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Qual a relação entre endometrioma e endometriose?

Qual a relação entre endometrioma e endometriose?

Dr. Luiz Flávio

A endometriose é uma doença crônica cuja classificação é baseada na localização e na gravidade dos focos endometrióticos. É considerada uma das doenças mais difíceis de serem identificadas e tratadas na ginecologia, devido ao fato de que, muitas vezes, não apresenta sintomas ou os sintomas são semelhantes aos de outras doenças. Além disso, ainda há muita desinformação sobre o assunto, o que leva a mitos e estigmas.

Essa doença é uma das principais causas de internação de mulheres, e, a depender da gravidade com que se manifesta, pode levar à infertilidade e ao comprometimento da qualidade de vida da mulher.

Quando essa doença manifesta sintomas, eles podem interferir na qualidade de vida da mulher, podendo fazer com que se torne difícil realizar tarefas rotineiras. Pode apresentar um caráter progressivo, portanto seu diagnóstico precoce aumenta as possibilidades de controle e tratamento.

Estima-se que um grande número de casos de endometriose seja diagnosticado apenas cinco anos após o surgimento da doença no organismo feminino.

Neste artigo, abordarei um tipo de endometriose chamado endometrioma.

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença crônica, estrogênio-dependente, que provoca processos inflamatórios nos órgãos que afeta. Ocorre durante a vida fértil da mulher e caracteriza-se pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, em região ectópica.

Esse tecido endometrial reveste o útero internamente e é nele que o embrião se fixa no processo de gravidez. Para receber o embrião, ele sofre a ação hormonal e se torna mais espesso. Essa ação hormonal também afeta os focos endometrióticos ectópicos, levando ao processo inflamatório.

Classificação da endometriose e os endometriomas

A endometriose é classificada de acordo com a localização ectópica do tecido endometrial e os tipos de manifestações. O objetivo principal de criar uma classificação é universalizar o entendimento, assim como os procedimentos relacionados a ela, como tratamento.

Dessa forma, o tipo mais brando é chamado de endometriose superficial. Essa manifestação da doença se caracteriza por lesões rasas que geralmente afetam o peritônio, camada que recobre boa parte dos órgãos internos.

Essas lesões, entretanto, não provocam alterações anatômicas graves nos órgãos afetados. Os sintomas desse tipo de endometriose podem ser mais brandos, mas não é uma regra.

O segundo tipo de endometriose é chamado de endometriose ovariana ou endometrioma. Nesse caso, tem-se a formação de cistos nos ovários.

O sintoma mais comum do endometrioma é uma tumoração que pode ser sensível à palpação. Esses cistos podem interferir na ovulação, tendo impacto na fertilidade feminina, assim como podem estar associados a outros tipos de endometriose, sendo considerado um marcador de presença de endometriose profunda.

O último tipo de endometriose, a chamada infiltrativa profunda, tem lesões com profundidade igual ou superior a 5 mm, que podem ser encontradas tanto em órgãos do sistema reprodutivo, assim como de outros sistemas, por exemplo, digestivo e urinário.

A doença também é classificada de acordo com sua gravidade, podendo ser mínima, leve, moderada ou severa. Essa classificação segue os critérios estabelecidos pela American Society for Reproductive Medicine (ASRM) e é uma classificação cirúrgica.

Diferenças e semelhanças entre endometriose e endometrioma

O endometrioma é considerado uma manifestação localizada da endometriose, devido à formação de cistos na região dos ovários. Cistos são “bolsas” de tamanhos variados que contêm líquido em seu interior.

O conteúdo dos endometriomas são, em geral, espessos e escuros, e contêm sangue degradado em seu interior.

Essas bolsas se formam em pacientes com endometriose devido ao acúmulo de sangue menstrual de diferentes ciclos, a partir de focos de endometriose encontrados na intimidade do tecido ovariano. Quando o tecido endometrial se localiza nesses órgãos, causa processos inflamatórios que prejudicam seu funcionamento.

Diferentemente do que geralmente se pensa, o endometrioma não é responsável por sintomas muito exuberantes, entretanto, quando se verificam dores intensas associadas a sua presença, ele deve ser considerado um marcador de presença de doença em outros locais, ou seja, caso um ultrassom tenha sido realizado, o endometrioma tenha sido suspeitado e esta paciente apresente quadro de dores graves, seu médico deve levantar a suspeita de que deva ter endometriose associada em outros órgãos.

Qual a relação entre endometrioma e endometriose?

A endometriose é caracterizada pela presença ectópica do tecido endometrial. Quando esse tecido se encontra nos ovários, pode levar à formação de cistos nesses órgãos, que são os endometriomas.

O diagnóstico definitivo da endometriose é feito por meio da videolaparoscopia com biópsia e confirmação histológica.

O endometrioma pode ser diagnosticado por meio da ultrassonografia transvaginal especializada para endometriose, exame que permite avaliar a cavidade pélvica por meio de imagens e, dessa forma, verificar a presença e o tamanho de cistos e da inflamação causada pelo tecido endometrial, assim como a presença de lesões em outros locais.

Essa doença tende a regredir com a chegada da menopausa, por ser estrogênio-dependente.

Seu diagnóstico pode ser confirmado pela ultrassonografia transvaginal, e a detecção prematura da doença é importante, devido ao seu caráter progressivo, que pode causar mais complicações.

Para saber mais sobre a endometriose, leia nosso conteúdo especial sobre o tema.

 

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