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Dr. Luiz Flávio
A endometriose é uma doença complexa que se caracteriza pela presença de tecido semelhante ao endometrial fora da cavidade uterina. Existem alguns tipos de endometriose, portanto a investigação da doença deve ser detalhada para que o planejamento do tratamento seja efetivo.
Embora essa doença crônica possa ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico, em alguns casos ela pode provocar sintomas sérios, inclusive incapacitantes, prejudicando a qualidade de vida.
Ela atinge cerca de 10% da população feminina e, por vezes, seu tratamento pode exigir cirurgia por videolaparoscopia com ou sem o suporte robótico, de acordo com a gravidade, sintomas e planejamento familiar da mulher.
Leia o texto e conheça mais sobre os tipos de endometriose.
Para entender o que é endometriose, é necessário saber o que é o endométrio e qual sua função. Esse é o nome dado para o tecido que reveste a camada interna do útero, ou seja, a parede uterina.
Esse tecido, quando estimulado pelos hormônios ovarianos, sofre um espessamento, que tem como objetivo de receber o embrião fecundado na parede uterina, processo denominado de nidação ou implantação.
A endometriose é uma doença hormonal, inflamatória, crônica que surge quando fragmentos de um tecido semelhante ao endométrio se desenvolve em outros órgãos, provocando sintomas.
A depender dos tipos de endometriose e do grau de acometimento do organismo, esse distúrbio pode ser associado a vários sintomas, tais como cólicas menstruais incapacitantes, dores nas relações sexuais, dores crônica, alterações intestinais e/ou urinárias cíclicas e, em alguns casos, a infertilidade feminina.
A endometriose é uma doença que pode afetar o dia a dia da mulher. Cada um dos tipos de endometriose pode afetar esse cotidiano de uma maneira diferente e, por isso, conhecer as variadas formas de endometriose é importante.
A classificação do ponto de vista morfológico apresenta três tipos de endometriose: a superficial peritoneal, a ovariana, também chamada de endometrioma, e a infiltrativa profunda.
Entre os tipos de endometriose, a superficial é assim classificada devido ao fato de as lesões apresentadas serem superficiais, com menos de 5 mm de infiltração. Nesse tipo, formam-se lesões peritoneais que podem acometer toda a região pélvica.
A endometriose superficial também não costuma provocar alterações anatômicas em órgãos como ovários, tubas uterinas e útero. Entretanto, mesmo sendo considerada uma forma menos agressiva da doença, é necessário o acompanhamento médico, pois a evolução da doença é desconhecida, devendo ser monitorada.
Também chamada de endometrioma, essa manifestação da doença consiste na formação de cistos nos ovários.
O tamanho das lesões formadas pode interferir na fertilidade da mulher. A presença desse tecido endometrial nos ovários gera um processo inflamatório nesses órgãos.
Devido à sua localização, podem interferir no processo de ovulação, essencial para a fertilidade.
Nessa manifestação da doença, a mais severa da endometriose, tem-se o aparecimento de tecido endometrial infiltrando outros órgãos. Ela pode, por vezes, afetar os ligamentos uterinos, a bexiga e o intestino. As lesões passam de 5 mm de profundidade, e a doença é subclassificada de acordo com a região atingida.
Essa endometriose pode localizar-se, também, na camada que reveste o abdômen, o peritônio. Há casos em que ela se localiza no colo uterino, na vagina ou no septo retovaginal.
Classifica-se como endometriose profunda, portanto, a forma mais agressiva dos tipos de endometriose, em que a inflamação abrange uma área mais profunda.
O mais comum é que a mulher apresente diferentes tipos de lesão, com diferentes profundidades e localização.
A American Fertility Society (AFS) elaborou e depois revisou uma proposta de classificação da endometriose baseada em um sistema de pontos (escore). Atualmente, essa classificação prevê a endometriose dividida em: mínima, leve, moderada e severa.
Essa classificação é baseada no número, tamanho e localização dos focos das lesões, assim como presença de endometriomas e aderências. A classificação é feita de acordo com as características cirúrgicas da doença.
Os principais sintomas da doença são alterações urinárias e intestinais cíclicas, como presença de sangue na urina e/ou nas fezes e dificuldade para urinar, dores pélvicas, dispareunia, dismenorreia. Esses sintomas podem se intensificar durante o período menstrual. A infertilidade também é um sintoma associado à doença.
No entanto, há muitos casos de endometriose assintomática.
O tratamento depende dos sintomas, do diagnóstico, da idade, do desejo reprodutivo e do tipo da doença. O ginecologista indica o tratamento mais adequado a cada caso, sendo fundamental a individualização.
É importante que o acompanhamento médico seja realizado periodicamente a fim de detectar a doença o mais cedo possível e, assim, prosseguir com o tratamento indicado e impedir que ela evolua para um quadro clínico mais grave.
Informar-se sobre os tipos de endometriose e as características da doença é essencial para saber identificar seus sintomas, quando presentes, e informar o médico a fim de auxiliar no diagnóstico. Leia mais sobre endometriose.
