Dr. Luiz Flávio
Qualidade de vida é uma expressão normalmente compreendida de forma intuitiva, mas que nem sempre é tão fácil de explicar. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) o conceito de qualidade de vida está ligado à percepção de cada um sobre sua vida no contexto cultural e de valores em que vive, de acordo com seus objetivos, expectativas e preocupações.
Essa percepção, de acordo com a organização, é afetada por questões de saúde, psicológicas, crenças pessoais, relacionamentos e pelo ambiente em que o indivíduo vive.
Existem doenças, portanto, que podem alterar de maneira significativa a qualidade de vida. Uma delas é a endometriose, que tem como sintomas dores crônicas, fortes cólicas menstruais e até mesmo infertilidade. Isolados ou em conjunto, esses fatores podem afetar de maneira importante não só o bem-estar físico, mas também a vida social e o estado emocional da paciente.
Neste artigo vamos falar sobre o que pode ser feito para que a mulher com endometriose mantenha ou melhore sua qualidade de vida. Continue a leitura para saber mais.
A endometriose é uma doença do sistema reprodutor feminino caracterizada pela presença de implantes de células semelhantes às do endométrio em outros locais do corpo, que não o útero. Normalmente a doença atinge a região retrocervical, tubas uterinas, ovários e peritônio, mas pode afetar também intestinos, bexigas, ureteres e outros órgãos.
Ao longo de cada ciclo menstrual, esses implantes respondem à ação dos hormônios da mesma forma que o endométrio, tornando-se espesso quando o corpo da mulher se prepara para receber um novo embrião e descamando caso a concepção não aconteça. Esse processo contínuo gera um quadro inflamatório, que pode resultar em dores pélvicas crônicas, cólicas menstruais intensas, dor durante as relações sexuais, entre outros. Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade e localização dos focos de endometriose.
É comum que as mulheres levem anos para ter o diagnóstico de endometriose. O tempo médio de diagnóstico da doença desde o início do relato dos sintomas foi de 3,84 anos, muitas vezes por desconhecimento do médico, ou mesmo por acharem que os sintomas podem ser normais, fazendo com que a paciente “aceite” e aprenda a “conviver” com eles.
A endometriose pode afetar a qualidade de vida das mulheres de diversas formas. As dores pélvicas crônicas, sintoma frequente dessa condição, aliadas ou não à infertilidade e à dispareunia (dor durante as relações sexuais), são capazes de influenciar negativamente na vida social, relacionamentos familiares, vida afetiva e estado psicológico geral da mulher.
O diagnóstico tardio é outro motivo pelo qual a endometriose pode se tornar um problema para a qualidade de vida da paciente, uma vez que ela pode viver durante anos com os sintomas sem saber que tem a doença e, portanto, sem tratá-la.
Existem algumas formas de manter ou recuperar a qualidade de vida prejudicada pela endometriose. Veja abaixo:
Se em alguns casos a endometriose pode não apresentar sintomas, quando a mulher é sintomática o quadro é muitas vezes similar ao de outras doenças ou é visto pela paciente como algo natural, como a presença de cólicas intensas no período menstrual ou pré-menstrual.
Por isso é importante fazer um acompanhamento regular com um ginecologista e alertá-lo sobre qualquer sintoma. Assim será possível fazer uma investigação detalhada para chegar o quanto antes ao diagnóstico e realizar o acompanhamento adequado.
Quando a endometriose está nos estágios mínimo ou leve e a paciente é assintomática, normalmente o médico faz apenas um acompanhamento periódico. Em alguns casos, é recomendado tratamento à base de hormônios e, em outros, a endometriose só pode ser tratada por meio de cirurgia.
A laparoscopia, procedimento minimamente invasivo, permite remover os focos de endometriose, o que muitas vezes resulta na recuperação da fertilidade, além de diminuir os sintomas, restaurando a qualidade de vida.
Algumas mudanças de estilo de vida, como a prática regular de exercícios físicos e uma dieta balanceada, ajudam a fortalecer o sistema imunológico e melhorar ou evitar a piora das dores pélvicas.
A endometriose, portanto, é uma doença que pode afetar de forma significativa a qualidade de vida da mulher, por diversos motivos. Por isso é fundamental ficar atenta aos sintomas e fazer um acompanhamento médico regular, pois assim são maiores as chances de um diagnóstico precoce para fazer o tratamento adequado, melhorando o bem-estar físico e emocional da paciente. Para saber mais sobre endometriose, toque aqui.