Dr. Luiz Flávio
Menopausa é a última menstruação feminina e marca o final da fase reprodutiva. Ocorre pela falência da função dos ovários, como consequência da diminuição da reserva ovariana e dos hormônios, estrogênio e progesterona, envolvidos no processo reprodutivo.
Hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas endócrinas, tecidos especializados e neurônios, que equilibram as funções biológicas do organismo. Entre os principais tipos estão os hormônios sexuais femininos e masculinos.
O estrogênio, por exemplo, produzido pelos ovários, é responsável pelas características sexuais femininas, como crescimento dos seios e pelos pubianos, ao mesmo tempo que desempenha um papel importante no ciclo menstrual, preparando o endométrio para receber o embrião.
O hormônio também atua protegendo os ossos, inibindo o processo de degradação natural e o enfraquecimento deles. Por isso, a redução do estrogênio, que ocorre a partir da menopausa, aumenta o risco de osteoporose.
Continue a leitura para saber mais sobre osteoporose e como a queda de estrogênio aumenta o risco para o desenvolvimento da condição.
Osteoporose é uma condição caracterizada pela diminuição progressiva da densidade óssea, aumentando, dessa forma, o risco de fraturas. Geralmente está relacionada ao envelhecimento e, embora possa afetar homens e mulheres, a frequência é maior em mulheres, motivada principalmente pela queda do estrogênio.
Diferentes estudos indicam que até 20% da perda óssea pode ocorrer após a menopausa e aproximadamente 1 em cada 10 mulheres com mais de 60 anos é afetada pela osteoporose em todo o mundo.
Os ossos são compostos por uma matriz na qual são depositados minerais com cálcio, que os fortalecem, ao mesmo tempo que se renovam constantemente, pois são formados por células que absorvem as áreas envelhecidas e outras, cuja função é o desenvolvimento de novos ossos. Se forem fraturados, por exemplo, o processo possibilita a reconstituição da área.
A perda de massa óssea, quando os ossos se tornam naturalmente mais fracos, resulta do aumento da absorção das células velhas e diminuição da formação de novas, levando a ossos mais porosos e, consequentemente, menos resistentes.
A osteoporose, portanto, aumenta a probabilidade de fraturas e, por ser uma condição silenciosa, geralmente é descoberta quando elas as consequências acontecem, a menos que seja investigada ativamente. O desgaste e fratura ocorrem mais comumente na coluna vertebral, no quadril, no colo do fêmur, punhos ou costelas, manifestando dor no local.
Além do desequilíbrio hormonal, outros fatores também contribuem para aumentar o risco:
Embora não seja possível evitar totalmente a perda óssea após a menopausa, algumas medidas são importantes para retardá-la, diminuindo as chances de osteoporose.
Uma das maneiras de prevenir a osteoporose é a terapia hormonal. Da mesma forma que alivia ou evita os sintomas comuns ao climatério, período que compreende a pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa, a terapia hormonal inibe a perda óssea e reduz as chances de fraturas na pós-menopausa, entretanto não é indicada com o único objetivo de prevenção de osteoporose.
Geralmente é indicada para mulheres com menos de 60 anos e pode ser feita pela reposição de estrogênio ou por métodos que combinam estrogênio e progesterona.
A definição da melhor abordagem, assim como dosagem e duração do tratamento, é determinada pelo especialista, de acordo com as necessidades de cada paciente.
Deve ser pesquisada a qualidade óssea por meio de exame de densidade mineral óssea, associando a história pessoal e familiar das pacientes, identificando as mulheres com maiores riscos e introduzindo medicações que diminuam a reabsorção óssea e aumentem sua formação, como os bifosfonatos.
Mudanças no estilo de vida também contribuem para evitar o problema. Exemplos incluem:
Prática de atividades físicas regular: a prática regular de exercícios contribui bastante para o fortalecimento dos ossos. Os mais recomendados são os de sustentação de peso, como os aeróbicos, de baixo ou alto impacto: caminhada, bicicleta, natação, dança, corrida e salto, ou os de resistência muscular, como flexões, com peso e aparelhos de musculação, que fortalecem a musculatura e, consequentemente os ossos.
Mantenha uma dieta saudável e equilibrada: uma dieta equilibrada também contribui para manter os ossos fortes. Dois ingredientes são particularmente importantes: cálcio e vitamina D. Alimentos que contêm cálcio incluem os vegetais de folhas verdes, castanhas, sementes e frutas secas, produtos lácteos entre eles leite, iogurte e queijo, além de peixe enlatado com ossos, como a sardinha.
Já a vitamina D, pode ser obtida pelo consumo de peixes oleosos, ovos ou mesmo de cereais matinais enriquecidos. A luz solar, também ajuda a aumentar o suprimento de vitamina D. Para isso, é necessária uma exposição de 20 minutos diariamente, preferencialmente entre 11h e 12h, sem a utilização de protetor solar, caso não apresentem contraindicação, como antecedente de câncer de pele.
Evite hábitos como tabagismo consumo de álcool e café: o tabagismo está associado a maior risco de osteoporose e doenças cardíacas após a menopausa. Por isso, parar de fumar é fundamental para preveni-las. O consumo de álcool, chá e café em excesso, também contribui para aumentar o risco.
Siga o link e saiba mais como a terapia hormonal pode contribuir para prevenir a osteoporose e reduzir os sintomas do climatério.