a cavidade pélvica.
Entretanto, como previamente exposto, dado que 90% das mulheres apresentam este fenômeno e “apenas” cerca de 10% desenvolvem a doença, advoga-se a necessidade de presença de outros fatores para a gênese desta enfermidade.
Um dos fatores adicionais principais são alterações imunológicas que permitem que estas células escapem do sistema imunológico, podendo então se fixar em outras estruturas e se desenvolver.
Outras teorias propõem que essa doença possa ter um desenvolvimento genético, ou seja, que passa de mãe para filha. Também se admite a possibilidade da influência de fatores ambientais.
Os fatores ambientais podem estar relacionados aos poluentes presentes no ar. A dioxina é tida como um composto químico prejudicial e tem sido relacionada ao desenvolvimento da endometriose ao interferir na via de sinalização estrogênica, ou na alteração da expressão genética devido a fenômenos epigenéticos.
Ademais, há a teoria da metaplasia celômica. De acordo com tal teoria, células de resquícios embrionários passariam por um processo de diferenciação em que se tornariam células endometrioides, provocado o surgimento da doença.
O desenvolvimento da doença determinará qual tratamento deverá ser feito. Sua origem, no entanto, pode ter influência na região afetada e no grau de desenvolvimento da endometriose.
Por isso, as diferentes classificações dos tipos de endometriose visam analisar suas características e sintomas clínicos, a fim de tornar a interpretação do diagnóstico mais eficiente.
Seu desenvolvimento também determinará a classificação da fertilidade da paciente, de acordo com os resultados dos exames realizados. Embora ainda não se saiba com exatidão as causas da endometriose, estudos têm sido realizados a fim de aprofundar os conhecimentos acerca do processo natural da doença.
Entretanto, sabe-se que a eficiência de seu tratamento dependerá também de um diagnóstico que, quanto mais precoce, melhor. Isso significa dizer que o acompanhamento médico especializado é essencial para que sejam realizados os exames necessários para detectar a doença.
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