Dr. Luiz Flávio
Pólipos endometriais são saliências sólidas que se desenvolvem no endométrio. Na maioria dos casos, essas estruturas não apresentam sintomas e o potencial de malignidade é muito baixo. No entanto, o quadro merece atenção, assim como qualquer outra doença do sistema reprodutor feminino, uma vez que pode causar complicações, como dificuldade reprodutiva, aumento do fluxo ou irregularidade menstrual.
Existem diversas patologias que afetam o útero e podem interferir na capacidade reprodutiva da mulher, como endometriose, adenomiose, sinequias uterinas, miomas e os pólipos endometriais. Todas essas condições necessitam de acompanhamento médico, com realização periódica de exames para avaliar possíveis agravamentos.
Acompanhe este texto para entender com mais clareza o que são os pólipos endometriais, quais os sintomas da doença e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. Continue a leitura!
Um pólipo é uma formação que se apresenta como um relevo em uma superfície. No caso dos pólipos endometriais, tratam-se de estruturas que crescem do endométrio — camada interna do útero — e são constituídos por glândulas e estromas (tecido vascularizado que sustenta um órgão, glândula ou estrutura patológica).
Os pólipos podem ser sésseis ou pediculados. As estruturas sésseis estão diretamente ligadas ao endométrio, como uma projeção da superfície uterina. Já o pólipo pediculado faz ligação com o útero por meio de uma haste — um tipo de cordão fibromuscular.
Essa é uma das principais causas de sangramento uterino anormal. Apesar da alta incidência, os pólipos endometriais apresentam baixo risco de se tornarem condições malignas.
As características histológicas dos pólipos os separam em diferentes tipos: funcionais, atróficos e hiperplásicos. Entretanto, essa classificação não sugere alterações sintomatológicas, assim como não interferem na definição prognóstica.
Essas estruturas apresentam formas e tamanhos variados e podem aparecer como únicos ou múltiplos. Além dos endometriais, os pólipos uterinos também podem crescer a partir do canal endocervical, sendo denominados pólipos endocervicais.
Grande parte dos casos de pólipos endometriais não apresentam sintomas. O principal indício do problema é o sangramento uterino anormal, que varia de intensidade, embora, comumente, apresente fluxo intenso durante o período menstrual. Também pode haver ocorrência de escapes entre os ciclos.
Sintomas dolorosos são raros. Outros indícios podem ser encontrados em exames específicos, como um possível espessamento do endométrio.
A infertilidade é uma possível consequência dos pólipos endometriais, uma vez que, dependendo da quantidade, da localização e do tamanho das estruturas, a implantação do embrião na cavidade uterina é dificultada.
Como os sintomas são raros e inespecíficos, a avaliação clínica se dá somente por suspeita. A investigação é feita com maior acuidade a partir da realização de exames. As solicitações médicas incluem:
A ultrassonografia é indicada como primeira linha de avaliação diagnóstica, devido à possibilidade de visualizar boa parte dos órgãos reprodutores femininos.
Já a histeroscopia é considerada um recurso de alta eficácia na pré e na pós-menopausa. A partir desse método é possível identificar as lesões focais com maior precisão, sejam benignas ou malignas. Da mesma forma, o exame permite a biópsia dirigida para obter a conclusão diagnóstica por meio da análise histológica.
Mesmo apresentando baixo potencial de malignidade, não há consenso se os pólipos endometriais devem ser tratados. Pesquisas alertam para a importância de manter uma conduta atenta e remover as estruturas antes que possam se transformar em condições malignas.
Em contrapartida, alguns especialistas preferem posturas conservadoras e recomendam a remoção dos pólipos somente mediante manifestação sintomática, incluindo a dificuldade reprodutiva.
O tratamento de maior efetividade é a polipectomia, um procedimento cirúrgico para retirada dos pólipos feito por histeroscopia. A técnica é realizada por via vaginal, sem necessidade de incisões abdominais, o que permite uma recuperação rápida.
A presença dos pólipos pode diminuir as chances de concepção. Isso ocorre porque essas estruturas tendem a dificultar a fixação do embrião no endométrio.
Quando a nidação ocorre, há risco aumentado de sangramento durante a gestação e até abortamento. No entanto, essa não é uma condição geral, isto é, mulheres com essa condição também podem passar por toda a gravidez sem complicações.
Como os pólipos endometriais são difíceis de diagnosticar somente a partir dos sintomas, a melhor maneira de identificá-los é por meio de exames específicos e do acompanhamento ginecológico regular.
Mulheres que estão na tentativa de engravidar devem ficar ainda mais atentas aos indícios da doença e procurar um especialista para verificar um possível quadro de dificuldade reprodutiva, em decorrência dessa ou de outras doenças.
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