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Dr. Luiz Flávio
É inegável que o advento da tecnologia fez com que o acesso às informações se tornasse mais rápido e fácil.
Isso, no entanto, provocou a disseminação de informações nem sempre muito precisas sobre os mais variados assuntos, incluindo os da área da saúde, principalmente de doenças complexas, como a endometriose.
Para desmistificar o assunto e esclarecer as dúvidas mais comuns, primeiro é necessário explicar o que é endometriose e quais são as suas principais características.
Neste artigo, iremos responder seis das dúvidas mais comuns sobre a endometriose.
O útero é revestido por um tecido chamado endométrio, cuja função é auxiliar na implantação do embrião durante a etapa de nidação. Para tal, esse tecido endometrial é estimulado por hormônios que se prepare para este processo.
Entretanto, há vezes em que esse tecido endometrial se desenvolve em outros locais do corpo feminino, fora do útero. Esse desenvolvimento ectópico do endométrio caracteriza a doença chamada endometriose, que ainda provoca diversas dúvidas e medos.
A endometriose é uma doença hormônio-dependente, o que significa dizer que a ação hormonal é necessária para o desenvolvimento da doença, sendo uma entidade mais comum durante o período reprodutivo da mulher.
Os órgãos mais afetados pela endometriose são os da região pélvica, como peritônio, região retrocervical, ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino.
A endometriose é uma doença que gera muitas dúvidas. Por isso, esclarecemos aqui neste artigo algumas das mais comuns acerca da doença.
A endometriose é uma doença que surge durante a idade reprodutiva da mulher, geralmente entre os 13 e os 45 anos. Seu diagnóstico é mais difícil durante a adolescência, já que os sintomas podem ser mais facilmente confundidos com aqueles sentidos durante a puberdade, como dores abdominais periódicas.
Essa doença está relacionada ao seu ciclo reprodutivo, uma vez que é a estimulação hormonal que fará com que o tecido endometrial prolifere. Por isso, é comum que a endometriose deixe de manifestar seus sintomas após a menopausa.
A endometriose pode estar associada à infertilidade, o que não significa dizer, no entanto, que toda mulher que sofra de endometriose será necessariamente infértil.
Isso porque a presença do tecido endometrial fora do útero pode alterar todas as fases do processo reprodutivo, desde a ovulação, passando pela fecundação e, por fim, a nidação.
A endometriose tem cura quando operada e todos os tecidos afetados são retirados. Isso não quer dizer que é necessário operar todos os casos, tampouco que ela não possa recidivar.
O principal objetivo do tratamento, salvo pequeno número de exceções, é a retomada da qualidade de vida e, para tal, quando não houver contraindicações, a introdução de medicação hormonal é, muitas vezes, suficiente para controlar os sintomas da paciente.
Embora não seja considerada uma doença hereditária, pode-se ligar um risco maior de desenvolvimento da endometriose a fatores genéticos, principalmente em sua forma mais severa. Mulheres cujas mães ou irmãs foram acometidas pela doença podem ter maior risco de desenvolvê-la.
A endometriose é uma doença que pode ser assintomática. Entretanto, ela pode apresentar alguns sintomas comuns que podem revelar sua presença.
Cólicas menstruais incapacitantes, dores na relação sexual, infertilidade, dores abdominais crônicas e alterações urinárias e/ou intestinais que ciclam de acordo com o ciclo menstrual são os principais deles.
Embora ambas as doenças se desenvolvam de forma semelhante, a endometriose não é um câncer.
Há estudos, no entanto, que relacionam a endometriose ovariana com um possível risco maior de desenvolvimento de câncer de ovário, entretanto esta situação continua sendo muito rara.
A endometriose é uma doença que acomete mulheres durante seu ciclo reprodutivo e sobre a qual há muita desinformação. Por isso, é importante esclarecer as principais dúvidas a respeito da doença. Para saber mais sobre endometriose, leia nosso texto específico sobre o assunto.
