por Dr. Luíz Flávio Cordeiro
O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino fundamental para a fertilidade, uma vez que recebe o embrião e mantém o feto por toda a gestação. Alterações em sua morfologia podem causar problemas graves, portanto devem ser investigadas e tratadas.
Sinéquias uterinas ou síndrome de Asherman são aderências, como cicatrizes, que se formam na cavidade endometrial e têm formato similar ao de pontes. Essas cicatrizes podem, dependendo de sua extensão e localização, dificultar a passagem dos espermatozoides até o óvulo e do embrião após a fecundação até o útero, podendo causar infertilidade. Nesses casos, elas devem ser retiradas por meio da histeroscopia diagnóstica ou cirúrgica (casos mais graves).
As sinéquias uterinas podem ser classificadas como mínimas, moderadas e graves, sendo necessária a sua retirada para o restabelecimento das funções do útero.
As sinéquias uterinas mínimas se caracterizam por serem constituídas de tecido endometrial e afetam parcial ou totalmente a cavidade uterina. As moderadas são aderências constituídas de tecido fibromuscular e, na maioria dos casos, são espessas. Elas também podem afetar o útero parcial ou totalmente. As graves são formadas por tecido conectivo denso e são capazes de obstruir o útero.
Para saber mais sobre as sinéquias uterinas, leia aqui o texto que elaboramos especificamente sobre o assunto.
As formas de tratamento das sinéquias uterinas são a histeroscopia diagnóstica ou cirúrgica, ambas com a finalidade de retirar as cicatrizes que estejam causando sintomas, infertilidade ou outras complicações uterinas.
O tipo de tratamento de sinéquias uterinas depende da extensão e da localização, portanto da complexidade, dessas cicatrizes. Além disso, dependendo do caso, implantamos o dispositivo intrauterino (DIU) e indicamos a terapia hormonal com estrogênios, assunto ainda controverso para a prevenção de recidivas.
Em qualquer um dos procedimentos, durante a intervenção verificamos as condições do útero para uma possível gravidez, pois o endométrio pode ser afetado e dificultar a obtenção da gravidez.
É importante destacar que a avaliação e a indicação do tratamento são individualizadas. Cada paciente passa por uma análise detalhada antes da indicação do melhor tratamento.
A histeroscopia diagnóstica é indicada para examinar o que pode estar acometendo o interior do útero e para tratamentos simples, como de sinéquias uterinas mínimas. Pode ser realizada sem sedação, mas, a depender da tolerância individual de cada mulher, pode ser feita sob anestesia.
Para saber mais sobre a histeroscopia, leia aqui o texto que elaboramos especialmente sobre esse procedimento.
Se as sinéquias estiverem facilmente visíveis e não apresentarem grandes dimensões, elas podem ser retiradas em uma histeroscopia diagnóstica, que utiliza o histeroscópio menos calibroso como instrumento para localização e retirada das sinéquias.
Os resultados são extremamente positivos e a mulher, na grande maioria dos casos, recupera a função do útero. Os sintomas são eliminados e retomando a capacidade de engravidar.
Se o caso for mais complexo, está indicada a histeroscopia cirúrgica para a remoção das sinéquias. Esse tipo de histeroscopia é semelhante à diagnóstica, mas com capacidade de realizar intervenções mais complexas. O histeroscópio utilizado é mais calibroso e o procedimento é feito com a mulher anestesiada em centro cirúrgico, uma vez que se faz necessária a dilatação do colo uterino para permitir a passagem de um instrumento um pouco mais espesso.
A histeroscopia cirúrgica é indicada para os casos mais graves de sinéquias uterinas, quando elas apresentam grandes dimensões e são mais densas.
Se quiser saber mais sobre a histeroscopia cirúrgica, acesse aqui o texto que escrevemos especialmente sobre esse assunto.
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Obrigado,